Túnel Santos-Guarujá: lançamento de edital aproxima o projeto de virar realidade
Há quanto tempo você ouve falar sobre um túnel Santos-Guarujá? A criação de uma ligação submersa entre as duas cidades já habita nosso imaginário como região há mais de 100 anos. E, agora, a Baixada Santista começa, de fato, a escrever um novo capítulo para a sua mobilidade.
Fotos: PMS
Em uma data histórica, unindo as esferas federal, estadual e municipal no Parque Valongo, aconteceu em Santos o lançamento do edital do Túnel Santos-Guarujá. Por aqui, passaram o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Esse ato marca mais um passo em direção à concretização de um sonho centenário da região.
Este túnel, com 1,5 km de comprimento – sendo 870 debaixo da água -, vai melhorar significativamente o deslocamento entre as cidades de Santos e Guarujá, impactando positivamente mais de 5 milhões de pessoas (são cerca de 80 mil pessoas por dia fazendo esse caminho). Isso inclui os 1,6 milhão de habitantes da Baixada Santista e os mais de 4 milhões de turistas que visitam anualmente Guarujá e o Litoral Norte.
Como são os túneis submersos no mundo
Em outros países, os túneis submersos têm sido soluções eficazes em muitas áreas metropolitanas para superar obstáculos geográficos, como rios e canais. Um exemplo notável é o Túnel Transbay em São Francisco, EUA, que há décadas facilita o trânsito intenso de veículos e transportes públicos entre zonas densamente povoadas.
O túnel Santos-Guarujá seria primeiro túnel submerso do Brasil. E essa técnica é considerada uma das mais avançadas em termos de engenharia de túneis.
Como é o projeto do túnel Santos-Guarujá
O projeto prevê três faixas de rolamento em cada sentido, com uma via exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos específicos para pedestres e ciclistas, sendo um exemplo claro de infraestrutura inclusiva e sustentável. Além do mais, a concessão, que durará 30 anos, inclui a construção, operação e manutenção do sistema, com recursos provenientes de tarifas de pedágio, contraprestações públicas e outras fontes.
Essa estrutura de financiamento assegura que a obra não só será benéfica para a mobilidade urbana, mas também economicamente viável.
A previsão é de conclusão das obras até 2028, com um investimento previsto de R$ 6 bilhões.
E o que acontece depois do lançamento do edital?
O discurso do presidente Lula no lançamento reforçou que a obra é um reflexo do progresso econômico e da capacidade de realização através de parcerias entre diferentes esferas do governo. O túnel não beneficiará apenas quem faz a travessia diária, mas também tem o potencial de alterar positivamente a dinâmica econômica e social da Baixada Santista.
No dia 19 de fevereiro, o Diário Oficial da União publicou o convênio de delegação de competências entre o Ministério de Portos e Aeroportos (Governo Federal) e o Governo do Estado de São Paulo, com duração de 32 anos, autorizando o Estado a assumir a responsabilidade da parceria público-privada (PPP) para a construção, operação e manutenção do túnel.
O leilão está marcado para 1º de agosto. Empresas privadas que se interessem por contruir e operar o trajeto aplicam para o edital e o Governo de São Paulo irá selecionar a vencedora da licitação. O critério de julgamento será o maior desconto sobre a contraprestação pública máxima, garantindo maior eficiência e benefício à população.
A concessionária será remunerada por meio de tarifa de pedágio, contraprestação pública, aporte público e receitas acessórias.