Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Crianças e a pandemia – contar histórias é essencial nesse momento

Aulas canceladas. Sem a possibilidade de ir à praia, ao cinema ou dar uma volta de bicicleta na pracinha perto de casa. Saudades dos amiguinhos.

A rotina do coronavírus é difícil para os adultos e a gente já falou sobre a necessidade de cuidar da saúde mental e não surtar durante o isolamento. Mas as coisas não são mais fáceis para as crianças.

E os pequenos não costumam fazer terapia, né?

Como lidar com as crianças e a pandemia

Ainda assim, as famílias se veem em uma posição de encontrar maneiras de ajudá-los a dar conta da realidade. Contar histórias, de acordo com a mestre em educação e professora Carla Jarlicht, é uma das melhores maneira de fazer isso.

Segundo a profissional, o ato ajuda na construção de memórias afetivas entre pais e filhos.

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“O que os pais devem priorizar é o tempo de estar verdadeiramente com os filhos. Inteiros, interessados. Sem distratores”, explica.

Neste sentido, a sugestão da profissional é usar da leitura e de brincadeiras para criar esse momento. Segundo ela, unir as duas atividades em uma única também pode estreitar os laços.

Na hora de criar suas histórias, Carla dá a dica: tente enfatizar personagens como, por exemplo, princesas, fadas, príncipes e heróis. Ou seja, os personagens bons, e não os vilões.

“Geralmente, as boas narrativas trazem conteúdos humanos complexos de uma maneira delicada, poética, inusitada e até divertida”.

Quanto ao consumo de histórias na internet, a indicação é que se estabeleça uma rotina balanceada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças de até dois anos de idade não devem ser expostas às telas em geral. Já as maiores podem ter, em média, 2 horas diárias de acesso.

Como explicar o isolamento e a pandemia

Mesmo com as lições da escola à distância e com brincadeiras e leituras, uma hora ou outra, a criança vai querer saber o que está acontecendo. Neste momento, os pais devem responder com respeito, transparência e bom senso.

Em outras palavras, sem mentir e, ao mesmo tempo, passando informações de uma maneira que a criança entenda e se sinta segura.

Ainda segundo ela, algo que também ajuda muito as crianças a entenderem é falar de forma simples e através de exemplos. Além disso, a resposta deve ter apenas o tamanho da pergunta, ou seja, considerando a idade e maturidade da criança.