A história de Proibida Pra Mim, uma das melhores músicas do Charlie Brown Jr.

Quem nunca teve um amor impossível? Pois é, nosso amigo Choris também passou por isso!

Seguindo nossa Editoria Chorão, hoje vamos mergulhar na história de uma das faixas que mais marcaram a trajetória do Charlie Brown Jr. E olha, não é exagero dizer que essa música virou trilha sonora de muita gente que buscava um amor inalcançável.

Foto: Reprodução/Melhorada pelo Google AI Studio

Se você cresceu nos anos 2000 ou simplesmente curte um bom rock nacional, já sabe: Charlie Brown Jr. é daquelas bandas que não precisa de apresentação. E, quando se fala em CBJr, impossível não lembrar do Chorão, aquele cara que transformava dor, alegria e tudo mais em versos que a gente canta até hoje sem nem perceber.

A discografia do Charlie Brown Jr. tá recheada de músicas que grudam na alma e não saem mais: aqueles hinos que todo mundo conhece de cor. Mas, por trás de cada refrão chiclete e cada verso que arranca suspiro, existe uma história real. Chorão tinha esse dom de pegar suas próprias experiências e transformar em poesia musicada que todo mundo se identificava.

Então bora lá descobrir o que inspirou mais esse clássico que tocou (e ainda toca) em todo canto?

Proibida pra mim (Grazon)

“Ela achou meu cabelo engraçado”

O primeiro verso da música já carrega muita história. A canção narra o sentimento de Chorão por Graziella, a Grazon, apelido carinhoso que nasceu da brincadeira da banda de acrescentar “on” a nomes e palavras.

Antes mesmo do primeiro diálogo, os dois já haviam trocado olhares pela orla, cena que aparece nas gravações do filme sobre a vida do casal em Santos. No encontro que deu origem à música, Grazi viu Alexandre de costas e, sem pensar, mexeu na mecha vermelha do seu cabelo. Ela descreve o momento assim:

“Cheguei ao World Rock (nota da edição: era um bar que existia aqui em Santos nos anos 1990) por volta de uma da manhã, fui entrando e tentando encontrar a minha turma com os olhos. Só que não deu tempo. O meu campo de visão foi tomado pela figura de um cara grande, apoiado no balcão, de costas para mim, com o cabelo desalinhado na altura do ombro e uma mecha vermelha que brilhava com a luz que vinha na direção contrária. Sem pensar, num impulso inexplicável, fui direto até ele, peguei naqueles fios vermelhos e disse: ‘Nossa! O seu cabelo é vermelho fluorescente!’. Ele se virou para mim, abriu um sorriso enorme e falou: ‘Você!’. Foi quando eu percebi que o cara do cabelo engraçado era o Alê, o Chorão.”

A conversa rendeu até altas horas, mas Grazi teve que ir embora por volta das quatro da manhã. Chorão pediu que ela ficasse, mas Grazi:

“Disse que não podia ficar
Mas levou a sério o que eu falei”

Chorão conseguiu o número de sua amada e em determinado momento, resolveu ligar, querendo conversar com ela e abrir seu coração:

“Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer”

A partir dessa conversa nasceu o namoro e a letra de “Proibida pra Mim” conta esse início, a surpresa do encontro, o desejo e a persistência de quem acreditava que precisava conquistar alguém que parecia fora do alcance.

“Eu vou fazer de tudo que eu puder
Eu vou roubar essa mulher pra mim”

Chorão repetia que a música havia sido a mais lucrativa da banda. Curiosamente, ele escreveu os primeiros versos numa caixa de pizza.