Texto porRita Zaher
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Entrevista de emprego: como as emoções podem ajudar

Se você pensa que as emoções jogam contra você e que só atrapalham no momento de ingressar no mercado de trabalho… você está errado!
Suas emoções podem ser suas aliadas e companheiras de fé nos melhores e piores momentos de sua vida, basta que você consiga interagir bem com elas.

E isso vale para sua próxima entrevista de emprego.


Pra inicio de conversa, vamos falar sobre o que é emoção…e lá vem a resposta mais comum: Tudo o que eu sinto, certo?

ERRADO de novo!

Se eu beliscar seu braço ou pisar no seu pé, você terá o desconforto da dor mas não uma emoção.

Emoção envolve movimento ou pelo menos toda uma mobilização do nosso corpo para isso. Seria mais ou menos aquilo que te deixa com a cabeça tonta, sem conseguir pensar direito, aquilo que provoca reações físicas, descontrole do corpo, etc. e é justamente por isso que precisamos falar sobre ela, porque ela pode virar um fantasma descontrolado ou um bichinho de estimação, tudo vai depender de como trabalho alguns fatores.

Em um artigo anterior que escrevi abordei a questão da emoção como sendo algo que herdamos da época dos nossos antepassados que viviam nas cavernas. As emoções eram realmente uma arma a nosso favor para a sobrevivência, luta ou fuga. Porém nos desacostumamos e passamos a servir ao invés de sermos servidos por ela.

Para explicar como todo o processo cerebral acontece eu demoraria um bom tempo e penso que vocês podem não estar interessados, sendo assim, vou me ater às questões que envolvem o mercado de trabalho.

As emoções no mercado de trabalho

Aparentemente esse tema é meio nebuloso e até desinteressante. Afinal, o que tem uma coisa a ver com a outra? TUDO!
Hoje as empresas pararam, finalmente, para olhar para as emoções e tentar cuidar delas.

Será que é porque as pessoas estão adoecendo mentalmente no mercado de trabalho? Eu acho que sim!

Mesmo assim estamos ainda muito longe das grandes empresas que já lidam com o assunto há um tempo e vem colhendo resultados incrivelmente ricos. Inclusive começando na entrevista de emprego.

Jovem confiante e entrevistador

Vamos ligar o desembaçador e tirar a neblina desse assunto que muitas vezes é um tabu para todos.

O mercado de trabalho anda muito interessado em como você se comporta e não somente em onde você se formou ou que habilidades técnicas domina.

Sabemos, e o mercado mais ainda, que as pessoas podem aprender as técnicas com mais facilidade do que aprender comportamentos. Como então poderíamos nos destacar utilizando estrategicamente nossas emoções?

Se você for um seguidor do Juicy Santos, pode ter lido um artigo onde escrevi sobre as emoções e nele eu afirmo que não é possível controla-las mas é possível gerenciá-las.

Gerenciar significa olhar para ela de maneira preventiva, já sabendo os estragos que podem surgir caso saiam do controle. E sabe desde quando isso é observado? Desde sempre!

Neste artigo iremos falar sobre as emoções antes de você entrar no empresa mas é fundamental você entender a importância que elas tem para te manter no mercado de trabalho também. Como esse não é o nosso foco, falaremos sobre isso em outro artigo ok?

Na frente de um bom entrevistador

Tenho uma amiga-irmã, a Eliane, que sempre me dizia isso no inicio da minha carreira: “De corpo e alma na frente de um bom entrevistador”.

Esse deveria ser o lema de todos que querem entrar no mercado de trabalho: sentar na frente do RH ou do futuro gestor da empresa para poder desempenhar todas as suas habilidades emocionais. E claro, fazer uma excelente entrevista de emprego para ser escolhido(a).

Hoje já falamos em habilidades sócio emocionais e elas já estão sendo desenvolvidas nas escolas e universidades mais antenadas!

Primeiro o papel

Voltando à chance de você sentar na frente de seu entrevistador, precisamos pensar que, logicamente, para que isso existem alguma etapas:

  • Primeiro, você precisa ter um currículo diferenciado, atrativo e que se destaque entre os demais.
    (Não sei se já falei aqui mas tenho uma empresa de Recursos Humanos e já recebi currículo engarrafado e até como capa de um bloco. Esses tiveram 10 em criatividade e com certeza venceram a primeira etapa do processo: a diferenciação).
  • A questão é que você não precisa se sacrificar tanto, ainda mais em tempo de vacas magras
    O que você precisa é destacar suas principais habilidades técnicas em um currículo limpo, ou seja, clean, com informações necessárias e de acordo com o objetivo destacado como almejado. Isso pode ser assunto para outro artigo mas agora quero dar andamento a essa parte, como se o seu currículo via papel ou sistema tenha se mostrado perfeito.

O ataque das emoções

telefone-tocandoTRIMMMMM: TOCOU! Imagine que seu telefone tocou e que do outro lado da linha alguém te da a boa noticia de que a empresa quer conhecê-lo pessoalmente para uma entrevista.

Logicamente, embora essa seja uma etapa já avançada, não significa emprego, mas você sente que está quase lá. Em resposta a isso seu coração palpita e vem aquele frio na barriga.

Você já sabe que as portas podem se abrir ou se fechar e a partir dessa etapa a bola está com você. Isso gera uma baita expectativa e você se mobiliza para o ataque!

Até aqui o sistema emocional está funcionando a seu favor.

Seu entusiasmo ao telefone (sem ser apelativo) pode ser algo muito favorável.

Além disso você adota atitudes concretas que mobilizam seus esforços de maneira racional:

  1. Você anota dia e horário na agenda, sai com bastante antecedência para não correr riscos e, para sua felicidade, fica esperando meia hora para ser atendido. Isso lhe provoca alivio porque sabe que chegar cedo causa boa impressão, mas aquela voz interior que não quer calar fica te massacrando com a possibilidade de não dar certo. Aí as emoções já começam a te atingir literalmente no estômago.
  2. Isso o deixa confuso e muito nervoso você começa a suar frio e quando te chamam para a entrevista você já está tremulo, com a emoção à flor da pele.
  3. As perguntas do entrevistador soam como uma orquestra desafinada aos seus ouvidos e você demora para entender e, consequentemente para responder.
  4. Para piorar sua voz sai tremula e quase inaudível, com palavras meio desconexas que te deixam envergonhado e cada vez mais inseguro.
  5. Seu foco fixa-se na descompensação do corpo, na confusão psicológica e isso o deixa sem chão. Você acha que está demonstrando isso de maneira visível ao entrevistador e isso o faz render ainda menos.
  6. Quando o entrevistador finalmente se despede de você, vem aquele alívio seguido de culpa.
  7. Minutos depois cai a ficha de que provavelmente você foi reprovado em mais um processo.

Coisa do destino?

Poderia sim ser coisa do destino, essa seria a saída menos dolorosa principalmente quando você percebe que pessoas menos qualificadas que você já estão trabalhando e você não consegue seu lugar ao sol. Bem, como o destino é algo parcialmente controlável, você pensa que pode fazer a sua parte e dar uma forcinha para “ele”, a seu favor.

Pensar é o caminho

Pensando

A partir desse dia você começa a perceber melhor seus pensamentos e como eles interferem em várias áreas da sua vida. Embora as emoções pareçam descontroladas, o pensamento, gerador das mesmas, pode ser perfeitamente controlado.

Então você passa a se preparar para as situações difíceis não imaginando o pior mas imaginando as saídas e respostas para as situações emocionais que pode vir a passar de maneira concreta.

Uma delas é que, caso fique nervoso, você pode falar que está nervoso e não precisa disfarçar, afinal, é normal ficar nervos em entrevistas de emprego, ainda mais quando estamos há muito tempo desempregados. Isso afasta o fantasma do “só comigo” e você encara como normal suas duvidas e medos. O que não é normal é mergulhar neles com situações fantasiosas!

A outra contribuição que você passa a fazer com você é lapidar esses pensamentos para as coisas muito boas da situação, ou seja, se estão chamando para entrevista é porque você tem empregabilidade e precisa valorizar isso (se você não valoriza como quer que a empresa te valorize?)

Conhecer-se, auto avaliar-se ajuda muito. Pessoas muito ansiosas tendem a cair nos extremos falando demais ou de menos.

Identificando as emoções

Preocupe-se em ficar calmo e sempre que identificar a ansiedade respirar mais fundo.

Ouça mais do que fale mas não deixe de falar. Fale devagar, demonstrando segurança (mesmo que você não esteja seguro), muitas pessoas fazem isso mesmo sem estar totalmente a vontade mas em função de treino e técnica.

Você pode informar que está um pouco nervoso mas desfoque disso em seguida e foque nas lembranças das situações que quer relata

Pontos fortes

Conheça suas habilidades. Esse é um outro ponto necessário e muito importante. O que você faz bem e qual é o seu talento? Não precisa ser o super top 10 das galáxias mas também não precisa ser humilde demais.

Quando você conhece seus pontos fortes pode explorá-los com segurança, falar deles, relatar situações onde eles apareceram e elevaram seu desempenho. Quantas coisas você faz muito bem e não sabe?
Se você ainda tem duvidas sobre isso pergunte aos amigos, ex-colegas de trabalho e ex-chefes e peça para eles relatarem as situações onde esse talento ficou evidente.

Pontos fracos

Você conhece os seus pontos a desenvolver também? Ansiedade e Perfeccionismo não valem! Você precisa realmente saber o que precisa melhorar mas é importante que já esteja fazendo algo para isso. Assim você fica bem na fita, verbalizando de maneira concreta que possui autocritica e cuida de seu desenvolvimento.

Driblando as emoções

Esse papo poderia ser muito longo mas a real é que: quanto mais conhecer seus talentos, admitir suas fraquezas e medos para você mesmo, melhor pode se preparar para revelar esses aspectos de maneira segura, enfrentando situações aparentemente difíceis mas que se forem preparadas anteriormente podem repercutir em grande sucesso no final!

Não se cobre demais e nem de menos, pense que você tem qualidades próprias e é único no que faz, da maneira que faz.

Se você não ingressou ainda no mercado de trabalho e não tem experiencias para lembrar, olhe para seus dons como algo maior e coloque-se a serviço da vida. Lembre o quanto é bom nas relações com os amigos, nas situações familiares, para que as pessoas costumam te procurar ou pedir sua ajuda.

Isso o fortalecerá e o fará seguro diante das situações onde deverá pontuá-los.

E aí… parafraseando a minha amiga-irmã Eliane, você só precisará sentar na frente de um bom entrevistador!

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