Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

9 dicas para 9 meses de gravidez

Em abril, fiz 30 anos.

Ganhei uma festa surpresa incrível (dos anos 80!) organizada pela minha sogra e pela minha mãe. Dancei pra caramba com meus amigos, bebi bons drinks e me diverti muito.

Mas o presente mais legal chegou apenas uma semana depois. Descobri que estava grávida.

9 dicas para 9 meses de gravidezLud, eu e Aline, as 3 do Juicy Santos, no chá de bebê da Filipa

Foi tudo tão divertido e tranquilo que queria compartilhar com vocês, meninas que leem o blog e estão grávidas (ou pretendem engravidar), as coisas bacanas que rolaram durante esse tempo e que fizeram dessas 40 semanas as mais legais da minha vida.

Fui a show em SP, organizamos Bazar dos Blogs e Juicyday 6, trabalhei todos os dias sem faltar e até fiz mudança do meu antigo apartamento para uma casa no 8º mês de gestação.

Aqui estão minhas 9 dicas para 9 meses de gravidez.

Eu (meio que sabia) que estava grávida 

Todo mundo tem sua história pra contar. A minha é essa aqui.

Estava esperando minha avó na portaria do prédio dela numa quarta-feira quando três borboletas começaram a voar ao meu redor (!), parecia magnetismo. Achei bizarro aquilo. Sei lá, a gente raramente vê borboletas na cidade hoje, né? Quanto mais no Gonzaga…

Não sou uma pessoa supersticiosa. Mas pensei que, de repente, o universo tava jogando ali pra mim uma charadinha com aquelas borboletas praticamente me atropelando. Comprei o teste na volta do trabalho, fiz, deu positivo. A partir daí, foi aquele misto de alegria, dúvida, medo, vontade de contar pra todo mundo que milhões de mulheres já descreveram melhor do que eu. Todo dia era uma novidade, um turbilhão de emoções…

Não falei muito sobre isso aqui no blog porque não era o foco. Além disso, odeio pessoas monotemáticas, aquelas que se prendem a um assunto e para quem não existe mais nada além daquele tema. Queria manter minha rotina o máximo possível (mesmo com todas as mudanças que viriam – e vêm ainda – pela frente) e o blog era parte disso.

Atividade física

Faço algum tipo de exercício físico desde que era adolescente, em maior ou menor grau de dedicação. Confesso que não estava na minha melhor forma quando descobri a gravidez, mas foi importantíssimo continuar treinando para não engordar exageradamente nesse período. Meu obstetra pegou muuuito no meu pé para que o ganho fosse mínimo e a bebê também ficasse no peso normal. E deu certo: foram só 9 kg.

Nada disso seria possível sem a Bebé, que já era minha treinadora antes da gravidez e que adaptou meus treinos à nova situação. Parei de correr e fiquei só com a caminhada – mas nada daquela coisa de desfile na areia da praia. O negócio era elevar a frequência cardíaca até uns 130 bpm (claro que isso varia de pessoa pra pessoa), como se meu corpo entendesse que estava correndo.

Nos primeiros 3 meses, pegamos leve, só com alongamento e pouca coisa de tronco. No segundo trimestre, que é quando geralmente as gestantes se sentem melhor, fiz ótimas sessões de musculação, caminhei muito na praia (e onde mais conseguisse encaixar uns passinhos) e continuei com o alongamento. No final, confesso que me irritava em fazer séries com pesos de 2 kg. Mas é assim, gente! Tem um outo ser ali na barriga dividindo a energia com você, a disposição diminui muito.

O importante é que eu vou ter uma vida inteira pela frente pra treinar e decidi que não precisava exagerar nessa época. Esse esquema funcionou muito bem pra mim e me deixou com sensação de missão cumprida, sem cansar demais.

Cremes para gestantes 

Sou muito fã de cremes e afins, então obviamente não poderia deixar de cuidar da pele na gravidez.

Experimentei algumas opções nesses 9 meses e vou falar um pouco sobre cada uma. Claro que não dá pra saber o resultado a longo prazo ainda, mas vou comentar minhas impressões.

Payot Maternité – muita gente me indicou esse creme e falou que ele era maravilhoso, foi o primeiro que comprei antes mesmo de a barriga começar a crescer. O preço merece uma pesquisa – comprei por quase R$ 60 na Perfumaria 2000 (Gonzaga) e depois vi exatamente o mesmo produto por R$ 39,90 na Renner – ódio define. Achei ele um pouco melado, então costumava passar à noite, quando ia ficar em casa. O cheiro não me agradou, mas isso é bem pessoal. O custo-benefício é ótimo, se você não for extorquida como eu…

Natura Mamãe e Bebê emulsão auxiliar para prevenção de estrias – também tem um preço bom (R$ 41,90) e às vezes vem em promoção no catálogo. Gostei do cheiro. A embalagem é meio difícil de usar até o final e achei que ele acabou rápido.

Biotherm Biovergetures – esse eu ganhei de presente do meu irmão, porque não sou maluca de gastar R$ 200 em creme aqui no Brasil. Mas preciso admitir: o danado era bom. Secava muito rápido, então era ótimo pra colocar antes de sair pro trabalho e não tinha cheiro nenhum. Realmente, o único inconveniente é o preço. Mas se você vai viajar ou tem alguém conhecido indo pro exterior, vale a pena encomendar.

creme para gestantes mamie bella o boticário

Mamie Bella, O Boticário – outro cheiro que curti por ser bem suave e secar rápido. Apesar do preço meio salgadinho (R$ 57), tem uma embalagem generosa e dura bem. Outra coisa legal é que ele pode ser usado também no pós-parto.

E aí, quem tem mais alguma dica de creme para gestantes?

Usando minhas roupas

Entrei na gravidez determinada a não gastar dinheiro com roupas de gestante. Até que os modelos atuais são bacanas e  dá para encontrar coleções interessantes para grávidas na Renner e na Riachuelo. Mas, como falei anteriormente, não podia engordar muito e nem queria encalhar peças desse tipo no armário e ter que me desfazer delas depois.

Me propus esse desafio de não comprar nada e aproveitar as roupas que já tinha. Várias amigas que são mães disseram que não ia conseguir. Mas a Érica Minchin me incentivou e me deu várias ideias de como usar o meu armário (já abarrotado de coisas) a meu favor sem fazer novas aquisições.

O que eu fiz foi me virar com os vestidos (acho que foram uns 10) que já tinha, usando com meia-calça nos dias mais frios e mudando apenas os acessórios. Também aproveitei para fazer sobreposições com camisa jeans, xadrez, jaqueta, etc.

A questão das calças foi mais complexa, porque, como decidi não comprar jeans de gestante, acabei passando a gravidez inteira revezando 2 leggings pretas da Hering e 2 calças estilo pantalona de yoga, uma cinza e uma preta. O truque para não ficar com aquele look “acabei de sair da academia” é sempre usar blusas mais arrumadas com esse tipo de calça de “ginástica”, além de complementar com colares, cintos, pulseiras, brincos e, claro, um sapato bacana.

No fim da gravidez, acabei ganhando um vestido da minha mãe para o chá de bebê. Ainda bem, porque minhas roupas ficaram bem judiadas nesse período. Comprar roupas de gestante em Santos é um desafio, porque só conheço 2 alternativas: a Mammy Store (Rua Sergipe, 5, Gonzaga) e a Loja da Fábrica Gestante (Shopping Parque Balneário, 1º piso).

Resumindo: consegui passar a gravidez inteira sem comprar roupas e estou super animada para comprar roupas novas quando couber num manequim 40 novamente… hahahaha

Overdose de informação

Sou jornalista e, claro, gosto de devorar informação sobre tudo o que me interessa. Na gravidez, não poderia ser diferente.

Comecei a ler inúmeros blogs de maternidade, como Potencial Gestante, It Mãe e Bebê Natureba (da minha amiga Tamine Maklouf), para citar só alguns. Fiz o curso online de gestantes do Bebê.com.br e da revista Crescer (aliás, passei a ser assinante dessa revista no lugar da Glamour), baixei alguns aplicativos no iPhone, como o What to Expect, e meu e-mail ficou entupido de tanta newsletter que eu assinei.

Também li 2 livros – o clássico A Vida do Bebê, do Dr. Rinaldo de Lamare, e O Primeiro Ano do Bebê Mês a Mês.

Na TV, assisti de tudo, desde o trash Eu Não Sabia que Estava Grávida (Discovery H&H) até o emotivo Boas Vindas (GNT). Pra descontrair, comecei a acompanhar a comédia Up All Night (Universal Channel) que mostra um casal meio porra louca (Christina Applegate e Will Arnett) em dúvida sobre mudar seu estilo de vida depois da chegada do bebê. Ah, e tem a Maya Rudolph sensacional como a melhor amiga da protagonista.

up all night

Ou seja, em teoria, estou preparada para qualquer coisa que a maternidade me apresente (note bem, EM TEORIA! ahahahahahahaha).

Roda de Mães

Gostei muito de participar da Roda de Mães, organizada pela Adriana Vieira. É um evento que acontece sempre na primeira segunda-feira de cada mês que reúne grávidas e mães para uma palestra bacana com um especialista. São abordados temas como amamentação, cuidados com o recém-nascido, nutrição na gravidez, etc. Antes da apresentação tem aula de yoga aberta, que também é uma delícia.

Era muito legal tirar dúvidas e conversar com as outras futuras mamães.

Rafael e eu também fizemos o curso de preparação para o parto da Namaskar Yoga. Recomendo muito! É ótimo para ganhar confiança e ver que o parto e a chegada de um bebê não são motivo de ansiedade ou estresse, mas sim de uma alegria imensa. Por causa desse curso, reforcei minha decisão de tentar o parto normal. Por enquanto, está tudo certo para acontecer desse jeito. Vamos ver o que me espera…

Conexão com o bebê

Estar grávida é a tradução mais verdadeira do “nunca te vi, sempre te amei”. A gente não sabe explicar o apego enorme – e que só cresce a cada dia – por aquela mancha preta na ultrassonografia, mas esse amor passa a tomar conta de você.

Criei um ritual para me conectar com a Filipa que tem a ver com o que eu gosto de fazer e espero que ela goste também quando estiver aqui fora: colocava minhas músicas favoritas pra tocar no fone de ouvido e prendia ele na barriga enquanto assistia TV ou fazia posts no blog. Foi por causa da músicas que senti ela mexer pela primeira vez. Achava  engraçado que ela respondia aos estímulos de algumas faixas e não de outras.

É muito legal imaginar que ela nem nasceu ainda e já tem gosto próprio…

Compras online

Fiz a maior parte do enxoval online. Saí até em matéria de revista por causa disso. Sem brincadeira, 70% das coisas veio da internet – desde o carrinho (comprado na Amazon e trazido dos EUA para o Brasil pela minha sogra!) até fraldinhas de pano. Os outros 30% ganhei de presente.

Quando descobri que estava grávida, já comecei a comprar, até antes de saber o sexo.

Comprei roupas, mantas, cômoda, fraldinhas e até cabides infantis nas mais diferentes lojas – desde clubes de compras, tipo Coquelux e Superexclusivo, até designers independentes do Etsy e do Tanlup. A decoração do quarto da Filipa é baseada num adesivo comprado no Ebay.

Essa foi a forma que encontrei para facilitar minha vida e montar um enxoval com peças bem diferentes, que fugissem um pouco daquela ditadura do cor-de-rosa para meninas. O bacana de comprar assim é que, na gestação, a gente já não tem muita paciência pra ficar batendo perna em shopping ou centro da cidade. A comodidade é enorme! Dá para comprar online no domingo, no feriado, no intervalo do almoço no trabalho, à noite…

Aprendendo a pedir ajuda

Sou uma pessoa que raramente pede ajuda, gosto de fazer tudo sozinha. É, admito, sou meio centralizadora. Mas, durante essa gravidez, entendi que preciso de outras pessoas ao meu redor dando uma força, mesmo que ache que não.

Não se acanhe em pedir uma carona na volta do trabalho para não pegar o ônibus ou filar um almoço de sábado na casa da sogra se você não tem a menor condição de cozinhar. Deu aquela vontade de fazer xixi? Entre em qualquer estabelecimento e eu duvido que não deixem você usar o toilette. A fila preferencial agora é sua melhor amiga, acostume-se com isso.

Existe um ditado em inglês perfeito para essa situação: “it takes a village to raise a child”. Ou seja, é necessária toda uma comunidade de apoio para criar um ser humano ético, simpático, de bem com a vida. E isso começa antes mesmo desse bebê vir ao mundo. Mas, se a gente não aprender a pedir ajuda, tudo fica mais difícil.

Delegar é a palavra de ordem (mesmo que eu tenha uma dificuldade monstruosa em fazer isso).

Então, caros leitores, chegou a hora de dizer tchau por um tempo. Vou me ausentar do Juicy Santos temporariamente para o nascimento da Filipa. A Aline e a Lud continuam por aqui, com o reforço da Letícia Rossi, que é leitora e sempre participa dos nossos eventos.

Até logo!