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Santos na tela: muitos motivos para comemorar no Dia do Cinema Brasileiro

Tempo de leitura: 6 minutos

Você já parou pra pensar em quantas vezes Santos apareceu nas telas do cinema ou do streaming? No dia 19 de junho, o país celebra o Dia do Cinema Brasileiro. E, por aqui, a data tem ainda mais motivo para ser comemorada. Afinal, a cidade se consolidou como cenário frequente de filmes, séries, videoclipes e campanhas publicitárias.

Talvez você já tenha visto algum filme e pensado “ué, isso aí é aqui do lado!”. E, provavelmente, acertou. Pois é! Santos aparece tanto nas telonas quanto nas telinhas. E muitas dessas produções contam com a participação de talentos da cidade.

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Produções e locações que marcaram presença

Santos é Cidade Criativa da Unesco no campo do audiovisual desde 2015, tem a primeira Film Commission do Brasil, mais de 1.000 gravações nos últimos 20 anos e um verdadeiro ecossistema de cultura, produção e incentivo que não para de crescer.

Também tem sido destaque na segunda temporada da série “DNA do Crime” (Netflix), com gravações no Palácio José Bonifácio e na Praça Mauá, simulando um assalto a banco. A preservação de edifícios como o Paço Municipal, a diversidade de paisagens e as novas áreas revitalizadas, como o Parque Valongo, se tornaram um ímã de produtoras. Além do Centro Histórico, pontos como o Porto, a orla, o Parque Valongo, a nova Ponta da Praia e o Jardim Botânico têm atraído cada vez mais produtoras. Locais como as ruas Quinze de Novembro e Riachuelo, Largo Marquês de Monte Alegre, Estação Valongo, Museu Pelé, Casa da Frontaria Azulejada, Monte Serrat, bondes e igrejas também aparecem bastante.

Cultura gerando renda

Criada em 2005, a Santos Film Commission, é responsável por dar suporte técnico e logístico quando precisam e conecta as produtoras com talentos locais, viabiliza gravações, faz a cidade girar. E gira mesmo!

Em 20 anos, foram mais de R$ 12 milhões movimentados na economia santista só com o setor audiovisual. Figurantes, segurança, hotel, alimentação… Muita gente ganha com isso. Fora o que é feito com a verba pública: só em 2025, por exemplo, o edital Facult Toninho Dantas vai investir R$ 1 milhão em produções independentes. Também estão previstos R$ 2,6 milhões da PNAB e, em 2023, a cidade recebeu mais de R$ 3,2 milhões via Lei Paulo Gustavo, beneficiando 197 projetos.

Santos já “interpretou” cidades como Salvador, Rio de Janeiro, Maranhão, Índia e até Itália. Um comercial da Brahma com Léo Santana, por exemplo, usou o entorno da Alfândega para simular Salvador. Já são mais de 280 produções publicitárias, 42 longas, 24 séries, 7 novelas, 63 documentários e 68 videoclipes gravados por aqui.

Festivais e futuros

E, se você curte cinema brasileiro, já deve ter ouvido falar do Santos Film Fest – que inclusive bateu recorde de inscrições em 2025 -, que acontece de 24 de junho a 2 de julho com sessões gratuitas por toda a cidade. Ou do tradicional Curta Santos, que premia produções regionais e nacionais com direito a troféu, oficinas, debates e sessões especiais. Tudo de graça.

Tem também formação de novos talentos: com oficinas como o projeto Fábrica Audiovisual e as clássicas Oficinas Querô, que já formaram mais de 600 jovens em quase 20 anos. E, de acordo com a Prefeitura, em breve, o anexo do Mercado Municipal vai ganhar uma escola pública de cinema e um estúdio, oferecendo cursos livres e formação técnica pra quem quer entrar de cabeça no mundo do audiovisual. A galera da periferia e das escolas públicas está no foco, porque (reforçando aqui) cinema bom é cinema com representatividade.

E não dá para esquecer de nomes como Maurice Legeard, um verdadeiro pioneiro e ativista do cinema na região, que dá nome à cinemateca da cidade. Ele faria 100 anos em 2025.

Santos nos filmes e séries

Filmes como “Vou Nadar Até Você” (com Bruna Marquezine), “Lula, o Filho do Brasil”, “Aldo – Mais Forte que o Mundo”, “Querô”, “Sócrates” e muitos outros usaram Santos como pano de fundo (ou personagem principal).

Sabe o Chorão Skate Park? Já foi cenário. A Ponta da Praia? Também. Até a Ponte Pênsil, em São Vicente, já brilhou nas telonas.

Tem ainda as séries: “Coisa Mais Linda”, “Silvio Santos – O Rei da TV”, “Hebe”, novelas da Globo como “JK”, “América”, “Um Só Coração” e até “Sassaricando”. Tudo com aquele fundo que a gente conhece bem.

E as produções locais? São muitas: “Entre Raiz e Asas” (selecionado pra festival em NY), “Hip Hop Santista”, “O Gato Fantasma do Cemitério do Paquetá”, “Mais Adiante Ela Chora”, “Glória”, “A Mesquita”… a lista é longa. E emocionante.

A cidade também tem sua própria produção local. Filmes como “Entre Raiz e Asas” (selecionado para o NYC Indie Film Festival), o documentário “Hip Hop Santista: Suas Origens e Trajetórias Sobre o Tempo”, além de curtas como “Laje dos Sonhos”, “Carregadores do Monte”, “O Gato Fantasma do Cemitério do Paquetá”, “Sangria”, “California Brasileira”, “Super”, “A Mesquita”, “Glória” e “Mais Adiante Ela Chora” mostram a potência do cinema independente em Santos.

Talento daqui

A relação de Santos com o cinema brasileiro vem de longe. Em 1897, o extinto Cassino Recreio Miramar exibiu a primeira “fotografia animada”. Nas décadas seguintes, a cidade ganhou destaque nacional pelo número de salas de exibição e média de ingressos por habitante. O Cine Roxy, aberto em 1934, segue firme como o último cinema de rua da cidade.

Santos também é berço de nomes importantes como Ney Latorraca, Plínio Marcos, Rubens Ewald Filho, Sérgio Mamberti, Alexandre Borges, Paulo Vilhena, Bete Mendes, Juliana Silveira, Lolita Rodrigues e Nuno Leal Maia.

www.juicysantos.com.br - christian malheiros

Da nova geração, o destaque é Cristian Malheiros (foto). Formado na EAC Santos, foi protagonista do filme Sócrates, indicado ao Independent Spirit Awards, e ficou conhecido nacionalmente como o Nando da série Sintonia (Netflix). Também atuou em Sessão de Terapia (Globoplay), 7 Prisioneiros, Biônicos (Netflix), Maníaco do Parque (Prime Video) e Aqueles Dias (Arte 1).

Santos não é só cenário: é protagonista, produtora, referência e fonte de talentos. Neste Dia do Cinema Brasileiro, a gente celebra essa relação de longa data com a sétima arte. E se orgulha de cada história que começou — ou passou — por aqui.

Valentina Tilly
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