Jornalista Thiago Uberreich escreve Biografia das Copas
O jornalista Thiago Uberreich é um apaixonado por futebol e Copas do Mundo. Desde 2005, ele trabalha na Rádio Jovem Pan e, em março de 2016, passou a apresentar o Jornal da Manhã na mesma emissora.
Os Mundiais já faziam parte da sua trajetória – tanto que gosta de elaborar séries especiais sobre o assunto. Em 2010, venceu o prêmio Embratel, categoria Reportagem Esportiva, com a série Histórias das Copas, veiculada nos meses que antecederam o mundial na África do Sul.
Em 2011, levou ao ar a série Vozes do Tri, sobre a conquista da Copa de 70.
No ano seguinte, fez, no mesmo formato, uma homenagem aos 50 anos do bi. Em 2015, produziu A Copa que nunca acabou, sobre o mundial de 1950. Em 2016, conseguiu reunir os áudios na íntegra dos seis jogos da seleção brasileira daquele ano.
Não bastasse, o jornalista possui um dos maiores acervos pessoais de vídeos de futebol do país. São 4 mil horas de gravação, contidas em 2 mil DVDs.
Em meio a tudo isso, as Copas entraram mais ainda na biografia de Thiago Uberreich – e de maneira definitiva – com a autoria do livro Biografia das Copas – O Maior Espetáculo da Terra no Rádio, TV e Jornais (Onze Cultural, R$ 139).
O lançamento acontece nesta terça-feira (12 de junho), a partir das 18 horas, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
E ele contou pra gente a história de como surgiu essa obra de cerca de 400 páginas e os bastidores desse trabalho.
A biografia das Copas
Como e quando surgiu a paixão pelas Copas do Mundo? E pela imprensa nas Copas?
Como qualquer garoto sempre fui fã de futebol. Mas a influência do meu pai foi decisiva. Ele sempre me contava histórias sobre as Copas. E aquilo tudo sempre me fascinou.
Aos 13 anos, eu comecei a comprar livros sobre as Copas e a gravar jogos da TV. Quando eu vi, tinha virado um colecionador de imagens. O interesse pela imprensa veio junto. Virei jornalista e sempre gostei de pesquisar coisas sobre a imprensa.
Quando e como surgiu a ideia do livro? Como foi a busca por uma editora?
No segundo semestre de 2016, eu comecei a fazer uma pesquisa sobre o pool de TV na Copa de 1970.
Pesquisei como aquela Copa, a primeira ao vivo pela TV, foi coberta pelos jornais, rádio e pela própria TV. Coloquei esse material em um blog, chamado Colecionador de Copas. As pessoas gostaram.
Fui fazendo de todas as outras Copas. Eu apresentei o blog ao Mauro Beting e ele, por sua vez, fez a ponte com a editora Onze Cultural.
Pesquisa sobre as Copas
Quanto tempo foi necessário para pesquisa e para escrever o livro? Qual a estrutura adotada? Foram necessárias entrevistas também ou as consultas nos veículos de comunicação resolveram?
A pesquisa eu fui fazendo no material dos jornais na internet, nas publicações minhas mesmo, como revistas, e no meu acervo de vídeo. Foram quase dois anos de trabalho. Eu ia escrevendo e pesquisando ao mesmo tempo.
Como foi a seleção de fotos, bem como do material iconográfico? Muita coisa ficou de fora?
A seleção de fotos foi exclusiva da editora. Não tive muita participação, mas eu fiquei tranquilo.
A Onze Cultural, do Marco Piovan, é especializada em futebol.
Eles sabem o que fazem. Algumas coisas ficaram de fora, sim, como chamadas das emissoras publicadas nos jornais. Tive que reduzir muito isso. O livro estava com quase 600 páginas. Caiu para 400.
O livro fala da cobertura da imprensa brasileira nas Copas. Era uma lacuna a ser preenchida? Afinal, a esmagadora maioria das publicações sobre Mundiais fala, essencialmente, da história de cada competição.
O meu livro fala, claro, sobre a história. Mas a obra tem a preocupação de destacar a cobertura do rádio, da TV e dos jornais.
Acho que era, sim, uma lacuna que existia. E espero mexer com a memória afetiva das pessoas, quando elas relembrarem quais emissoras de TV transmitiram os jogos, quais eram os narradores, etc.
Colecionador de Copas
Você tem o blog Colecionador de Copas, que trata justamente desse assunto. Ele continuará no ar, mesmo com a publicação do livro? Será ampliado com outras informações que certamente constam na obra?
O blog, como eu te disse, é o embrião do livro. O livro é muito mais completo do que o blog. Eu pensei em tirar do ar, mas acho que não vou fazer isso!
Qual a parte do livro que você mais gosta? E qual você acha que o leitor vai gostar mais?
Eu gosto muito de 3 capítulos: da Copas de 50, 70 e 82. Acho que são os mundiais que eu mais fiz pesquisas, assisti aos vídeos dos jogos. Aliás, a Copa de 50 foi tema do meu trabalho de conclusão do curso da faculdade, em 1999.
Qual informação te surpreendeu ao longo da pesquisa? E qual a (ou as) mais difícil (ou difíceis) de encontrar ou confirmar?
Acho que a informação mais surpreendente talvez foi a quantidade de jogos transmitida para o Brasil em 1970. De 32 jogos, apenas 11 foram transmitidos ao vivo para o Brasil.
Muito pouco, na comparação do excesso de informação que temos hoje.
O livro também traz todas as fichas dos jogos do Brasil e das finais (claro, quando o Brasil esteve presente). Eu faço também um resumo de cada jogo das outras seleções.
Agora, como você resumir um jogo que você não assistiu? E os jornais são muito incompletos com essas informações. Tive então que pesquisar em livros e até revistas que se aprofundavam mais no tema.
Há alguma informação que você teve que deixar de fora da obra por questões de espaço? Se sim, o que foi?
A minha ideia, a partir de 1970, era publicar a grade de programação da TV de todos os dias de jogos. Mas, por causa do espaço, tivemos que usar as grades apenas nos jogos do Brasil e nas finais.
*Ted Sartori é jornalista desde 2000 e trabalhou no jornal A Tribuna, de Santos. Escreveu o livro “‘100 anos da Vila Belmiro” e também tem o blog Arquivos 1000 e o canal de YouTube de mesmo nome, que apresentam um registro incrível da TV brasileira, em especial das transmissões esportivas.