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Pelados em Santos? A história por trás da música mais famosa dos Mamonas

Sabia que essa música, na real, foi inspirada em outra cidade da Baixada Santista?

Tempo de leitura: 4 minutos

Atenção, Creuzebek. Ao toque de quatro já vai. Já, já, já, já vai!

Se você é dos anos 90, com certeza conhece essa frase, e claro, sabe o poder que uma Brasília amarela possui. Mas o que talvez você não saiba é que a história por trás de “Pelados em Santos”, um dos maiores sucessos dos Mamonas Assassinas, traz uma confusão geográfica. Na verdade, a música deveria se chamar “Pelados em Praia Grande”. 

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Foto: Reprodução

Era 1995 quando as rádios brasileiras foram tomadas por aquela melodia inconfundível. A música se tornou a terceira mais tocada do ano, perdendo apenas para “Take a Bow” da Madonna e “Vira-vira”, outro sucesso dos próprios Mamonas. Até hoje, é presença garantida em casamentos e formaturas, e a gente conhece cada palavra de cor.

A verdadeira origem da música

Em entrevista à Folha de S. Paulo em 1996, a banda de Guarulhos revelou que essa foi sua primeira composição, com a letra surgindo em 1991. O personagem principal da história era o próprio Dinho, vocalista do grupo.

Mas aqui vem o plot twist: segundo o livro “Mamonas Assassinas – Bla Bla Bla (Biografia Autorizada)”, de Eduardo Bueno, a composição não nasceu em Santos. A história real se passou em 1992, num apartamento na Vila Caiçara, bairro de Praia Grande, a cerca de 30 km de Santos.

Durante um fim de semana entre casais, Dinho pegou o violão e finalizou uma composição que já existia. Foi ali que nasceu a segunda estrofe, quando ele perguntou aos amigos qual seria o carro mais brega que conheciam. A resposta? Uma Brasília amarela com rodas gaúchas, obviamente.

A Brasília que virou lenda

O carro da música realmente existiu, era um modelo de 1977 que pertencia ao avô materno de Mirella, namorada de Dinho. O logotipo da Volkswagen até inspirou a identidade visual da banda.

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Foto: Reprodução

Após o trágico acidente aéreo que matou todos os integrantes em 1996, o veículo foi leiloado no programa Domingo Legal (realizando um sonho antigo de Dinho e do baterista Sergio Reoli de ajudar instituições sociais). O carro teve um novo dono no Rio, mas acabou apreendido por falta de documentação.

Em 2015, a família de Dinho localizou o que sobrou da Brasília e a comprou novamente. Com peças originais e de outro carro, reconstruíram o ícone, que hoje está guardado num sítio da família.

Os Mamonas em Santos

Apesar da confusão geográfica, os meninos de Guarulhos gostavam mesmo das nossas praias. Em setembro de 1995, fizeram um show na saudosa Reggae Night (lembra dessa danceteria que marcou época?), palco do último show do Legião Urbana.

Um legado imortal

Com apenas 14 faixas, o álbum dos Mamonas entrou para a história da música brasileira. Em menos de um ano, vendeu mais de três milhões de cópias, um feito inédito no país.

Aquele humor escrachado, misturando rock com brega, heavy metal, pagode, forró e música mexicana, conquistou gerações. E “Pelados em Santos”, ou “Pelados em Praia Grande”, segue viva nas festas, nos karaokês e na memória afetiva de quem viveu aquela época.

Uma coisa é certa: não importa onde a história começou. O que vale é que até hoje a gente canta junto, celebrando a criatividade daqueles cinco garotos que fizeram história na música brasileira.

E a próxima vez que você for chegar na morena, vai no ouvidinho dela e fala “você me deixa doidjão”. Vai dar certo, confia!