Jardim São Manoel terá primeiro museu de periferia da Baixada Santista
Uma iniciativa comunitária inédita vai dar cara e voz aos moradores do Jardim São Manoel. Com o apoio do Instituto Elos e diversas parcerias locais, os residentes estão criando um museu dedicado às memórias e à cultura de resistência do bairro. Este projeto não só preserva a história local, mas também fortalece o senso de pertencimento e identidade da comunidade.
Será o primeiro museu de periferia da cidade de Santos e da região.
O Jardim São Manoel é uma das regiões que mais se sente afastada do resto do município. Segundo o CENSO de 2022, moram lá 1.327 pessoas em duas áreas distintas. Mas, na prática, de acordo com matéria no blog Visão do Corre, o número não oficial chega a 5.300 em três locais: o “Caminho”, onde há mais gente e muitas palafitas; a Rua João Carlos, com casas de madeira, alvenaria e poucas palafitas; e a parte urbanizada, o “bairro”.
Revitalizando a comunidade através da memória e resistência
A revitalização de espaços urbanos, focada na inclusão e sustentabilidade, pode integrar a comunidade local em decisões e execuções. No Jardim São Manoel, a instalação do museu e as atividades que dão origem a ele não apenas mudam a paisagem física, mas também a emocional e cultural da área.
Além de fazer a restauração física dos locais, as ações colaboram com a preservação de histórias pessoais e coletivas fundamentais para a identidade da comunidade. Assim, o museu vai além da mera funcionalidade, ao criar um espaço onde a história é viva e palpável.
A metodologia de inclusão do Instituto Elos permite que a expertise técnica das soluções urbanas encontre os conhecimentos e as histórias do território, de modo que todos – moradores e especialistas – construam juntos não apenas estruturas, mas também o futuro do bairro.
O caminho para o novo museu do Jardim São Manoel
As atividades participativas com o Instituto Elos e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU-SP começaram em abril de 2025, com oficinas coletivas de leitura e compreensão do projeto de arquitetura e urbanismo do museu.
Entre maio e junho, acontecem quatro mutirões comunitários, com datas e horários a serem divulgados em breve. A ideia é melhorar os espaços do bairro, todos juntos.
Em junho, haverá a Oficina de Autogestão Comunitária, cujo foco está em conversas sobre governança, planejamento participativo e organização comunitária.
As inscrições estão abertas para pessoas que desejam fazer parte do processo.
Traçando o futuro
O desenvolvimento do Museu Comunitário no São Manoel não é o fim, mas sim um começo. Ao fornecer um local para reconhecer e celebrar as lembranças de quem vive lá, o museu fomenta um novo entendimento dentro e sobre o bairro.
A participação da comunidade no ciclo completo de planejamento, execução e celebração desta iniciativa destaca a importância de olhar para trás para construir o futuro.
O projeto não apenas modifica o espaço físico, mas realça a cultura e a identidade de uma comunidade antes marginalizada, mostrando a todos que o São Manoel é tão rico em história e capacidade quanto qualquer outra parte de Santos.