Baixada Santista é destaque em guia de religiões afrobrasileiras e indígenas
SP lança listagem de locais dedicados a preservar as religiões afrobrasileiras e indígenas. Veja como conhecer esses espaços.
Ótima notícia para quem quer conhecer mais sobre diversidade religiosa e resistência cultural! O Governo de São Paulo lançou recentemente o Guia Turístico de Religiões de Matrizes Africanas e Indígenas. O material contempla 35 casas, templos, institutos e centros culturais, distribuídos em 17 municípios.

A Baixada Santista marca presença no mapeamento, com cinco cidades representadas: Bertioga, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe.
Segundo Fábio Prieto, secretário da Justiça e Cidadania, o guia é uma ferramenta essencial para fomentar o turismo cultural e religioso. Ele também busca promover o respeito, a inclusão e o desenvolvimento econômico. Mais do que um simples mapa, esta publicação é um convite ao diálogo inter-religioso e à valorização da diversidade que torna o Brasil tão plural.
Estes são alguns espaços de religiões afrobrasileiras e indígenas na Baixada Santista
Bertioga
Ilê Axé Ijexá Omolu Jagun (Comunidade Afro Religiosa e Caboclo Tupinambá)
Localizado em meio às águas cristalinas e vegetação abundante da cidade, este terreiro proporciona uma verdadeira imersão no sagrado Axé e na conexão com a Mãe Natureza. Além disso, preserva com dedicação aspectos como culinária, música, dança e uso de ervas medicinais da cultura afro-brasileira.
Endereço: Rua Projetada 1, 474, Sítio São João
Guarujá
Templo de Umbanda Mãos Estendidas
Este espaço vai muito além das práticas religiosas. O local realiza giras abertas ao público às segundas-feiras, com passes, benzimentos e consultas espirituais. Além disso, às terças são realizados tratamentos espirituais com a linha dos Caboclos, incluindo cirurgias espirituais e cuidados com a saúde emocional. Já às quartas, acontecem os desenvolvimentos mediúnicos dos filhos da casa. No entanto, o que chama mais atenção é o trabalho social, que inclui distribuição de cestas básicas, enxovais para gestantes e roupas doadas, fortalecendo o cuidado com a comunidade local.
Endereço: Rua Araguaia, 97, Praia do Perequê
Itanhaém
Ilê Omi Ola Axé Ode – Instituto Cultural Manica Afro Brasil
É um espaço que integra espiritualidade e manifestações artísticas, promovendo não apenas festas tradicionais do Candomblé Ketu, mas também apresentações de danças afro-brasileiras, festas ciganas, capoeira e maculelê. Além disso, o local desenvolve ações voltadas à ancestralidade indígena, incluindo rituais com Ayahuasca conduzidos por um cacique indígena.
Endereço: Rua Nair Mendes Manica 75, Jardim Aguapeú
Mongaguá
Oduduwa Templo dos Orixás
Reconhecido internacionalmente como o maior Núcleo de Ensino e Prática de Ìsẹsẹ Lagbá da América Latina, este templo é dedicado à Religião Tradicional Iorubá, com foco no culto aos Orixás e Ancestrais Veneráveis. Portanto, tornou-se referência na preservação dos saberes ancestrais africanos.
Endereço: Av. São Paulo, 8289, Balneário Jussara
Ile Ase Efon Ji Nile Okan Omin
Fundado em 2015, segue a tradição da Nação Efon, sendo um espaço de acolhimento e transformação espiritual. Esta Casa de Candomblé é um solo sagrado de fé e ancestralidade, com devoção aos Orixás e aos mistérios encantados de Oloroke e Oxum.
Endereço: Rua José Bonifácio 3001, Agenor de Campos
Peruíbe
Casa Instituto Ilê Asé Odé Onipapou – Fundada em 1980 em Itaquera e transferida para o litoral em 2008, a casa de tradição Ketu tem uma longa história de resistência. Além disso, atua na preservação das tradições afro-brasileiras e no combate ao racismo e à intolerância religiosa.
Endereço: Estrada Da Jaqueira 1241, Bairro Vatrapuã
Turismo que conecta e transforma
O guia não é apenas sobre visitação, mas sim sobre reconhecimento e respeito. O projeto valoriza o turismo cultural e religioso, mostrando locais de resistência e cheios da riqueza espiritual das matrizes africanas e indígenas. Cada terreiro e templo listado carrega histórias de ancestralidade, sabedoria tradicional e práticas de cuidado coletivo que vão muito além do aspecto religioso.
Para quem tem curiosidade em conhecer esses espaços, é fundamental lembrar que se trata de locais sagrados, onde funcionam comunidades reais, com suas próprias dinâmicas e horários. Por isso, o ideal é sempre entrar em contato previamente e demonstrar respeito pelas tradições locais.
E o mais importante: publicações do gênero ajudam a combater o preconceito e ao racismo religioso, além de potencializar o desenvolvimento local por meio do turismo consciente. Assim, surge uma oportunidade única de conhecer de perto a cultura que pulsa em territórios historicamente invisibilizados, mas que seguem vivos e fundamentais na construção da identidade brasileira.
O guia completo está disponível gratuitamente no site da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo.