O poder na Vila Belmiro: para entender o Santos FC hoje
Fico impressionado como poder (substantivo) e poder (verbo) se misturam no futebol.
Há quem não podia e passa a poder. Às vezes, parece poder demais. Quem se junta, pensa que irá poder também, mas não consegue poder fazer.
Foto: Diário do Peixe
Há uniões que, à primeira vista, poderiam ser impossíveis. A princípio, só parecem. Depois, confirmam que nunca poderiam ter se juntado.
O tempo passa, o poder fazer é sozinho, quando não deveria ser. Quem podia antes e não pode mais, passa a poder buscar uma solução para o que não agrada.
O legalismo é uma forma de poder. Poder buscar um lugar que não havia mais. O legalismo só poderia ser contrariado se atrapalhasse o poder. E pode haver os dois casos.
Com a aprovação inicial, passa a se diminuir o poder fazer. E aquela união, o que faz? Pode brigar mais, dando munição sem poder mais a quem deseja poder fazer novamente.
Onde está o poder na Vila Belmiro?
Assim, o poder estará nas mãos de muita gente. Na hora do voto, em muito breve, o destino do poder será entre quem estava podendo e quem passará a estar podendo. Aí cabe a essa gente que pode – e deve – decidir pensando no futuro do que possa vir.
Dizia aquela música cantada pela Carmem Silva que “o amor é um bichinho que rói, rói”. Eu, longe de ser um compositor, diria que o poder é que rói. E aí se encontra com o verso seguinte da canção: “rói o coração da gente, e dói, dói, dói”.
É uma “vila” de pensamentos. Pelo menos, ainda, o poder pensar é permitido.