Texto porLudmilla Rossi
Santos

Óleo de coco natural para cabelo

Eu estava cética. Juro. Tenho preguiça desses modismos, da hipsterização da vida saudável a qualquer preço. McDonalds para mim é uma solução do problema de tempo da vida cotidiana – mesmo no caos dá pra incluir molho especial e gergelim. Comer só salada e vegetais não faz a vida de ninguém mais feliz. Quando falo do óleo de coco natural para cabelo, pense na seguinte cena: numa mão um copo de Coca-Cola cheio de caramelo IV hidratando minhas células. Na outra mão, um pote de meio kilo de óleo de coco trabalhando pelo meu cabelo. Assim começa esse ritual.

O óleo de coco é um presente da natureza para os nossos cabelos. Se você nunca usou, considere. Um elixir do paraíso que coloquei na cabeça graças a Internet. Vi gente do mundo orgânico/healthy/foodie falando da diversidade de usos do produto. Desconfiei. Paguei pra ver.

Quando se trata de cabelo, a gente paga né?

Fiquei intrigada e pensando que, se muitos cosméticos tem óleo de coco na composição, imagine usar o produto puro, 100% in natura. Apesar de alguns dermatologistas conspirarem contra (por questões óbvias) o produto é de fato uma maravilha. Sem qualquer exagero, o óleo de coco natural é DE LONGE a melhor coisa que já usei no meu cabelo.

Explicando a questão: desde 2005 até hoje tive as seguintes cores de cabelo: castanho, preto, loiro, ruivo, castanho, mel, loiro cinza com luzes, castanho e ruivo. Ou seja, peguei pesado e judiei MESMO. Sem dó. Sem contar os cortes inúmeros. Como meu cabelo cresce muito rápido, fui do chanel curtíssimo ao repicado maluco. A tesoura nunca me intimidou e acho que ela ajuda o cabelo a não ficar com um aspecto detonado.

Mas ele fica.

Não adianta. Apesar de quase todo cabelereiro reforçar a “textura de superação” que meus cabelos tem, em muitos momentos ele ficava com uma textura seca. Especialmente porque em alguns momentos ele não ficava bacana sem alguns produtos bons (e caros) e secando ao vento.

A tinta ruiva detonou meu cabelo mais do que a água oxigenada do loiro. Mudou a textura, deixou bem mais ondulado do que quando era natural.

Testei muita coisa: Kerastase, Redken, Schwarzkopf. Óleo de coco dá um baile nessas máscaras.

Como usar o óleo de coco?

A burocracia é ZERO.
Compra o pote, separa mecha a mecha, sem muito ensaio.
Passa o óleo de coco no cabelo todo, mecha a mecha.
Quando estou sem paciência, de uma vez só.
Quando estou sem sono, deixo por duas horas e lavo.
Quando estou com sono, faço um coque e durmo com ele.
Meu travesseiro não reclama, meu marido ás vezes.

Mas o cabelo, no dia seguinte, compensa.

Na manhã seguinte, passo o shampoo por cima do óleo de coco. Na raiz com mais intensidade (em alguns casos, passo 2x vezes). Nas pontas, menos shampoo.

Para um efeito mais bacana é melhor usar um shampoo vegetal, livre de petrolatos. Aqui tem mais informações sobre esse assunto. Os petrolatos impedem que o óleo de coco tenha os efeitos cumulativos no cabelo, que é uma das melhores coisas que ele pode oferecer.

Depois seco, sem modelar muito. Apenas para secar o cabelo e prender sem umidade.

Rápido, simples e mega barato.

Um pote de 500 gramas de óleo de coco custa menos de R$ 50. Meio kilo por R$ 50. Basta comparar com um pote de Kerastase ou Redken para cair de costas (em média R$ 150 por 250 gramas).

A embalagem ruim

Se é pra citar o lado ruim do óleo de coco quando falamos de cabelo, é a embalagem. Por ser geralmente vendido como um produto de cozinha e não como cosmético, a embalagem não é das melhores. Comecei usando com uma colher e colocando na palma da mão. Mas vi que a chance de contaminar o produto, mesmo lavando bem a colher era latente, além de uma sujeira chata em dias desastrados.

Tive a ideia de fazer um upcycling. A Mahogany, marca que amo de paixão tinha uma linha antiga de hidratantes que vinham num pote de vidro com válvula. Esperei meu hidratante acabar e enchi o pote com o óleo de coco. Zaz! Coloquei o produto num pote de cosmético, resolvendo a questão de forma definitiva.

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Uma salvação nas férias de verão

O verão vem aí e talvez, graças ao óleo de coco o meu cabelo passe ileso por ele. O cabelo ruivo sofre muito depois de uma semana de praia – além de desbotar fica uma palha. Vou usar o óleo de coco intensamente pra evitar que isso aconteça.

Onde encontrar óleo de coco

Vi o óleo de coco para vender em muitas lojas virtuais. Mas acabei encontrando em Santos, mesmo. Vá em qualquer loja de produto natural – aqui no blog AMAMOS a Nação Verde – e pergunte sobre o óleo de coco 100% virgem e prensado a frio. A única marca que usei até agora foi a Copra, e fiquei bem satisfeita. Paguei R$ 42 no pote de 500 ml.

Os efeitos do óleo de coco natural no cabelo

Uma listinha do que senti, depois de 30 dias usando o produto

  • O cabelo fica mais pesado no melhor dos sentidos. É estranho falar dessa forma, mas parece que ele dá uma encorpadinha, ganhando mais balanço
  • As pontas ficam mega com brilho, coisa que fazia tempo que meu cabelo não tinha
  • É mais fácil secar. Não sei exatamente a razão
  • É libertador não depender de um produto caro, que geralmente passa pelo dólar pra ser vendido por aqui
  • É fácil mesmo sendo caseiro (tenho preguiça de misturar Bepantol com azeite mais abacate e saliva do sapo boi do Himalaia…)
  • É livre de químicas. Ok, eu pinto o cabelo e tomo Coca-Cola, mas é uma coisa a menos na lista
  • O cheirinho é muito bom. Uma piña colada na praia.

Ah, e não é só isso…

A querida Ju Goes fez um video muito legal explicando várias formas de usar o óleo de coco. Dá o play pra saber que o óleo de coco funciona como demaquilante, leave-in, hidratante e mais. 😉

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