Tracey Thorn, a musa cool do techno pop
Integrante do mítico duo britânico Everything But The Girl, Tracey Thorn está de volta com um trabalho solo.
São canções inéditas, que reforçam ainda mais a sua ligação com o chamado techno pop. O álbum, batizado simplesmente como Record, traz nove canções bem produzidas que confirmam seu talento na indústria do pop.
Record traz uma sonoridade que lembra naturalmente o ambiente musical criado pelo Everything But The Girl nos anos 80 e 90.
Algo bem orgânico, pois ela formou uma parceria mágica com o marido Ben Watt, que acertou em cheio a onda lounge, com toques de jazz e pop, regados a camadas sonoras de sintetizadores. Isso inspirou – e ainda inspira até hoje – muitos grupos do indie pop e indie rock.
E é com esse espírito indie que Tracey canta em Record. Mas com um diferencial: ela está mais madura. Para o intérprete, a maturidade sempre contribui para produzir coisas muito interessantes.
Na faixa Sister, por exemplo, ela divide os vocais com Corinne Bailey Rae, que representa a nova geração do indie pop. E em Joy ela esbanja sensibilidade e talento em uma balada que convence do início ao fim.
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A faixa Queen foi produzida para ser tocada em pistas de dança. Lembra muito os bons tempos do antigo duo na década de 90.
Record mostra uma cantora de rara beleza vocal, que apesar de ter passado por problemas pessoais e de saúde, conseguiu manter intacta sua integridade artística.
Tracey é, definitivamente, a musa cool que representa com dignidade uma referência para o indie pop e vai agradar tantos aos nostálgicos pela época de ouro da banda quanto aos novos fãs que estão conhecendo agora todo o catálogo de respeito do EBTG.