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Restauração de móveis e uma história inspiradora, com Jane Belmonte

Eu fui ao inferno e voltei a pé. 

A frase poderia ser de Cazuza ou de Renato Russo, mas é uma das poesias que a vida da artesã Jane Belmonte a faz declamar, com olhos marejados de orgulho e dor.

Mãe de três filhos, a mulher viu sua vida virar ao avesso há pouco mais de 10 anos.

“Eu entrei em estado de demência, não fui capaz de suportar a vida que estava levando naquele momento e pirei. Andei sem rumo pelas ruas de São Paulo e dormi em calçadas durante 15 dias”, lembra, emocionada.

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“Fui internada num manicômio e perdi a guarda de um dos meus filhos”.

Psicólogos e psiquiatras não foram capazes de encontrar tratamento e cura para a senhora (que prefere ser chama de você). Foi no sofrimento que a derrubou que ela encontrou o impulso para se reerguer. “Eu tinha lapsos de loucura e sanidade, sabia o que era estar bem e foi assim que voltei ao normal. Treinei a minha mente”, explica.

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A luta fez com que ela recuperasse a guarda do filho mais novo e, com a família reunida, se mudasse de um kitnet para um apartamento maior e totalmente mobilhado com seu trabalho de restauração.

“Eu falei para o meu filho que tudo o que tinha era um quarto e cozinha e um colchão velho que poderíamos dividir, ele disse que largava todo o conforto da casa do pai para voltar a viver comigo. Hoje, sete meses depois, nós temos três quartos e uma casa linda”, diz, entre tímidas lagrimas.

Profissional

O serviço feito em sua casa é resultado de mais de três décadas dedicadas ao artesanato, em especial à restauração de moveis. “Nós nos mudamos apenas com os colchões. Como eu iria mobilhar tudo isso recebendo um salario mínimo? Bom, fiz para mim o que sempre fui paga para fazer para os outros”.

Garimpar brechós e até mesmo o lixo da cidade resultou na decoração que, honestamente falando, é charmosíssima.

“Eu reformo todas as peças uma a uma utilizando também tintas reaproveitadas e apenas com a minha capacidade de restauração. Já fiz isso aqui em casa, para amigos próximos, médicos e até para um juiz. O resultado é ótimo, fica com a personalidade de cada cliente”.

Para quem está decorando a casa, a Jane tem uma dicona: brechó não é lugar de comprar, e sim lugar de garimpar.

“Você encontra peças lindas, mas precisa de paciência. Até mesmo para roupas, eu uso o estilos dos hippies dos anos 70, é nos brechós que encontro as melhores peças”.

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Para ela, quem tem móveis velhos ou pouco dinheiro mas está louco para mudar a decoração da casa não precisa de nada além da vontade. “É possível, sim, ter um cantinho maravilhoso e não gastar rios de dinheiro”.

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Quem quiser conhecer melhor o trabalho dela ou contrata-la pode entrar em contato pelo telefone (13) 3371-3796 ou via Facebook.

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Jornalista,