Três décadas de histórias: Fundação Arquivo e Memória de Santos chega aos 30 anos
Entre fotos antigas, mapas e documentos, a Fams também aposta em tecnologia e redes sociais pra manter viva a história da cidade e conectá-la com o futuro
Quando você passeia pelo Centro Histórico de Santos e repara em fotos antigas nos estabelecimentos, já parou para pensar de onde vêm essas imagens? A resposta está completando 30 anos: a Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams). Foi criada justamente para garantir que os registros da nossa cidade não se percam no tempo.
Em 2025, a instituição comemorou três décadas de atuação. Isso mostra que preservar o passado é parte fundamental para entender quem somos. Também é essencial para planejar o futuro da Baixada Santista.

Seja pelas exposições, pelas visitas escolares ou pelos roteiros organizados para contar, no detalhe, os episódios marcantes deste pedaço do litoral paulista, a Fams vem criando oportunidades para que moradores e visitantes mergulhem na trajetória de Santos. E, para muita gente, esse contato com os arquivos desperta até um sentimento de pertencimento à cidade.
Preservação e patrimônio: por que a memória importa
A Baixada Santista é reconhecida nacionalmente não só pelo porto e pelas praias, mas também por seu patrimônio histórico e cultural.
Santos, uma das cidades mais antigas do país, tem prédios tombados, igrejas centenárias e ruas que contaram (e ainda contam) muita história. Manter esse patrimônio — seja físico, seja documental — em evidência é um desafio e tanto.
Em 2021, o Instituto Brasileiro de Museus apontou que cerca de 60% dos acervos históricos do país ainda não estavam completamente digitalizados ou disponíveis para consulta ampla. Isso dificulta o acesso comunitário à memória local.
Dentro desse contexto, o papel da Fundação Arquivo e Memória de Santos se destaca. Isso se dá principalmente ao se adequar aos novos meios de compartilhar informação. Nos últimos anos, a instituição apostou forte na tecnologia e nas redes sociais. Assim, ampliou o alcance de seu acervo e democratizou o acesso ao passado santista. Este avanço a tornou referência no país.
Transformação digital e aproximação com o público
Entre as novidades para celebrar estes 30 anos, a Fundação Arquivo e Memória de Santos apostou em recursos inovadores. Um deles foi a criação do Memorial José Bonifácio, na Casa das Culturas, localizada no bairro Vila Nova. O espaço não só homenageia um personagem importante da história nacional, como também utiliza inteligência artificial e outras tecnologias. Seu objetivo é aproximar diferentes gerações da história de Santos.
O acervo da Fams é algo que impressiona por si só. São cerca de cinco milhões de documentos manuscritos e textuais que remontam ao período do Brasil Império. Há também aproximadamente um milhão de fotos e negativos e oito mil plantas e mapas. Esses materiais ajudam a contar desde os primeiros passos do povoamento local até grandes transformações urbanas mais recentes. Atualmente, o material é dividido entre três arquivos diferentes espalhados pelo Centro Histórico. Isso é um incentivo para quem quiser explorar os cantinhos da cidade sob uma ótica diferente.
Além dos arquivos físicos, a Fams vem investindo em estratégias para compartilhar essas histórias também no ambiente digital.
As redes sociais têm cumprido papel fundamental. Elas ajudam a divulgar curiosidades e informações para um público que talvez nunca tenha tido contato com documentos históricos em sua rotina.
Aliás, esse movimento feito pela Fams aumentou em cerca de 40% o número de visitas ao Outeiro de Santa Catarina, ponto que marca o início da ocupação urbana e abriga, hoje, a sede administrativa da instituição.
Como funciona para quem quer pesquisar ou visitar a Fundação Arquivo e Memória de Santos?
A Fundação Arquivo e Memória de Santos atua em diferentes frentes. Além de zelar pelos arquivos públicos municipais, ela incentiva e patrocina atividades, visitas e publicações. Isso aproxima o cidadão da sua própria história. Estudantes, pesquisadores e até pessoas que só querem conhecer melhor o bairro ou reviver lembranças da família podem agendar o atendimento. Podem também participar de roteiros guiados e conferir exposições temáticas.
Os arquivos da Fams concentram preciosidades que vão desde jornais antigos até mapas que mostram como era a região antes de grandes obras urbanas. E, mesmo que você não seja um especialista em história local, a equipe está ali para ajudar a encontrar informações que podem revelar detalhes inusitados sobre a evolução de Santos e da Baixada Santista como um todo.
A Fams fica no Outeiro de Santa Catarina, na Rua Visconde do Rio Branco, 48, Centro.