23º Curta Santos revela seus premiados e destaca talentos da região
Filmes e clipes da Baixada Santista brilham nas telonas mais uma vez
Sabe aquele sentimento gostoso de ver a cidade pulsando arte, com o cinema local brilhando lado a lado com produções nacionais? Foi assim que a Baixada Santista encerrou mais uma edição do Curta Santos. O festival, que já faz parte do calendário cultural local, movimentou a cena audiovisual durante cinco dias intensos. Reuniu público, cineastas e outros profissionais no Valongo, centro histórico santista, para conferir de perto as novas tendências das telonas. Ainda que em curta duração.
Nesta edição, batizada de “Circular”, o Curta Santos não só exibiu 59 filmes em diversos espaços da cidade. Também reacendeu a discussão sobre distribuição e circulação de curtas-metragens pelo país. Moradores, visitantes e, claro, quem faz cinema na região tiveram muito o que debater, celebrar e, para alguns, até mesmo brindar troféus.

Seis décadas de cinema em poucos dias
Reunindo muita gente criativa e apaixonada pelas telonas, o evento de encerramento do 23º Curta Santos tornou o Quintal do Valongo ainda mais especial na noite de domingo.
A premiação das mostras competitivas ficou a cargo de um júri formado por nomes experientes do universo audiovisual, como o ator Vinícius de Oliveira (“Central do Brasil”), a pesquisadora Viviane Pistache e o crítico Celso Sabadin. Também participaram, em outras categorias, profissionais ligados ao design e às artes plásticas da região.
Entre os grandes destaques do ano, o curta “Tia Morgana”, dirigido por Athena Sofia, se destacou na Mostra Olhar Caiçara, levando três prêmios: Melhor Curta, Direção e Roteiro, com a atriz Raquel Pellegrini também reconhecida na categoria de Melhor Atriz. A produção “Noroeste – Quem nasce tempestade, não tem medo de vento forte” recebeu os prêmios de Fotografia e Montagem.
Já nas outras categorias, a Mostra Olhar Brasilis teve o filme “Casulo”, de Aline Flores, celebrando Melhor Curta e Direção. “Sebastiana”, de Pedro de Alencar, foi o melhor documentário. Estreando neste ano, a categoria de vídeos verticais Tudo em Pé foi para “Entre O Vazio e o Disfarce”, dirigido por Bete Nagô.
Além do júri técnico, o público também deu seu recado. Os espectadores que passaram pelo Teatro Guarany escolheram como seus favoritos filmes como “Se Ver” (Olhar Caiçara) e “Arame Farpado” (Olhar Brasilis).
No universo musical, o videoclipe “Xondaro, Guerreiro” de MC WG, de Itanhaém, conquistou a maioria dos votos populares. Para quem curte arte visual, o prêmio de Melhor Cartaz ficou com “Papel”, assinada por Van Aguiar. O troféu de Melhor Videoclipe Caiçara foi para “Ambições de um Jovem Kaysara”, da dupla Allure Dayo e Hard From Jockey.
Cinema de curta-metragem continua crescendo
Crescer assistindo a filmes de longa duração é quase um padrão, mas quem frequenta o Curta Santos sabe que o cinema em sua versão pocket pode ser tão impactante quanto os clássicos dos grandes festivais.
Os curtas-metragens oferecem uma janela para histórias inovadoras, experimentação estética e diversidade de temas que nem sempre chegam ao circuito comercial tradicional.
Não à toa, festivais desse formato têm ganhado cada vez mais destaque no calendário nacional.
Aqui na Baixada, o Curta Santos virou referência ao dar espaço para os talentos locais e projetá-los para o país e o mundo. Essa tradição se encontra com o momento da produção audiovisual brasileira em que, cada vez mais, criadores buscam espaços alternativos para lançar seus filmes e interagir diretamente com o público, principalmente em regiões que historicamente estavam à margem dos grandes eixos culturais.
O festival também contribui para valorizar a identidade caiçara e ampliar a circulação de ideias sobre a vida na região dentro e fora do cinema.