Pessoas em situação de rua em Santos: quais são os desafios e soluções possíveis?
A situação de quem vive nas ruas de Santos não é novidade para ninguém, mas as soluções para esse problema parecem sempre um quebra-cabeça complicado, né? No último episódio do podcast do Juicy Santos, mergulhamos na dura realidade das pessoas em situação de rua em Santos, uma cidade que ocupa a 13ª posição no Brasil em número de moradores de rua. A população vulnerável dobrou em apenas cinco anos, e os dados são alarmantes.
A parada é séria e a gente precisa entender de onde vem a solução – e será que pode dar certo por aqui?
O modelo finlandês: moradia primeiro
A Finlândia virou referência mundial quando o assunto é como resolver a falta de moradia para pessoas em situação de rua. Lá, eles adotaram uma política que pode parecer simples, mas é totalmente revolucionária: “moradia primeiro”.
Isso significa que, ao invés de exigir que a pessoa passe por abrigos ou tratamentos antes de conseguir uma casa, eles colocam a pessoa em uma moradia de imediato. Depois, com a segurança de ter um lar, ela recebe o apoio necessário para resolver questões de saúde, emprego e reintegração social. O foco é na dignidade.
E sabe o que aconteceu? O número de pessoas em situação de rua caiu de 20 mil para menos de 200 em pouco mais de uma década. Sim, você leu certo!
Esse modelo funciona porque, além de moradia, as pessoas recebem apoio de uma equipe multidisciplinar – ou seja, têm ajuda de profissionais como psicólogos, assistentes sociais e médicos, tudo dentro do próprio processo de acolhimento. A ideia é que, com uma casa, as pessoas começam a se reerguer e a ter uma nova perspectiva de vida. E quem não precisa disso, né?
E como fica Santos?
Aqui em Santos, o papo também é sério. Em 2023, a prefeitura investiu R$ 2,5 milhões para ampliar a capacidade de abrigos, porque o número de pessoas nas ruas dobrou. No entanto, os especialistas que participaram do podcast apontam que esse investimento ainda é pequeno perto da dimensão do problema. O foco das políticas públicas por aqui ainda está muito voltado para intervenções pontuais, como colocar a galera em abrigos ou distribuir comida.
Mas isso resolve mesmo? Fizemos um post no Instagram do Juicy Santos e a galera apontou nos comentários que, muitas vezes, as pessoas não querem morar em abrigos lotados e sem privacidade. Elas preferem viver nas ruas, com um mínimo de privacidade, do que serem colocadas em condições que não oferecem nenhuma previsibilidade.
O que a Prefeitura de Santos tem feito
A cidade tem tentado lidar com a situação, mas os investimentos ainda são insuficientes. Apesar da ampliação dos abrigos, a precariedade da assistência social e das condições nos abrigos é um dos principais pontos críticos.
A população vulnerável dobrou em apenas cinco anos, e as propostas discutidas na recente audiência pública sobre o tema indicam que o caminho a seguir envolve mais do que apenas abrir mais abrigos. A resposta precisa ser sistêmica, envolvendo políticas públicas que integrem saúde, educação, assistência social e, claro, moradia digna.
A precariedade dos abrigos e da assistência social
Os abrigos ainda são superlotados, muitas vezes sem condições adequadas de higiene e com falta de privacidade para quem está lá. Os profissionais de assistência também não são suficientes para atender a todas as demandas, e o modelo de atendimento está muito distante do que é necessário para fazer essa situação realmente mudar.
A falta de articulação entre as secretarias também é um problema, dificultando uma abordagem mais eficiente. Em tempos de crise, a população em situação de rua precisa de dignidade, e o modelo atual de abrigos temporários e assistência básica não tem sido eficaz.
Os impactos das mudanças climáticas nas pessoas sem moradia
Outro ponto crucial que surgiu na conversa foi o impacto das mudanças climáticas sobre as pessoas que vivem nas ruas. As altas temperaturas no verão e o frio intenso no inverno aumentam a vulnerabilidade dessas pessoas. Em Santos, por exemplo, não é raro ver quem mora nas ruas sendo impedido de usar chuveirinhos para se refrescar, o que agrava ainda mais a situação. As crises climáticas pioram uma situação que já é extremamente difícil, e isso precisa ser levado em conta nas políticas públicas.
Propostas discutidas na audiência pública e comentários da comunidade
Na recente audiência pública que rolou na Câmara Municipal de Santos com esse tema, muitos apontaram que é preciso repensar as políticas públicas de acolhimento e como as cidades podem atuar de forma mais eficaz para transformar a vida dessas pessoas.
Como a comunidade comentou em nossas redes sociais, não basta dar comida ou roupas, é necessário garantir uma moradia digna, que é o primeiro passo para qualquer recomeço. Além disso, a integração entre os diversos serviços públicos e privados é essencial para garantir que a assistência seja efetiva e humana.
Soluções mais eficazes e com mais empatia
Santos precisa começar a repensar a forma como lida com o problema da população em situação de rua. Não dá para simplesmente oferecer comida e achar que está resolvido. A falta de moradia é só a ponta do iceberg, e, como vimos no modelo finlandês, a solução passa pela integração de diversas políticas públicas: habitação acessível, saúde, educação e qualificação profissional.
Aqui em Santos, precisamos de moradia acessível, mas também de uma mudança no mercado imobiliário e em outras áreas, como transporte e cultura, para oferecer uma vida digna para quem está em situação de rua.
Então, se você quer entender como é possível melhorar a vida das pessoas em situação de rua em Santos e no Brasil, não pode deixar de ouvir o episódio completo do nosso podcast.
Veja o episódio completo do podcast aqui!