Ser jovem em Santos: o que as juventudes querem para a cidade?
Você já parou para pensar em o que significa ser jovem em Santos em 2025? Entre o vai e vem das ondas na praia e o fervilhar urbano do centro, há toda uma geração construindo seus sonhos nessa cidade que muitos ainda enxergam apenas como destino turístico de fim de semana.
A real? A juventude santista quer muito mais do que cartões-postais. Quer protagonismo, oportunidade, escuta e políticas públicas que realmente dialoguem com suas necessidades. Quer ficar aqui na cidade e não precisar ir embora em busca de emprego.
E não estamos falando de uma juventude, mas de várias – das periferias aos prédios da orla, cada uma com suas próprias urgências e potências.
O que pensa o jovem de Santos?
“A juventude é diversa, é múltipla e é agora”, destaca Marcos Vinicios Santos, que coordena as ações municipais para esse público na Coordenadoria Municipal da Infância e Juventude.
Segundo ele, a cidade está olhando para iniciativas que conectam educação, saúde mental, diversidade cultural e oportunidades de trabalho – temas que aparecem constantemente nas rodas de conversa que acontecem com os jovens nos bairros.
O movimento mais ambicioso? A construção do Plano Estratégico de Políticas Públicas para Infância e Juventude (2025-2028), um documento que pretende sistematizar ações e direcionar investimentos pelos próximos anos. O diferencial é que a elaboração não vem de cima para baixo – nasce da escuta ativa em comunidades, escolas e coletivos.
Quem pensa que política para juventude se resume a oficinas de arte e campeonatos esportivos não entendeu nada. Estamos falando de direitos básicos, de construção de cidadania, de dar voz a quem geralmente só é lembrado quando aparece nas estatísticas negativas.
Vitória Oliveira, estudante universitária e estagiária, vê na educação o ponto de virada para transformar realidades:
“Todo o conhecimento que a gente adquire é importante compartilhar. Porque o conhecimento muda vidas, abre portas. Estar aqui hoje, estudando e estagiando, é uma oportunidade enorme. Mas eu sei que nem todos os jovens têm esse acesso.”
Já Matheus Oliveira, 16 anos, morador da Zona Noroeste e jovem aprendiz, compartilha como a oportunidade de participar de um programa de formação mudou completamente sua perspectiva:
“Antes eu achava que todo mundo era melhor que eu. Cheguei no curso sem saber nada, mas fui acolhido pelas professoras, me explicaram, me incentivaram. Depois disso, minha visão de mundo mudou. Hoje, quero aprender, quero crescer. O problema é que muita gente não tem esse incentivo na escola, não tem alguém que mostre o caminho. Falta trazer os jovens para perto, mostrar as possibilidades.”
Santos tenta mudar essa lógica, estabelecendo um diálogo permanente que possa garantir direitos, abrir caminhos e reconhecer o jovem como sujeito de direitos e agente de transformação.
A pergunta que fica é: será que a cidade está realmente preparada para ouvir o que suas juventudes têm a dizer?