Texto porJuicy Santos
Santos

O primeiro passeio de VLT a gente não esquece…

Segunda, 18 de maio de 2015: meu primeiro passeio no VLT. Pode soar até infantil, mas lembrei-me da primeira vez que andei de Metrô, em São Paulo.

VLT da Baixada Santista em testes

Sim, andar num VLT é como andar de Metrô. Sério, não há muita diferença. O “nosso” tem ar condicionado, as estações são anunciadas uma a uma. Há o sinal indicando o fechamento das portas. Só que o daqui anda nas ruas. Bom, quase isso. Mas, cruza os carros e motos, está ali, a poucos metros dos pedestres. E, por não andar no subterrâneo, acaba sendo uma atração, parte da paisagem.

O projeto do VLT da Baixada Santista de certa forma é simples. Pra começar, o trajeto segue os antigos trilhos da extinta Estrada de Ferro Sorocabana.

Serão 22 unidades do Veículo Leve sobre Trilhos, que poderíamos comparar a um grande bonde moderno. Sim, tivemos bondes aqui. Se não houvesse a interrupção do sistema em 1971, quem sabe os bondes teriam sido aperfeiçoados, e terem sido criadas vias exclusivas e o VLT já estaria aí há tempos?

Voltando ao VLT Santos/SV… Estão previstas expansões e derivações. Mas a etapa em andamento ligará a Esplanada dos Barreiros, que é uma área antes da ponte que liga a Ilha de São Vicente à área continental vicentina, até o bairro do Macuco, na nomeada Estação Porto, que na verdade fica na esquina das avenidas Senador Dantas e Conselheiro Rodrigues Alves. Pena o VLT não atravessar a ponte e chegar aos populosos bairros continentais de São Vicente. Pena o VLT não avançar além da Estação Porto e, de fato, chegar ao Porto de Santos.

www.juicysantos.com.br - vlt baixada santistaOlha o VLT ali no fundo na estação Emmerich

O trajeto em terras santistas sofreu uma alteração: ao invés de percorrer a área da antiga Sorocabana, irá circular no canteiro central de uma nova e larga avenida General Francisco Glicério, o que causou certa polêmica, e assim, as obras sofreram paralisação. A justificativa do VLT na parte central da avenida é haver menos problemas com conversões à direita dos veículos no sentido José Menino, e otimizar o fluxo do trânsito, inclusive o tempo de percurso do VLT.

Detalhe: a futura garagem e as oficinas ficarão no Macuco, em Santos, após a Estação Porto. Então, enquanto não houver a ligação entre a garagem e o restante da linha, não poderá haver o funcionamento do sistema. Os trilhos avançam, estações vão surgindo, e até a Rodovia dos Imigrantes ganhará um novo viaduto para que o VLT passe por baixo, sem haver a longa interrupção no trajeto devido a um semáforo demorado.

Hoje temos em São Vicente três VLT’s, importados da Espanha, que eu prefiro chamar de protótipos por servirem aos testes (os demais 19 serão de fabricação nacional), alguns quilômetros de via e algumas estações. Mas isso já causa grande entusiamo pela população. Pessoas sorrindo e, com orgulho, andam nos veículos, num sistema de visita controlada, em três horas de funcionamento nos dias úteis. “Quem disse que não ia ter? Já temos VLT!”. “Show de bola esse VLT”.

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O que virá a seguir é o avanço do VLT rumo a Santos, que provavelmente chegará em pouco tempo até o Canal 1, e para isso passará por baixo do Morro do José Menino, onde havia um túnel da antiga ferrovia, que teve que ser ampliado e alargado para comportarem as duas vias do VLT. No lado oposto, haverá o avanço em direção a Ponte dos Barreiros.

À população resta aguardar e exigir a liberação das obras em Santos, para podermos receber os nossos 19 VLT brasileiros em condições de um transporte seguro, rápido, elétrico e não poluente, e digno para a população.

O VLT Baixada Santista também exigirá uma grande mudança nas atuais linhas de ônibus, que irão “alimentar” o VLT. Os ônibus terão novos itinerários e muitas linhas serão extintas.

Se depender do entusiasmo e recepção da população nesse período de testes, que deverá se estender até o final de 2015, o VLT será um sucesso.

By: Emilio Pechini