Tombar ou não tombar? Um assunto delicado para os santistas
Um grande amigo me avisou: você já viu a casa da Av. Conselheiro Nébias que está com uma faixa pedindo socorro? Eu ainda não tinha visto e fui lá conferir no dia seguinte. A casa ainda estava lá, com os dizeres: Antigo não é histórico: interesse histórico de quem?
Confira a foto da casa na Rua Conselheiro Nébias 586, em Santos:
A questão parece a seguinte: o imóvel foi tombado, mas o dono da casa não concorda com isso e quer vender. E certamente já tem comprador pois está na justiça há sete anos tentando resolver o engodo.
As frases penduradas na fachada:
“Casa antiga não é casa histórica. O Condepasa tombou nossa casa contra a nossa vontade”.
“Há 7 anos esperamos por justiça. Antigo não é histórico. Interesse histórico de quem?”
“Antigo não é histórico. Moro aqui há 62 anos e não estou devendo nada para ninguém. Espero por justiça. Socorro!!! Alguém nos ajude”.
Questão delicada e a gente quer abrir essa discussão aqui no Juicy Santos.
Estamos vivendo o boom imobiliário em Santos, negócios sendo despejados por conta da venda de terrenos, apartamentos com valores injustificáveis e uma sede imensa pela construção de prédios modernosos e tecnológicos. A humanidade chama isso de “progresso”.
Do outro lado temos jovens com dificuldades de construir seus lares, empresários abrindo mão de negócios e muita gente abrindo mão de suas casas ou imóveis (e sua história) para venda de terrenos.
O caso dessa casa da conselheiro levanta a velha discussão entre resgate e progresso. O caso clássico da cidade é o do Hotel Parque Balneário – muita gente defende que ele deveria estar lá até hoje. Outros concordam com a substituição do mesmo pelo shopping e hotel gerando assim mais negócios para a cidade.
Ao mesmo tempo é importante pensar nessa família da casa da Conselheiro: imagine que eles necessitam vender a casa para resolver um problema de saúde, formar um filho em uma universidade, ou simplesmente a casa não de adequa mais à idade dos proprietários.
Será que a prefeitura não poderia comprar o imóvel (por um valor de mercado) e transformá-la em um espaço público? Santos é tão carente de museus e espaços intelectuais!
Dessa forma todo mundo ficaria feliz: o dono da casa, o Condepasa e a sociedade.
Queremos saber a sua opinião aí nos comentários!