Que saudade das marchinhas de Carnaval!
Estamos em pleno Carnaval. E onde estão as marchinhas que animavam os bailes de salão e matinês?
Na verdade, houve pouca renovação do estilo. Ainda permanecem as mesmas referências das décadas de 1930, 40 e 50.
Vamos aqui relembrar algumas que marcaram época e que ainda são cantadas em bailes tradicionais.
O Teu Cabelo Não Nega – Irmãos Valença e Lamartine Babo
Essa tem uma história curiosa e polêmica.
Lamartine Babo modificou a música Mulata, dos pernambucanos Irmãos Valença. Transformou o frevo em marchinha, gravado no dia 21 de dezembro de 1931 por Castro Barbosa. O arranjo e a direção musical ficaram por conta de Pixinguinha. Houve uma disputa judicial sobre a real autoria da canção. Mas ninguém contesta a genialidade dos versos que Lamartine colocou na canção.
Pirata da Perna de Pau – João de Barro (Braguinha)
Essa teve gravação de Nuno Roland no final dos anos 40. Braguinha foi outro mestre desse estilo, emplacando várias hits carnavalescos ao longo das décadas. E essa volta e meia aparece em matinês infantis de carnaval até os dias de hoje.
Me dá um dinheiro aí – Glauco Ferreira e Ivan Ferreira
Composta pelos irmãos Glauco e Ivan Ferreira, essa marchinha ficou famosa na voz de Moacyr Franco em 1959. O compacto simples vendeu mais de 100 mil cópias na época e acabou se tornando o hit do carnaval de 1960. Além disso, eternizou o personagem Mendigo, criado por Moacyr.
Mamãe eu quero – Vicente Paiva e Jararaca
Composta em 1937, se tornou um hit supremo do Carnaval naquele ano. Carmen Miranda chegou a cantá-la em seus filmes produzidos em Hollywood.
De fato, ela continua sendo entoada até os dias de hoje.
Cachaça não é água – Mirabeau. Lúcio de Castro, Héber Lobato e Marinósio Filho
Essa foi gravada em 1953 por Carmen Costa e Colé. Também virou clássico do Carnaval de todas as épocas.
Houve uma polêmica de suspeita de plágio de outra composição mais antiga (Pierrot Apaixonado), mas isso nunca se confirmou.
Cabeleira do Zezé – João Roberto Kelly e Roberto Faissal
Composta nos anos 60 e gravada por Jorge Goulart marcou o Carnaval da época e simbolizou praticamente o final das novas composições desse estilo.
Nos anos seguintes, elas rarearam cada vez mais, sem ocorrer uma renovação mais efetiva.