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Orgasmo feminino: por que eles chegam (muito) mais lá?

Quando uma mulher hétero vai para o sexo, ela não tem certeza de que chegará ao orgasmo. Longe disso. Ela aposta a depilação, a calcinha cara e a corrida do aplicativo em um… mistério. Mesmo quando se trata de um parceiro de anos, nada está garantido. Para muitas de nós, transar e gozar não são sinônimos (os astros precisam estar bem sincronizados!). Apenas 65% dizem alcançar o ápice do prazer na maioria das relações sexuais, contra 95% dos homens héteros, de acordo com uma pesquisa científica mundial.

Esse “gap do orgasmo” é mais uma evidência de que a desigualdade de gênero não está somente nas empresas e nos cargos políticos, mas embaixo dos nossos lençóis também. Imagine se você, mulher, tivesse 100% de certeza (ou quase isso) que o sexo com o date/boy/namorado/marido vai te render um clímax delicioso.

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Você não pensaria algumas vezes antes de responder “Ai que preguiça…”? É mais fácil fugir daquilo que consideramos tedioso, doloroso ou voltado pra satisfação do outro né?

Vem com a gente entender por que os homens têm – estatisticamente – mais orgasmos no sexo e o que as mulheres podem aprender com isso.

1. Por uma questão anatômica

A glande peniana não é apenas maior que a do clitóris como também está mais exposta à fricção (o roça-roça que leva ao orgasmo). Se a “cabeça” ganha em dimensões, perde em sensibilidade… O pequeno “botão” do prazer feminino tem cerca de 10 mil terminações nervosas, mais que o dobro do pênis.

Dica: retraia com cuidado o prepúcio do clitóris (pelezinha protetora) e prefira posições/práticas sexuais que o estimulem diretamente.

2. Porque eles se conhecem melhor

É bem mais fácil manter contato visual com o próprio pênis do que com a própria vulva (externa) e vagina (interna). Desde cedo, meninos aprendem a “baixar a pele pra limpar direito no banho”, a segurá-lo para urinar, a reconhecer uma ereção (ainda que involuntária!). Medem o dito cujo, apelidam, mexem nele sem perceber, mostram pros amigos, comparam-se no mictório, descobrem onde e como gostam de ser tocados.

Dica: pegue um espelho, olhe e explore cada parte do seu genital – onde é mais sensível?

3. Recebem mais permissão social

Menino de pênis (acidentalmente) ereto é tido como “garanhão” em potencial. Menina que feche as pernas e “tire a mão daí”! A masturbação masculina não tem permissão, como incentivo – lembra quando os pais presenteavam o filho com a revista Playboy? Em outras palavras: “tá liberado fantasiar e aprender sobre o seu desejo e o seu corpo, moleque!”. Adolescente não precisa “se guardar”, pode “rodar bastante” pra ganhar experiência sexual.

Dica: Reflita se crenças familiares, sociais e religiosas estão limitando o exercício da sua sexualidade.

4. Tem maior autonomia sexual

Quando inicia a vida sexual, o garoto pode ter inúmeras inseguranças, mas sabe de si: identifica a própria excitação e já experimentou vários orgasmos sozinho. Homens não esperam que a outra pessoa lhes “dê prazer” porque sabem como chegar lá sozinhos – e deles não se espera uma postura passiva, de “princesa pura e inocente”. Eles pedem como querem, te colocam na posição favorita e por aí vai.

Dica: Comunique com palavras ou linguagem não-verbal de que formas você gosta de ser estimulada. Vale desde um sussurrado “Assim, mais devagar!” até movimentar o quadril de acordo com o ritmo mais excitante. Fingir orgasmo: CILADA!

5. A carga mental é desigual

Meninas são socializadas para cuidar, agradar, se preocupar com o bem-estar alheio (vide bonecas e panelinhas que a maioria ganhou na infância). Não raro tornam-se mulheres que levantam da mesa no domingo, recolhem e lavam e guardam a louça toda com outras mulheres da família – enquanto os homens relaxam diante da tv ou tiram uma soneca. Eles vão pro sexo com mais foco, entrega ao momento, atenção às sensações físicas. Elas demoram três vezes mais tempo para entrar no clima e (com sorte!) ter um orgasmo.

Dica: Enquanto nos gabamos de ser multitarefa, seguimos sobrecarregadas, sem espaço mental nem permissão interna para dar uma bela gozada. Delegue, se rebele, peça ajuda!

Assista ao episódio “Orgasmo: foi (realmente) bom pra você?” do Preliminares Podcast

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O Preliminares Podcast: conversas essenciais para o prazer tem apresentação de Nathalia Ziemkiewicz e Carolina Ambrogini, com produção, gravação e edição no JuicyHub.

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