Texto porLuiz Gomes Otero

Nunca houve uma voz como a de Roy Orbison

Há 30 anos, uma lenda do rock reuniu vários astros do estilo em um mesmo palco, apenas com o firme propósito de acompanhá-lo e nada mais, recriando seus clássicos de forma magistral.

Como intérprete e cantor, Roy Orbison havia chegado finalmente ao pleno reconhecimento de sua obra, iniciada no final dos anos 50. O americano conseguiu atravessar as décadas seguintes, mesmo mergulhado em uma série de tragédias de ordem pessoal.

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Roy surgiu no final dos anos 50, juntamente com outros astros como Elvis Presley e Johnny Cash.

Em 1966. sofreu a primeira perda: sua esposa Claudette morreu em um acidente de moto. Em 1968, um incêndio em sua casa acabou provocando a morte de dois de seus três filhos. Ele se casaria novamente em 1969 e enfrentou problemas cardíacos no final dos anos 70.

A apresentação da Black And White Night foi filmada originalmente em setembro de 1987, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Integravam o grupo de músicos nomes como Bruce Springsteen, Jackson Browne, Elvis Costello, Tow Waits e J.D. Souther, além do célebre guitarrista James Burton, que integrou a banda de Elvis Presley. E nos backing vocals havia as cantoras Bonnie Raitt, k.d. Lang e Jeniffer Warnes completando o time de feras.

O repertório explorou os hits antológicos de Roy Orbison. Desde Claudette e Only The Lonely (balada que ficou definitiva em sua voz), passando para as perenes Oh Pretty Woman e Oobby Dooby (dois clássicos do autêntico rock´n roll).

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Roy conseguia ótimos resultados ao cantar baladas de cunho folk e country, o que pode ser conferido nas versões de Uptown, Candy Man e Blue Bayou. Em Ooby Dooby e Oh Pretty Woman, Roy Orbison comanda uma antológica jam session de solos de guitarra com Bruce Springsteen e James Burton.

O que impressiona é o fato de Roy conseguir, de uma forma absurdamente tranquila e natural, alcançar falsetes e agudos incrivelmente originais, em um timbre que parecia às vezes de origem negra, apesar de ele ser de branco. E toda essa aura de magia que havia em torno de sua voz e suas canções foi suficiente para reunir esse time de astros.

Nesta época ele estava produzindo o álbum Mystery Girl e também trabalhava com outros amigos famosos na banda Traveling Wilburys (com Bob Dylan, George Harrison, Jeff Lynne e Tom Petty). Uma pena que ele acabaria falecendo repentinamente no ano seguinte, em 1988, aos 52 anos, por conta de um fulminante ataque cardíaco, nos Estados Unidos.

Mas uma coisa é certa: nunca houve uma voz como a dele.

Inigualável.