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Antes e depois: Pamela Sernaiotto emagreceu quase 60 kilos

Conheci a Pamela por razões profissionais e logo vi que a história dela precisava ser compartilhada em nossa seção fitness. Não se trata apenas de emagrecer e se preparar para isso. É uma história sobre uma mudança radical de vida, novas possibilidades e o encontro com uma atividade física que se transformou em hobby e prazer. Confira abaixo a história da Pamela!

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“Olá! Eu sou a Pamela Sernaiotto, tenho 28 anos e desde que eu me conheço por gente tenho travado uma batalha eterna com a balança. Eu nunca fui magra, mas algumas decisões importantes na minha vida me levaram a emagrecer 57kg em 2 anos.

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Tudo começou quando eu nasci pesando 5kg, o que contribuiu para que eu tivesse uma infância bem gordinha. Na adolescência não foi diferente, sempre estive acima do peso. Bem acima do peso. Admito que não seja fácil ser uma gordinha em uma sociedade que admira a beleza magra nas pessoas. A “beleza ideal” vem acompanhada de um manequim 38, com 55kg distribuídos em 1,75m de altura, o resto é resto.

Por causa do meu peso, o bullying era cotidiano e acontecia em todos os lugares e em qualquer momento: na escola, na rua, no shopping, e vinha também de familiares e amigos. Muitos acreditam que sofrer esse tipo de agressão durante toda a vida faz com que criemos uma certa resistência a ela, mas comigo não foi bem assim. Cheguei ao ponto de não sair mais de casa por medo de ser xingada ou maltratada na rua e eu detestava passar essa vergonha quando eu estava com meus amigos. Nem preciso falar que eu tentei vários tipos de dietas e medicamentos com promessas maravilhosas, e algumas ilusórias, para redução de peso, né? Quem nunca?

Como nada funcionou, comecei a procurar uma saída mais invasiva. Assim, com 26 anos, pesando 130kg e usando manequim 56, eu resolvi pesquisar sobre cirurgia bariátrica.

A princípio fiquei com medo de tentar algo tão diferente, mas depois de muita pesquisa – e uma vesícula com pedras que eu teria que operar de qualquer forma – cedi à tentação de poder ser finalmente magra e comecei o pré-operatório.

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Confesso que achei o pré-operatório um pouco longo. Levei mais de 6 meses para fazer todos os exames e as consultas necessárias para aprovação da cirurgia pelo convênio médico. Quando você deseja fazer esse tipo de cirurgia pelo plano de saúde, deve atender alguns requisitos básicos para conseguir a aprovação, como, por exemplo, ter um IMC (índice de massa corpórea) acima de 40 – configurando assim obesidade mórbida, exames cardíacos e laudo com aprovação de um cardiologista atestando que você pode realizar a cirurgia sem problemas, exames pulmonares e respectivos laudos, exames e laudos endocrinológicos, dentre vários outros exames necessários para que o seu cirurgião saiba se seu corpo está funcionando bem ou não.

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O plano de saúde também exige que você faça algumas sessões pré-operatórias com seus profissionais de nutrição e psicologia, os quais atestarão seu estado emocional antes da cirurgia e também farão um acompanhamento da sua dieta e evolução no pós-operatório.

Esta fase acabou sendo a mais demorada, pois a demanda era muito grande para poucos funcionários, ou seja, é mais difícil conseguir agendar horários que sejam bons para você. Mas pra quem passou 26 anos da vida sendo gordinha, mais 6 meses de espera não fizeram diferença.

Vocês já ouviram falar naquela expressão “No pain, no gain” que significa “Sem dor não há vitória”? Muitas pessoas pregam que optar pela cirurgia bariátrica é uma forma fácil de lidar com a perda de peso, pois a cirurgia “faz todo o trabalho por você”. Não é bem assim. Quem me dera não ter sentido dor alguma ou não ter que me privar de comer coisas gostosas e conseguir emagrecer mesmo assim. Para aqueles que desejam optar pela cirurgia bariátrica como uma forma “fácil” de emagrecer, pode tirar seu cavalinho da chuva, pois não tem nada fácil nesse pós-operatório.

Pra começar, eu fiquei 3 dias internada após a cirurgia sem beber água! Foram 3 dias sem ver comida ou líquidos. O único alimento que eu via nesse período era o soro e medicamentos intravenosos. Além disso, eu não pude ficar parada para evitar que tivesse trombose e embolia pulmonar, em outras palavras, eu estava muito cansada por não me alimentar, mas tinha que ficar caminhando nos corredores do hospital o tempo todo. Depois desse período internada fui liberada para ir pra casa e continuei tendo que me exercitar a todo momento.

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A partir do quarto dia de cirurgia comecei minha dieta pós-operatória que consistia em beber líquidos em pequenas quantidades. Nada de comida sólida e nem mesmo pastosa. Eu me mantive a base de água de coco e isotônico por 15 dias. Eu me sentia uma esponja absorvendo tanto líquido. Depois disso passei a comer alimentos pastosos como purê de batatas e creme de legumes por mais 15 dias, e continuei me hidratando normalmente.

Quando completei 1 mês de cirurgia, eu já estava 21kg mais magra e comecei a dieta sólida que consistia em comer mais proteínas do que carboidratos e em pequenas quantidades, com intervalos de 2 horas. Com 2 meses de cirurgia, fui liberada para começar a treinar em academia e então comecei a fazer aulas de bike indoor e musculação.

pamela-sernaiotto-antes-depois-5Em nenhum momento eu poderia comer doce ou alimentos gordurosos. Fui privada de tudo o que eu gostava de comer, porém o resultado foi apaixonante: 2 meses se passaram e eu havia emagrecido mais de 30kg.

Apesar de fazer academia, confesso que o que mais me ajudou na recuperação foi a possibilidade de caminhar ao ar livre pela orla da praia. Desde a primeira semana de cirurgia eu resolvi que queria caminhar na praia e continuei com esse hábito sempre para obter o melhor resultado possível dessa experiência e dessa nova vida.

A cirurgia bariátrica fez com que eu mudasse minha maneira de pensar em relação à qualidade de vida. Muitos vícios foram cortados da minha vida ou se transformaram em algo saudável e produtivo. Antes eu não conseguia caminhar 1 quadra sem passar mal e ter crises de pressão alta. Hoje eu treino ‘roller derby’ (esporte de origem norte-americana, sobre patins estilo quad e em alta velocidade) três vezes por semana e ainda faço treinos pesados de musculação todos os dias. Sem contar que minha pressão arterial está regulada e minha saúde não poderia estar melhor.

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Com toda essa experiência pude perceber que se você realmente quer algo deve correr atrás e se esforçar para colher um bom resultado. Eu sempre quis ser magra e hoje eu peso 73kg (e ainda estou emagrecendo), uso manequim 40 e estou extremamente feliz!”

Pamela é advogada por formação e trabalha com conteúdo por vocação.

Ludmilla Rossi
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