Ney Latorraca e a despedida de um ícone da cutura que nasceu em Santos
Natural de Santos e com uma trajetória que marcou gerações, Ney Latorraca faleceu pouco depois do Natal em 2024, na quinta-feira (26 de dezembro) aos 80 anos, na zona sul do Rio de Janeiro. A causa da morte foi uma sepse (infecção) contraída em hospital, decorrente de um tratamento de câncer de próstata.
Apaixonado pela arte desde jovem por influência de seus pais, Latorraca começou a se envolver com o teatro em sua adolescência. Na peça “A Moratória”, de Jorge Andrade, em 1969, teve seu primeiro contato com atuação. Essa experiência representou o pontapé inicial de sua carreira. Após tantos sucessos, ele se tornou um ícone para o teatro, cinema e televisão brasileira.
Nos anos 1980 sua carreira decolou. Papéis de sucesso, como o QueQué em “Rabo de Saia” (1984), consolidaram seu nome na teledramaturgia brasileira. Além disso, a peça “O Mistério de Irma Vap” (1986) bateu recordes no país, sendo encenada por mais de 11 anos.
Pioneiro
Latorraca protagonizou um dos primeiros beijos gays do cinema nacional, ao atuar com Tarcísio Meira no filme “O Beijo no Asfalto” (1981), de Bruno Barreto.
Nos anos 1990, Latorraca alcançou uma nova geração de fãs com o personagem Vlad, em “Vamp” (1991).
Além de ser referência no que diz respeito a atuação, Ney Latorraca ganhou diversos prêmios, entre eles o Troféu Imprensa, APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), Arte Qualidade Brasil e APTR (Associação dos Produtores de Teatro).
O santista se demonstrava aberto para todos os tipos e gêneros para seus trabalhos. Latorraca comentou em entrevistas que começar do zero e mergulhar em uma nova experiência é como revisitar o tempo em que era apenas jovem e sonhador.
Em 2019, recebeu o diagnótico de câncer de próstata, precisou ser operado e, aparentemente, havia se curado. Porém, em 2024, a doença retornou com metástase.
Ele morava no Rio de Janeiro com seu parceiro Edi Botelho de 64 anos. O casal estava junto há 30 anos.