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Integrando várias deficiências nas entidades locais

Desde que comecei a fazer palestras sobre inclusão, sempre achei que deveria conhecer um pouco do universo de todas as deficiências. A física e visual eu já tinha desde nascença  portanto, detinha vivência para falar do assunto. Então, resolvi buscar envolvimento com as demais (auditiva e intelectual).

Nesse sentido, é que venho relatar, aos leitores do Juicy Santos, a minha experiência com duas instituições bem bacanas, da Cidade. A primeira é a Congregação santista de Surdos (localizada à Rua Tocantins, 4). Fiz, com eles, um curso para aprender, pelo menos, o básico a respeito da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) – e, principalmente, para poder me comunicar com as pessoas que têm deficiência auditiva.

O curso ocorreu, em parceria, com o Colégio Sedes Sapientiae (onde eu trabalhei, durante oito anos, como assessor de imprensa). Fazia parte de um projeto da Congregação, com a finalidade de levar o ensino de LIBRAS a diferentes pólos pontuais, espalhados pelo Município. E, além de ser mais um dos alunos daquela turma, eu fiquei responsável por intermediar a relação entre a escola e a entidade.

eduardo ravasini

Eduardo Ravasini ainda criança

O diferencial é que todos os professores eram jovens surdos, que frequentavam e eram supervisionados pela própria Congregação. Portanto, tratava-se de uma inclusão multiplicada, em dose dupla. Para mim, foi particularmente incrível! Vocês podem imaginar que interessante um aluno como eu (com deficiência física e visão parcial) aprendendo LIBRAS e sendo orientado por uma professora totalmente surda.

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Para explicar, a comunicação com a turma acontecia, basicamente, da seguinte forma: ela fazia o sinal e depois escrevia na lousa seu significado. E aí, por eu não enxergar bem, pedia auxílio para os demais colegas de classe, que não tinham deficiência. Ao final do curso, todos fomos conhecer a Congregação, tivemos prova prática, recebemos certificado e tudo!

Minha relação, agora com outra entidade, o CEB 30 de Julho (situada à Av. Senador Feijó, 513), também já gerou várias boas histórias. Eles atendem especificamente crianças e jovens com diversas deficiências intelectuais. Alguns de seus colaboradores acabaram, com o tempo, se tornando meus amigos pessoais. Fui apresentado à entidade através da ACMD (ONG onde também trabalhei, por oito anos, como assessor de comunicação). Ambas fazem iniciativas exemplares – e foram parceiras na viabilização de um projeto chamado Centro de Diagnóstico.

Já como palestrante, eu e o “30 de Julho” fizemos uma série de eventos juntos, dentro e fora da entidade. Um que se destacou bastante foi a 1º Jornada Internacional de Inclusão, ocorrida em 2009, no próprio “30”. Dentre os vários palestrantes, pudemos contar com a rica presença de uma terapeuta da Espanha. Tive o privilégio de fazer o encerramento do evento – e conseguimos, como cobertura, meia página no Jornal A Tribuna.

eduardo ravasini

Márcia Rebelo (CEB 30 de Julho), Eduardo Ravasini, Neide Papareli (Senac Santos), Andréia Ulhoa (CEB 30 de Julho e Senac Santos) e Aline Brentegani (Juicy e Senac Santos) em evento de final de ano no Senac Santos

Tudo isso nos mostra que é possível integrar as deficiências. E, acima de tudo, integrar as pessoas, independente de suas reais ou aparentes limitações. Agindo assim, todos aprendemos, ganhamos todos, sem exceção!

Atenciosamente,

Eduardo Ravasini
Jornalista

Ludmilla Rossi
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