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Kid Vinil, o herói do Brasil

Não há palavras para descrever sobre a perda de Kid Vinil, nome artístico de Antonio Carlos Senefonte, que faleceu no dia 19 de maio de 2017, aos 62 anos, depois de permanecer internado em São Paulo.

Ele passou mal há cerca de um mês, logo após uma apresentação na cidade de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais.

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Nasceu em Cedral, no interior de São Paulo, em 10 de março de 1955. Com o apelido Kid Vinil, ele se destacou com trabalhos como cantor, radialista, jornalista, VJ e DJ. Na verdade, ele representou a continuidade do trabalho de um outro pioneiro – o radialista e DJ Big Boy, que, como Kid, trazia sempre novidades musicais frescas do exterior e conhecia a história da música pop e do rock como ninguém.

Isso em uma época em que a disseminação da cultura pop enfrentava grandes barreiras geográficas porque não existia ainda a internet.

Big Boy sempre foi ídolo confesso de Kid e sua principal fonte de inspiração como comunicador nas ondas do rádio.

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Uma de suas últimas visitas a Santos aconteceu no dia 8 de abril deste ano, na Feira de Discos de Santos coordenada por Sérgio Dias.

Tive a chance de entrevistá-lo para uma matéria publicada aqui, no Juicy Santos. Mas, na verdade, a entrevista acabou se tornando uma conversa bem animada sobre vários assuntos, um deles foi o comentário de Kid sobre o crescente interesse de jovens pelos discos de vinil.

“Eu realmente não consegui entender como esses jovens se interessam tanto. Mas isso é muito bom, porque o universo do vinil era muito mais rico e mágico do que o do CD propriamente dito”.

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Como comunicador, o barbado ruivo foi responsável por divulgar novas bandas nacionais nos anos 80. Foi um dos primeiros a tocar o single Inútil, do Ultraje a Rigor, por exemplo. E sempre trazia o que de novo acontecia no rock no exterior. Era um cara antenado com o pop e com o rock, em todos os aspectos.

Musicalmente, Kid Vinil se destacou a frente do grupo Magazine (que tinha originalmente o nome de Verminose). Emplacou alguns hits nos anos 80, alguns deles até icônicos como Sou Boy e Tic Tic Nervoso, ambos bastante tocados nas rádios da época, além da versão de Comeu, de Caetano Veloso, gravada para tema de novela da Rede Globo.

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O grupo era, injustamente, considerado um subproduto do rock nacional dos anos 80, quando, na verdade, seus lançamentos continham algo sempre interessante, com um perfume new wave bem diferente do que seus contemporâneos brasileiros faziam na época. Vamos aqui relembrar alguns fatos interessantes de sua trajetória.

Sou Boy – Foi o primeiro hit da banda Magazine. Sucesso instantâneo nas rádios, que contava de forma bem humorada a saga enfrentada por um office-boy durante o dia a dia do trabalho.

Tic-tic Nervoso – Segundo sucesso do Magazine nas rádios. Sucesso ainda maior perante o público, que foi cantado por Kid Vinil até o final em seus shows.

Comeu – Canção de Caetano Veloso regravada pelo Magazine para ser tema de novela da Rede Globo. Kid contou em entrevista na TV que esta gravação foi feita em um curto espaço de tempo, mas mesmo assim se tornou mais um hit nas rádios.

Futil Rock´n Roll – Canção do disco Kid Vinil e os Heróis do Brasil, cuja banda contava com o guitarrista Andre Christovam. Esta aqui foi a primeira que ouvi do disco e gostei logo de cara. O disco inteiro é excelente.

Kid Vinil – Canção em ritmo de samba de Zeca Baleiro, do álbum , de 1997. Uma brincadeira sobre os avanços da tecnologia que observamos no dia a dia, questionando Kid sobre quando é que ele iria gravar CD.

Zeca Baleiro – A resposta para Zeca Baleiro veio em forma de rockabilly, na volta da banda Magazine em 2002. E em formato CD pela gravadora Trama. Foi a vez de Kid cobrar Zeca sobre gravar em LP de Vinil. Sensacional.

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