Clique aqui e confira também nosso tema da semana

Meca Santista faz 20 anos e já virou patrimônio gastronômico de Santos

Como surgiu e onde comer o prato que é símbolo da cidade

Tempo de leitura: 4 minutos

Enquanto São Paulo tem o virado e Minas tem o pão de queijo, Santos tem a Meca Santista, uma combinação pensada para ser prato oficial da nossa cidade com ingredientes escolhidos a dedo. Que a Meca Santista é o prato com a carinha de Santos todo mundo sabe. Mas você conhece a história do sabor caiçara oficial?

www.juicysantos.com.br - Meca Santista completa 20 anos a receita que virou patrimônio gastronômico de Santos
Foto: Meca santista da Cantina Babbo Americo

Essa história começa em 2005, quando a Prefeitura de Santos, em parceria com a Universidade Católica de Santos e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira (SinHoRes), decidiu criar algo que a cidade ainda não tinha: um prato típico que representasse verdadeiramente a essência santista. A missão foi entregue ao chef e professor de gastronomia Rodrigo Anunciato, que não imaginava estar criando o que se tornaria um patrimônio gastronômico.

A gastronomia já corria nas veias de Rodrigo, neto de Ofélia Anunciato, uma das pioneiras dos programas de culinária na televisão brasileira. Ofélia começou sua trajetória na TV Santos, em 1958, e depois passou pela TV Tupi e TV Bandeirantes, onde conquistou um programa próprio, o “Cozinha Maravilhosa de Ofélia”, que permaneceu no ar por três décadas.

A receita da identidade

A escolha dos ingredientes não foi casual. A meca, igualmente conhecida como espadarte, é um peixe nobre que muitos consideram a “picanha do mar” devido à sua textura macia e sabor marcante. Já a pupunha e a banana são ingredientes tipicamente caiçaras, remetendo às origens da culinária regional. A combinação representa perfeitamente a Santos que conhecemos: uma cidade portuária, mas com raízes profundas na cultura litorânea.

Em 25 de outubro de 2005, durante um workshop que reuniu cerca de 40 profissionais da área gastronômica, a receita teve sua apresentação oficial. O que começou como um projeto institucional rapidamente ganhou as ruas, os restaurantes e o coração dos santistas.

A Meca Santista leva:

  • filé de meca grelhado
  • risoto de pupunha
  • farofa de banana

“Recebi uma pesquisa feita com turistas, apontando que a meca, a banana e pupunha eram os três ingredientes que, na opinião deles, mais tinham a ver com Santos. Em dois dias, criei o prato e o apresentei durante o evento”, relembra Anunciato.

Mais que um prato

O que faz da Meca Santista especial não é apenas a harmonia entre seus ingredientes, mas o que ela representa. Em um mundo globalizado, onde as culinárias se misturam e as tradições locais às vezes se perdem, este prato conseguiu criar uma identidade única para Santos. É a prova de que é possível inovar respeitando as tradições e criar algo genuinamente nosso.

Vinte anos depois, a Meca Santista permanece inegavelmente relevante. Em tempos de valorização da gastronomia regional e do turismo gastronômico, o prato criado pelo chef Rodrigo Anunciato se mostra mais importante do que nunca. É a prova de que Santos soube criar sua própria tradição culinária, respeitando seus ingredientes locais e sua história.

A Meca Santista representa muito mais que uma refeição. É memória afetiva e identidade, é a certeza de que Santos tem sabor próprio. E que esse sabor chegou para ficar.

Onde provar

Cada restaurante faz a receita um pouco diferente, de forma única e com as características do estabelecimento. Dessa forma, é possível experimentar várias mecas diferentes, com particularidades únicas.

Uma das versões da Meca Santista pode ser encontrada no Babbo Americo (Av. Ana Costa, 404, Gonzaga). Mesmo sendo uma tradicional cantina italiana, o Babbo oferece uma grande variedade em seu menu, respeitando a culinária local que se soma às tradicionais massas de seu cardápio.

Avatar
Texto por

Contato