Santos aposta em games com nova incubadora no Parque Tecnológico
Cidade inaugura programa pioneiro para desenvolvedores independentes em parceria com Sebrae, mirando um mercado bilionário em expansão
Videogame também é profissão!
Santos está prestes a se tornar um novo polo de desenvolvimento de jogos eletrônicos no Brasil. Durante o Santos Game Power Up, realizado no último sábado, 13 de setembro, foi oficialmente anunciada a criação de uma incubadora de games no Parque Tecnológico da cidade, fruto de uma parceria estratégica com o Sebrae.

O programa chega em um momento mais do que oportuno. O mercado brasileiro de games movimentou bilhões de reais em 2024 e continua crescendo exponencialmente, provando que há muito espaço para expansão no país. E o melhor: não são apenas as grandes corporações que dominam esse cenário.
O poder dos indies brasileiros
Nos últimos anos, o Brasil provou sua força no desenvolvimento independente. O jogo de horror Enigma do Medo conquistou jogadores do mundo inteiro. Já em 2024, foi a vez de Mullet MadJack, criado pelo estúdio gaúcho Hammer95, brilhar no exterior. O título ficou entre os dez games mais bem avaliados do ano no Metacritic.

O feito mostra algo essencial: mesmo sem orçamentos milionários, a criatividade brasileira tem espaço no mundo. É exatamente nesse potencial que Santos pretende investir.
Uma jornada completa de capacitação
“O programa de incubação de games vai acontecer neste ano e no ano que vem, capacitando esses desenvolvedores a se tornarem empresários e empreendedores do mercado”, explicou Adriano Rodrigues, presidente do Instituto Litoral Política de Inovação e Startups.
A incubadora oferecerá muito mais do que espaço físico. Os participantes terão acesso a infraestrutura, mentoria especializada, consultorias técnicas e gerenciais, além de capacitações direcionadas. Haverá também uma rede robusta de contatos. Em resumo: tudo para transformar ideias em negócios competitivos no mercado global.
Renato Figueiredo, organizador do Santos Game Power Up, reforçou a ambição:
“Queremos que o pessoal de Santos ganhe o mundo. Queremos que olhem para a cidade como um polo de desenvolvimento de jogos.”
A primeira edição do festival já deu sinais do potencial local. Foram mais de 400 participantes, entre desenvolvedores, artistas, jogadores e fãs de eSports. O resultado animou Eduardo Bittencourt, presidente do Parque Tecnológico:
“Estamos oficialmente lançando uma vertical de games. Teremos incubação, aceleração, para que esses jovens com boas ideias transformem seus games em empresas.”
Inclusão e futuro profissional
Além do impacto econômico, o projeto também tem caráter social. Para Marcos Henrique Santos, coordenador da Infância e da Juventude, o evento abre novas portas:
“É fundamental que os jovens ocupem espaços como o Parque Tecnológico. Assim, podem criar mais produtos e participar de atividades lúdicas e criativas.”
Fábio Tatsubô, diretor do Departamento de Políticas Públicas ODS da Prefeitura, concorda:
“Considerando que é um dos mercados que mais crescem no mundo, os games se tornam uma poderosa ferramenta para que jovens ampliem horizontes profissionais, gerem renda e desenvolvam soluções criativas.”
Um ecossistema em construção
A iniciativa nasceu da articulação do Movimento ODS Santos, com apoio de emenda parlamentar da vice-prefeita Audrey Kleys, patrocínio de empresas de tecnologia e suporte de instituições de inovação. É um exemplo de como a união entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil gera oportunidades reais.
Com a Game Jam já confirmada no calendário e agora uma incubadora oficializada, Santos se posiciona de forma estratégica para surfar na onda global dos games.
O recado está dado: a cidade não quer apenas consumir games, mas produzi-los. E quem sabe, em alguns anos, não veremos os próximos sucessos indies brasileiros nascendo bem aqui, na Baixada Santista.