Coleção de postais antigos de Santos

Uma Avenida Ana Costa praticamente destituída de prédios. Navios que trouxeram os imigrantes que ajudaram a construir o Brasil. Carros antigos circulando pelo centro da cidade, dividindo espaço com os bondes.

Essa Santos antiga, aquela que conhecemos pelos relatos dos nossos pais, avós e bisavós, continua viva hoje por causa de pessoas como Giacomo Albanese.

O engenheiro civil paulistano é um colecionador inveterado de várias coisas, como pôsteres, brinquedos, carros, objetos de arte, barcos, etc. Mas uma de suas coleções ocupa espaço de honra no apartamento (e no coração): o de postais antigos de Santos.

O primeiro cartão postal de Santos foi comprado na feira de antiguidades do MASP no fim dos anos 90. A imagem retratava o navio Augustus, embarcação em que o patriarca da família Albanese chegou ao Brasil no Porto de Santos vindo da Itália nos anos 1940.

Começava, ali, uma grande paixão.

No início, Giacomo se dedicou a encontrar postais de navios. “É porque os colecionadores dividem seus interesses de forma bem específica”, explica. Temas diferentes, como ônibus, ou um país específico, como Brasil, são alguns exemplos.

A paixão por Santos, cidade em que seu pai lecionou por muitos anos, fez Giacomo mudar o foco de sua coleção para tudo o que tivesse a ver com a cidade. Hoje, ele tem a uma das maiores coleções de cartões postais antigos de Santos do Brasil. 

São 300 exemplares originais produzidos entre o fim do século XIX e os anos 1940, comprados em feiras de antiguidades, de outros colecionadores e, pasmem, no Ebay. O mais valioso deles mostra o hidroavião Jahu chegando pelo mar em Santos em 1927 – um verdadeiro acontecimento na época. Alguns deles são obras de arte pintadas à mão, em uma época em que não existia Photoshop…

Uma curiosidade: para quem coleciona, os postais escritos e enviados, com selo e carimbo, são mais valiosos do que aqueles que nunca foram usados. Alguns cartões podem chegar a R$ 1.000 no mercado!

O amor de Giacomo e sua família por Santos é tão grande que eles mantém um apartamento por aqui – que abriga várias de suas coleções e peças – e já passam quase mais tempo no litoral do que em São Paulo.

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