Exposição fotográfica sobre a Amazônia ocupa Pinacoteca Benedicto Calixto
Em ano de COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) no Brasil, a exposição Amazônia, Terra em Transe, do renomado fotógrafo Victor Moriyama, reflete sobre os dilemas enfrentados pela maior floresta tropical do mundo.
De 14 de março ao dia 20 de abril, a Pinacoteca Benedicto Calixto recebe a mostra que documenta a devastação da Amazônia e traz à tona a urgente necessidade de diálogo e mudança quanto à preservação deste ecossistema.
Este manifesto visual impulsiona a reflexão sobre o impacto humano na natureza e a luta incessante dos povos indígenas para defender seu território e cultura. O trabalho de Moriyama não apenas denuncia a degradação ambiental, mas também celebra a força e resistência das comunidades tradicionais.
Conexão com a terra
Com curadoria de Antonio Carlos Cavalcanti Filho e Carlos Zibel, a exposição reúne um impactante conjunto de imagens, de maneira inédita na região.
“A fotografia tem o poder de criar uma conexão emocional com o espectador. Meu objetivo é que as pessoas sintam o peso da destruição da Amazônia, mas também reconheçam a força e a resistência dos povos que vivem nela”, afirma Moriyama.
Victor Moriyama iniciou sua carreira na Folha de S.Paulo. Especializou-se em fotojornalismo investigativo, documentando questões socioambientais na América Latina, especialmente na Amazônia. Atualmente, trabalha regularmente para o The New York Times e colabora com veículos como National Geographic, Le Monde, Libération e El País. Em 2022, foi reconhecido com o George Polk Award e foi finalista do Prêmio Pulitzer, ambos pelo trabalho desenvolvido com a equipe do New York Times. Suas exposições internacionais incluem Perpignan, França (2020), Culturescapes – Solo Exhibition, Suíça (2021), Open Society Foundation, Colômbia (2022), Barcelona, Espanha (2024), entre outras.
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Floresta e povos
Quem passar por lá vai fazer uma jornada pelas diversas facetas da floresta, de sua biodiversidade e espiritualidade até os sinais visíveis de seu sofrimento. A progressão dos ambientes permite aos visitantes experimentar a beleza da Amazônia e, simultaneamente, confrontar-se com a realidade de sua destruição, um lembrete potente da conexão entre ação local e impacto global.
São 4 ambientes imersivos que convidam o visitante a explorar um universo complexo em que beleza e destruição coexistem.
No primeiro ambiente, um mosaico vibrante enfatiza a biodiversidade, a espiritualidade dos povos tradicionais e a exuberância da natureza.
No segundo, o olhar recai sobre a degradação ambiental. A floresta começa a perder seu equilíbrio natural e logo vemos os impactos da intervenção humana. Em seguida, o artista faz uma homenagem à natureza e aos povos tradicionais. Por fim, o último ambiente traz uma atmosfera mais densa e impactante, em ambiente escuro que retrata a realidade da devastação da Amazônia.
Portanto, o fotógrafo sugere um mergulho na Amazônia em todas as suas camadas – da sua exuberância à luta pela sobrevivência.
“O que está acontecendo na Amazônia afeta o mundo inteiro. É uma questão global, e minha missão é amplificar essas vozes e essas paisagens que estão desaparecendo diante dos nossos olhos”, destaca Moriyama.
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A Pinacoteca Benedicto Calixto fica na Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão. A entrada é gratuita.
Funciona de terça-feira a domingo, das 9 às 18 horas.
