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Morro da Nova Cintra: a história por trás do nome e das tradições

Tempo de leitura: 6 minutos

Quem sobe o Morro da Nova Cintra, aqui em Santos, talvez nem imagine que o nome do bairro tem tudo a ver com as raízes portuguesas dos primeiros moradores e com a história da nossa cidade, lá nos tempos da colonização. Entre ruas, lagoas e antigas chácaras, o morro guarda memórias que ajudam a contar como Santos se formou e se transformou ao longo dos séculos.

Já que no dia 22 de junho a gente celebra o Morro da Nova Cintra, que tal comemorar conhecendo um pouco mais sobre esse lugar cheio de história e charme? Vem ver!

www.juicysantos.com.br - morro da nova cintra

Como surgiu o nome Morro da Nova Cintra?

Se você é ligado aqui no Juicy, sabe que já contamos um pouquinho sobre isso, mas lá no finalzinho do século XIX, um português chamado Luiz de Matos chegou na região e logo se encantou com a paisagem. O relevo, o clima mais ameno, a vista… tudo lembrar a ele um lugar especial de seu país de origem: Sintra, uma vila perto de Lisboa. Daí veio a ideia de batizar o morro com o Nova Cintra (uma forma de matar a saudade e homenagear aquele pedacinho de Portugal que parecia ter sido transportado para Santos).

www.juicysantos.com.br - morro da nova cintra - cidade de sintra portugal

Mas o nome atual foi apenas o último de uma série de denominações que a região recebeu ao longo dos séculos. Quando os portugueses começaram a ocupar o local, no século XVI, o morro era chamado de Cotupé, nome que remete a origens indígenas. Mais tarde, com a chegada dos pequenos produtores de origem portuguesa, surgiram apelidos como Tachinho ou Tacho, numa referência carinhosa dos chacareiros ao lugar onde viviam e trabalhavam.

O morro nos tempos da colonização

O Morro da Nova Cintra tem um papel importante na história econômica de Santos. Ainda no século XVI, o lugar era usado para o plantio de cana-de-açúcar, uma das primeiras grandes culturas comerciais do Brasil. Era ali que muitos produtores cultivavam a cana que depois seria levada para o lendário Engenho dos Erasmos, inaugurado em 1533 no sopé do morro. O engenho foi um marco do início do ciclo do açúcar no país e funcionava como centro de processamento da produção local.

Dá pra imaginar esse vai e vem de cana subindo e descendo a serra?

A localização privilegiada do morro, considerado um tipo de planalto cercado por outras elevações como Cotupé, Água Branca, Marapé, Jabaquara, São Bento e Penha, favorecia a agricultura e a fixação das famílias que formaram as primeiras comunidades. Os portugueses que se estabeleceram ali também introduziram técnicas construtivas adaptadas ao relevo e ao clima, o que contribuiu para o desenvolvimento da região.

O formato do morro, tipo um planalto no meio dos vales e outras elevações, como Cotupé, água Branca, Marapé, Jabaquara, São Bento e Penha, era perfeito para a agricultura e para a fixação das famílias que formavam as primeiras comunidades. Os portugueses que se estabeleceram ali também introduziram técnicas construtivas adaptadas ao relevo e ao clima, o que contribuiu para o desenvolvimento da região.

O famoso “morrão” e outras tradições

Entre as tradições que nasceram no morro está a produção do morrão. A bebida era uma cachaça artesanal, feita com todo cuidado e sem misturas químicas. Era tão boa que virou orgulho local. O morrão concertado, misturado com especiarias como canela, noz-moscada e mel, ganhou gama como remédio caseiro para espantar o frio depois do banho de mar (um costume da época).

Outro símbolo icônico do bairro é a Lagoa da Saudade. Quem já foi sabe como o lugar tem uma vibe gostosa. Além de ponto de lazer e cercada de muito verde, ela é rodeada de vários mistérios. Há quem acredite que o lugar seria, na verdade, a cratera de um vulcão extinto. Isso porque já encontraram um tipo de minério típico de área vulcânica no fundo dela. Apesar de não ter comprovação por estudos oficiais, a hipótese alimenta o imaginário popular até hoje.

O Morro da Nova Cintra nos dias de hoje

Hoje, o Morro da Nova Cintra é um bairro consolidado de Santos, com aproximadamente 5 mil habitantes. A região abriga a Vila Progresso, o ponto mais alto da cidade, e mantém um forte senso de comunidade. Um exemplo disso é a presença da Unidos dos Morros, escola de samba fundada em 1978, que leva o nome e a identidade do bairro para a avenida nos carnavais santistas.

Além do comércio variado, o bairro ainda preserva áreas de mata e oferece opções de lazer que combinam história e natureza. A Lagoa da Saudade segue como um dos locais preferidos dos moradores e visitantes, servindo de cenário para caminhadas, piqueniques e eventos comunitários.

Quer descobrir o que fazer por lá? A gente preparou uma lista cheia de dicas pra você aproveitar o Morro da Nova Cintra ao máximo.

É bom morar na Nova Cintra?

São 11 equipamentos públicos espalhados pelo bairro, como a Vila Criativa (Rua da Bondade, 2.130), que promove cursos profissionalizantes e atividades culturais, e a Policlínica e Pronto Atendimento (Rua José Ozéas Barbosa s/nº), referência no atendimento médico da região. A comunidade também conta com a Sociedade de Melhoramento (Av. Guilherme Russo, 77), que trabalha pelo desenvolvimento do bairro. Há, ainda, a Administração Regional dos Morros (Av. Santista, 740), responsável pela manutenção e organização do espaço urbano.

Então, pra quem se pergunta se é bom morar no Morro da Nova Cintra, é um bairro bem atendido por equipamentos como escolas e atendimento de saúde. A média de preço de aluguel no Morro da Nova Cintra, segundo o Quinto Andar, é R$ 3.000.*

Ao longo dos séculos, o Morro da Nova Cintra passou por diversas transformações, mas manteve suas raízes e sua identidade cultural. Hoje, segue sendo um espaço onde a história se encontra com a modernidade, oferecendo qualidade de vida e um ambiente acolhedor para quem vive e visita a região.

Gostou? Você fica por dentro de tudo o que acontece nos Morros de Santos pela página da Prefeitura.

*valor de março de 2025

Valentina Tilly
Texto por

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