Projeto capacita microempreendedores do entorno do Porto de Santos
Autônomos e autônomas da área de alimentos recebem treinamento para melhorar geração de renda
Imagine passar todos os dias circulando por uma das regiões mais movimentadas da Baixada Santista – o Porto de Santos. Dá pra encontrar vários quitutes preparados por mãos empreendedoras que trabalham pesado nesse pedaço da cidade. Pois tem novidade por aqui: até novembro de 2025, microempreendedores que atuam na área do porto estão participando de uma formação gratuita. Ela visa fortalecer seus negócios. Sim, isso pode transformar (e muito!) a rotina de quem produz e consome alimentos na região.
Estamos falando do Projeto Cais de Oportunidades, realizado pelo Instituto Procomum. A proposta é apoiar quem está na linha de frente das marmitas, salgados, lanches e entregas no entorno do cais. Eles recebem aulas, oficinas, mentorias e integração. Tudo isso para melhorar a renda dessas famílias, trazendo mais cidadania e segurança alimentar para toda a comunidade.
A força da comida de rua no Porto de Santos
O Porto de Santos é um dos grandes motores da economia local. Diariamente, movimenta não só cargas, mas muita gente atrás de sustento e oportunidades. E se tem algo que une as pessoas ali é a oferta de comida prática e caseira. Das marmitas fresquinhas ao café pingado na esquina, pequenos negócios familiares estão por trás de grande parte das refeições de quem trabalha na região.
Essa cena não surgiu do nada. Alimentação para trabalhadores portuários é quase uma tradição centenária em Santos. Trechos históricos mostram quitandeiras, vendedores de alimentos e mercadinhos. Eles abastecem desde os antigos estivadores até quem, hoje, cruza ruas como a Sete de Setembro e adjacentes, segundo documentos do Museu do Porto de Santos.
A maioria desses micronegócios funciona de forma totalmente autônoma, superando desafios diários para manter o pão de cada dia.
Portanto, o Cais de Oportunidades surgiu para contribuir com os desafios reais dos microempreendedores do Porto de Santos. Atendendo, logo de início, 15 negócios que atuam nas áreas da Catraia, Bacia do Mercado e Cais. Quem passa por ali vê as barraquinhas, bicicletinhas de entrega, mini-restaurantes familiares. Agora, esses empreendedores ganham, durante quatro meses, acesso a aulas teóricas, oficinas práticas e mentorias personalizadas.
O diferencial é a escuta próxima para adaptar o conteúdo aos desafios de quem lida, no dia a dia, com alimentos e logística em uma área pulsante, mas cheia de obstáculos. Além de aprender receitas e técnicas da culinária, a turma recebe informações sobre normas sanitárias, marketing, empreendedorismo, e ainda conta com apoio financeiro e alimentação durante a formação.
Impacto real
Tudo acontece no LAB Procomum, que fica na Rua Sete de Setembro, 52, Vila Nova. Esse espaço virou referência por sua proposta aberta e colaborativa. Ele já serviu de palco para outros projetos sociais que passaram pela cidade. No cronograma, também estão previstos momentos de integração, troca de experiências e até feira de degustação no encerramento, em 29 de novembro.
A metodologia escolhida, chamada Colaboradora, inspira-se em experiências internacionais de fomento ao empreendedorismo em rede. Por aqui, já foi testada em iniciativas como a Colaboradora – Empreender e Transformar, trazendo resultados positivos para quem aposta na força do coletivo como saída para os desafios do dia a dia.