De Santos a Florianópolis remando um caiaque
No dia 21 de julho, o canoísta oceânico Danilo Garcia partiu de Santos rumo a uma expedição de 600 km, com destino a Florianópolis – SC.
Danilo já percorreu boa parte desse caminho e mantém uma página no Facebook, onde você pode acompanhar o dia a dia da expedição, que já passou por Santos, Jureia-Itatins, Iguape, Cananéia, Parque Nacional do Superagui, Região do Lagamar (segunda amazônia brasileira), Ilha do Mel e já deve estar navegando por águas catarinenses.
Mas nem tudo foi alegria. Já no primeiro dia, Danilo passou por alguns mal bocados, após remar por 35 km até chegar em Mongaguá – SP.
Ao tentar desembarcar, o caiaque acabou capotando na forte arrebentação e Danilo lesionou o joelho direito, tendo que ficar em repouso durante alguns dias. Para piorar, chegou uma forte frente fria e nada lhe restou, a não ser, com os joelhos enfaixados, monitorar as condições meteorológicas e repousar.
“Considero que o maior desafio de uma expedição como essa, será conviver comigo mesmo durante tantos dias, aceitando que as decisões (certas ou erradas) dependem somente de mim”, escreveu Danilo Garcia.
Parece só uma aventura? Claro que também há aventura, mas sobretudo é um “desafio da organização”, parafraseando Amyr Klink, que em 1984 remou sozinho 7000 km, da Namíbia (África), até Salvador (Brasil), dando origem ao seu primeiro livro “Cem dias entre céu e mar”, lançado pela Companhia das Letras no ano seguinte.
Amyr, na ocasião, estudou por mais de dois anos as rotas de conversão do atlântico sul, que se dá em movimentos ciclônicos (como um redemoinho no sentido anti-horário) para conseguir remar até a Bahia, por correntes constantemente favoráveis, como faziam os navegadores portugueses há mais de 5 séculos atrás para chegar até as Índias.
Antes de pensar em cair no mar e fazer uma expedição, é preciso planejamento, experiência e preparo. Possuir noções de navegação, meteorologia, conhecer as cartas náuticas, dispor de equipamentos adequados, ter um suporte completo de reidratação, nutrição, preparação física, e entre outras coisas respeitar a natureza.
Algumas fotos da expedição:
A cidade de Santos possui uma história muito importante entre a canoagem brasileira e já presenciou algumas travessias.
Como a do próprio Amyr Klink, que em 1978, ainda muito jovem, remou entre Santos – SP e Paraty – RJ, a travessia da Campeã Brasileira Simone Duarte que em 1995 fez 451 km em 12 dias, entre o Rio de Janeiro – RJ e Santos – SP, com um caiaque oceânico, relatando tudo em seu livro “Uma mulher, um caiaque, e o oceano“, da editora Ediventura e que pode ser encontrado na Livraria Realejo.
Temos ainda o primeiro Campeão Brasileiro da história, o santista Fábio Paiva, dono da Opium Caiaques e Campeão Brasileiro de Canoagem Olímpica por 7 anos. No ano passado o paratleta, surfista e Campeão de Triathlon, Pauê, figura conhecida em Santos – SP, fez em 10 dias a travessia Paraty – RJ x Santos – SP, junto com o próprio Fábio Paiva, afim de divulgar a canoagem adaptada.
Santos é um celeiro de bons canoístas em diversas modalidades, mas isso é assunto pra outro post.
Um pouco mais sobre o Danilo
Danilo Garcia tem 31 anos, rema caiaques oceânicos e é Instrutor pela American, Canoe Association (ACA) L4, é também guia e líder de expedições de caiaque no Brasil, skatista downhill slide e fotógrafo amador, curte blues e é amante dos animais. Ele possui um blog onde faz reviews de caiaques, posta suas aventuras, dá dicas de navegação, equipamentos e divulga eventos de canoagem e você pode acessar aqui.
Acompanhe a página da expedição no Facebook no seguinte link:
https://www.facebook.com/pages/Sollo-Expedição-Santos-Floripa/