Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Financiamento coletivo do livro Eu, Empregada Doméstica

Há pouco mais de três meses, a internet conheceu a página Eu, Empregada Doméstica.

São relatos, majoritariamente, de mulheres humilhadas e/ou exploradas durante o horário de trabalho em serviço doméstico.

Por trás da iniciativa, está a santista Joyce Santos, mais conhecida como Preta Rara, rapper e professora de História.

Em menos de 24 horas de existência, a página criada por ela deu luz a uma classe que, normalmente, é esquecida e ignorada. A partir daí, o projeto só cresceu: a Preta foi entrevistada pela Fátima Bernardes, no programa Encontro; esteve em palestras para alunos de Direito e a iniciativa chegou à mídia internacional.

eu, empregada domesticaImagem: Reprodução

Agora, para dar ainda mais força às domesticas do país e, consequentemente, denunciar os abusos cometidos pelos patrões, uma campanha de financiamento coletivo pretende arrecadar fundos para a publicação de um livro.

O objetivo? Levantar R$ 30 mil até dia 24 de dezembro. Desse valor, 13% fica para o site (taxa de uso), 32% será destinado às recompensas e frete de entrega e o restante (64%) vai para a produção do livro.

Entusiastas já podem fazer a doação lá no Catarse. A campanha começou às 15h30 do dia 25 de outubro.

Sobre o livro Eu, Empregada Doméstica

A narração traz a história da rapper Preta Rara contada por meio de dois planos de ação, no espaço e no tempo: vozes por detrás dos relatos recebidos ilustram o plano da ‘realidade’, em paralelo ao plano do universo psicológico dos desejos e pensamentos.

A narrativa contará quem são essas mulheres e como lidam com as suas relações sociais e familiares.

Em determinados momentos da história, não será possível distinguir se a história pessoal da rapper é a de sua própria mãe, ou de outras personagens ilustradas pelos traços da grafiteira Nenê Surreal.

O universo psicológico dos desejos e pensamentos das personagens serão criados pela artista plástica Ana Maria Santana, cujo desenho possui influência cubista abrasileirada pela arte naif.

O livro Eu, Empregada Doméstica deve ser entregue em maio de 2017.