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Juicy Design Meetup: veja a cobertura completa

Tempo de leitura: 17 minutos

Neste sábado, dia 31 de maio, a cena criativa de Santos ganhou um novo fôlego com o Juicy Design Meetup — evento gratuito que conecta estudantes, designers, ilustradores e profissionais de diversas áreas criativas em um verdadeiro mergulho no universo do design, da inovação e da criatividade.

O encontro aconteceu no Juicyhub, ao longo de 10 horas intensas de conteúdo, networking e troca de experiências.

www.juicysantos.com.br - juicy design meetup 2025

Na abertura, Ludmilla Rossi, CEO do Juicyhub, anunciou a Adobe como patrocinadora oficial do projeto — reforçando o compromisso do evento com a valorização da comunidade criativa. E para quem esteve por aqui, além das palestras inspiradoras, teve a chance de participar de uma mentoria express com Fabio Michelan — uma oportunidade única para quem busca direcionamento de carreira com um dos maiores especialistas em UX e inovação do país.

www.juicysantos.com.br - Juicy Design Meetup com a Adobe: veja a cobertura completa

Veja alguns dos destaques do Juicy Design Meetup

Rodrigo Munhoz

“Criatividade é sobre tentativa e erro”: a fala inspiradora de Rodrigo Munhoz na abertura do Juicy Design Meetup

Logo no começo da manhã, quem deu o tom do Juicy Design Meetup foi Rodrigo Munhoz, diretor LATAM de Vendas Digitais da Adobe. Com uma fala leve e motivadora, ele compartilhou um pouco da sua trajetória — que começou na empresa há 12 anos — e refletiu sobre os desafios e as possibilidades de trabalhar com criatividade em um cenário de transformações tecnológicas constantes.

www.juicysantos.com.br - rodrigo munhoz da adobe

“Quando entrei na Adobe, eu mesmo não sabia como transformar esse universo criativo em algo tangível”, contou. Ao longo da fala, ele explicou como os produtos da Adobe acabaram “se vendendo sozinhos” pela força da comunidade criativa que os utiliza diariamente para produzir trabalhos incríveis.

Para Munhoz, um dos grandes diferenciais de trabalhar com criatividade é justamente a experimentação. “Criatividade é sobre tentativa e erro”, disse ele, incentivando os participantes a aproveitarem o evento como uma oportunidade de testar, trocar e explorar novas ideias.

Em um dos momentos mais marcantes da palestra, ele destacou que as pessoas que trabalham com criatividade representam apenas 3% da economia global, mas com um impacto que vai muito além dos números.

“A economia criativa está cheia de novas oportunidades — inclusive com o surgimento de plataformas digitais, IA e novas formas de compartilhamento. Tudo isso pode parecer desafiador, mas é também uma enorme porta aberta para quem souber aproveitar”.

Segundo ele, encontros como o Juicy Design Meetup são fundamentais para estimular conexões, impulsionar carreiras e fortalecer essa comunidade criativa, que é motivo de orgulho para a Adobe. “Usem a criatividade para se divertirem, para se conectarem e para avançarem em suas carreiras”, finalizou. E, citando Steve Jobs, deixou um último lembrete: “A inovação é o que diferencia um líder de um seguidor”.

Vanessa Queiroz em “Coragem criativa em tempos artificiais”

Em uma das primeiras palestras do Juicy Design Meetup, a designer Vanessa Queiroz, que já assinou projetos para marcas como Nike, Pepsi, Havaianas, Absolut e Cerveja Colorado, trouxe uma fala direta, inspiradora e urgente sobre o papel do criador em tempos de inteligência artificial.

www.juicysantos.com.br -palestra de vanessa queiroz no juicy design meetupFotos: Fábio Prado

Logo no início, ela compartilhou um pouco da sua trajetória e ressaltou o quanto foi essencial acumular repertório ao longo do caminho.

“A ferramenta é ótima, mas sem repertório, ela não serve pra nada. Você precisa ter vivência, bagagem, saber por que está criando algo”, afirmou.

Vanessa fez um alerta sobre o atual momento da tecnologia, especialmente o uso da inteligência artificial nas áreas criativas.

“A gente está vivendo um super ciclo da IA. Está todo mundo testando, brincando, produzindo… Mas no fundo, somos as cobaias desse momento. E por isso mesmo, precisamos manter o olhar crítico”.

Segundo ela, o perigo está justamente na automatização da criatividade sem reflexão. Hoje, em um cenário em que muitas vezes já não conseguimos distinguir o que foi feito por uma pessoa ou por uma inteligência artificial, Vanessa alertou para um risco real: a perda da nossa capacidade de criar de forma autêntica. Para ela, é essencial preservar a criatividade genuína — algo que faz parte da natureza do brasileiro e que precisa ser valorizado.

Vanessa também contou sobre sua atuação em projetos de design ativista, como a criação de uma página em parceria com a Mídia Ninja, que une arte e posicionamento político.

Larissa Dallal em “Mercado de design: como ir além do que você vê”

A gestora executiva da ABEDESIGN, Larissa Denis Dallal, trouxe para o palco uma fala que expandiu os horizontes do público sobre o verdadeiro papel do design no mercado atual. Com mais de 15 anos de experiência em marketing, criatividade e branding, Larissa reforçou que o design vai muito além da estética: é uma ferramenta poderosa de estratégia, conexão e transformação.

“O design não é só sobre imagem. Ele atravessa produtos, serviços, negócios e experiências. Está presente nas decisões estratégicas das empresas e impacta diretamente na forma como nos relacionamos com o mundo”, destacou.

Durante a palestra, Larissa abordou caminhos muitas vezes invisíveis aos olhos de estudantes e profissionais iniciantes — como premiações nacionais e internacionais, festivais criativos e redes de conteúdo que fortalecem a prática do design em diversas frentes.

Ela também fez um convite ao público para se engajar mais com a comunidade criativa:

“Existem muitas oportunidades no mercado de design que não estão apenas nas grandes agências. Estão também nas trocas, nas comunidades, nas redes de apoio e nos eventos que fortalecem o ecossistema”.

Ao falar sobre sua atuação na ABEDESIGN e na coordenação do Prêmio Brasileiro de Design (BDA), Larissa reforçou a importância do reconhecimento profissional: “As premiações e festivais são muito mais do que troféus. São formas de posicionamento, visibilidade e conexão com o mercado global”.

Foi uma fala provocadora, que convidou o público a sair do lugar comum, olhar o design como ferramenta de impacto real e construir uma carreira com visão estratégica, repertório e propósito.

Paulinho Franqueira em “Se a vida te der lAs, faça umas limonadas”

Com mais de três décadas de experiência no mercado gráfico e publicitário, Paulinho Franqueira, Consultor de Soluções na Adobe Brasil, trouxe ao Juicy Design Meetup uma palestra prática, direta e recheada de insights valiosos sobre como os criativos podem usar a inteligência artificial a seu favor — sem abrir mão da originalidade.

www.juicysantos.com.br - Paulinho Franqueira no Juicyhub

Na palestra intitulada “Se a vida te der IAs, faça umas limonadas”, Paulinho mostrou, com demonstrações ao vivo, que é possível transformar a ansiedade em torno das novas tecnologias em produtividade criativa. “A inteligência artificial não veio para substituir o designer, mas para potencializar o que ele já sabe fazer de melhor. O segredo está em manter a identidade criativa e usar as ferramentas com intenção e repertório”, explicou.

Com um tom leve e provocador, ele também destacou que a IA não é desculpa para deixar de lado o pensamento crítico e a busca por qualidade no trabalho criativo:

“Não adianta sair clicando em botão de IA sem entender o que se quer comunicar. Criatividade ainda vem de dentro, das referências, da bagagem”.

Paulinho apresentou ainda estratégias e fluxos de trabalho que podem facilitar o dia a dia de designers e ilustradores, mostrando como integrar soluções da Adobe ao processo criativo com eficiência e inteligência.

A palestra foi uma verdadeira aula sobre como abraçar as mudanças tecnológicas sem perder a essência — e como usar cada nova ferramenta como um trampolim para evoluir na carreira.

Chico Adelano, com “Design: Pensamento, Amplitude, Atitude”

O grande Chico Adelano trouxe reflexões profundas sobre como o design pode ser uma força transformadora que vai muito além da estética. Em sua fala, desafiou os presentes a repensar o papel do design na sociedade contemporânea.

Adelano iniciou sua apresentação estabelecendo uma provocação importante:

“Se eu não pensasse diferente e não agisse de acordo com a minha própria verdade, eu não conseguiria construir uma carreira de sucesso”.

A frase resume uma das principais mensagens da palestra: a necessidade de desenvolver um pensamento crítico e autêntico como base para qualquer prática criativa.

O palestrante desmistificou conceitos populares sobre design thinking, enfatizando que “design thinking não é colar post-it, é como aprender judô”. A analogia revela sua visão sobre a importância de construir fundamentos sólidos que sirvam como base para toda uma carreira. Para Adelano, o design deve ser compreendido como uma disciplina que transcende ferramentas e técnicas, estabelecendo-se como uma forma de pensamento capaz de navegar experiências, cultura e negócios.

A segunda dimensão abordada na palestra foi a necessidade de ampliar o escopo do design. Adelano defendeu que os profissionais devem ir além da estética e da usabilidade de produtos para se voltarem para problemas sistêmicos e complexos.

Durante a apresentação, o diretor de design apresentou diversos cases inspiradores, desde grandes corporações como Apple até iniciativas inovadoras como a startup Pill Pack, que revolucionou a experiência de farmácias online antes de ser adquirida pela Amazon.

Um dos exemplos mais impactantes foi o caso de Thomas Gottschalk, fundador da Mobisol, empresa que se dedicava a distribuir sistemas solares em áreas rurais da África Subsaariana, levando energia renovável a regiões onde a eletricidade não era acessível.

Para finalizar, Adelano focou na postura que os designers devem adotar diante dos desafios contemporâneos.

O especialista destacou ainda a importância da responsabilidade social do design. Para ele, o design deve se aliar a outros saberes para gerar valor real, tornando-se uma ferramenta capaz de influenciar positivamente a sociedade.

A mensagem central é: o design precisa assumir sua responsabilidade de gerar impacto positivo no mundo.

Anna Carla Abreu apresenta “Beyoncé de Carteirinha: Potências periféricas e vivências criativas”

O que Beyoncé veio aprender no Brasil? Com essa pergunta para a plateia, Anna Carla Abreu abriu sua palestra. A provocação inusitada e potente serviu como ponto de partida para a estrategista de marca, que usou a imagem da artista global como estudante universitária brasileira – com carteirinha, chapéu de Cowboy Carter e caderninho de anotações – para ilustrar como as potências criativas periféricas podem oferecer aprendizados únicos ao mundo.

Com uma relação de troca e interação com a audiência, Anna Carla compartilhou sua própria trajetória, contando sobre suas origens em Irará, na Bahia, e como essa ascendência a coloca no mundo, moldando sua essência e repertório profissional. Apaixonada por Antropologia, Filosofia e Sociologia, esses interesses foram fundamentais para aguçar sua capacidade de investigar, pensar e usar a criatividade para estruturar narrativas estrategicamente.

“Aqui cada pessoa tem uma forma única de experienciar o que é o Brasil”, explicou a estrategista, provocando os participantes a refletir sobre suas próprias origens.

Em um momento marcante da apresentação, ela relacionou sua vivência nordestina colocando Beyoncé e Luiz Gonzaga na mesma “mesa”, demonstrando como diferentes referências culturais podem dialogar e se enriquecer mutuamente.

Para Anna, designers e criativos devem “escavar” suas origens e jornadas pessoais como insumo fundamental para o trabalho criativo.

A estrategista defendeu que designers e criativos que desenvolvem suas “papilas estratégicas” performam melhor, ampliam oportunidades e conseguem viver de forma mais sustentável daquilo que concebem.

Bia Menoli fala sobre “Letras Expressivas como Base de Projeto”

Com uma visão cheia de autenticidade sobre o papel do lettering no design contemporâneo, a designer gráfica e letrista demonstrou como a tipografia pode deixar de ser apenas ornamento para se tornar o eixo central de projetos criativos e, por que não, uma forma de se diferenciar como profissional.

“Apaixonada por desenhar letrinhas”, a designer defendeu que letras desenhadas à mão e soluções tipográficas expressivas, quando aliadas a ferramentas digitais, contribuem para criar marcas com personalidade e alinhadas ao seu contexto cultural e conceitual. Para Bia, as decisões tipográficas expressivas moldam não apenas a estética, mas toda a estratégia de comunicação de um projeto.

Natural de Aracaju (SE), Bia contou experiências do início de sua carreira, em especial como desenvolveu projetos com poucos recursos, mas com um pensamento de vanguarda com o estúdio Coloio, que integrou assim que se formou na faculdade. A abordagem experimental resultou em trabalhos reconhecidos, incluindo um projeto que rendeu ao coletivo Coloio uma indicação ao Brasil Design Awards.

Entre os cases apresentados, destacou-se o redesign completo da Miroane, marca santista fundada em 1996. O desafio era criar uma ambientação nostálgica dos anos 1990, trabalhando logo, iconografia, site e identidade visual para trazer a doceria para os anos 2020. Nesse projeto, o lettering representou o fio condutor de toda uma estratégia visual.

Bia incorpora muito de suas raízes sergipanas em seus projetos. A designer mostrou experimentos com o dialeto local, utilizando como inspiração fotografias do centro histórico de Aracaju para criar releituras de tipografia contemporânea.

E deu uma dica para os estudantes e jovens designers:

“Ter o seu próprio estilo e seu próprio traço é questão de experimentação. É preciso buscar a liberdade, testar o estilo e deixar a função de lado em momentos específicos do processo criativo”.

Pedro Oliveira com “Do gráfico ao movimento: turbine sua carreira com motion design”

Na palestra, o designer e diretor de criação conduziu o público por uma verdadeira imersão no universo da animação e do audiovisual. Com uma trajetória que começou no design gráfico e evoluiu para o motion, Pedro compartilhou aprendizados práticos, dicas de ferramentas e uma mensagem clara: há muito espaço (e demanda) para quem anima ideias.

Segundo ele, o motion é uma extensão natural para quem já trabalha com o visual estático.

“Se você já entende de composição, cor e narrativa, migrar para o movimento pode ser um passo decisivo na sua carreira. É o que vai te diferenciar no mercado”, destacou.

Com uma abordagem acessível e inspiradora, ele reforçou que o motion não é um bicho de sete cabeças — e sim uma habilidade valiosa, que pode ser aprendida com dedicação e curiosidade.

“Hoje, o mercado procura cada vez mais profissionais que conseguem contar histórias visualmente, e a animação é uma das ferramentas mais poderosas para isso.”

Durante a apresentação, ele também falou sobre a importância da humanização no processo criativo, além da colaboração como força motriz para projetos mais relevantes. Para Pedro, somar talentos e experiências é o que impulsiona resultados únicos — tanto para as marcas quanto para os criativos.

“Você não precisa ser especialista em tudo, mas precisa estar disposto a aprender, testar e se conectar com outras pessoas criativas. O motion pode abrir portas que você nem sabia que existiam.”

Lucas Busto sobre “Criar personagens que continuam vivendo”

Na palestra, o designer, editor e contador de histórias Lucas Busto conduziu o público do Juicy Design Meetup por uma jornada sensível e criativa sobre o nascimento e a evolução de personagens — sejam eles criados para projetos autorais ou campanhas publicitárias.

Lucas compartilhou os bastidores da criação de suas obras, como o quadrinho Atlântico e o livro infantil Sopa, além de zines como Caixa-Preta de Pequenas Grosserias.

“A ideia pode começar num papo, num pedaço de papel ou até numa música. Mas o importante mesmo é o que a gente faz com ela depois que ela nasce.”

A palestra foi um mergulho no processo criativo: desde os testes que deram errado até os personagens que ganharam vida depois de muitas conversas com co-criadores. Lucas falou sobre a importância de dar voz a quem você inventa, de permitir que os personagens reajam ao mundo que foi criado para eles — e de lembrar que nem tudo nasce pronto.

“Personagem bom é aquele que continua existindo depois da última página, depois do último slide, depois da campanha. Ele continua reverberando, vive em quem lê, consome, compartilha.”

Para ele, criar histórias é também uma forma de organizar ideias, e os personagens só se tornam reais quando são desafiados. Ao mesclar o universo das grandes marcas com o da produção artesanal, Lucas defendeu que a criação precisa de tempo, observação e escuta.

“A gente não cria nada sozinho. Um personagem não é só nosso. Ele é feito das trocas, das referências, dos contextos. Criar é dividir.”

Tiago Castro em “Como se tornar viral e transformar likes em negócio”

Encerrando o dia, Tiago Castro mostrou que o sucesso nas redes sociais pode — e deve — ser muito mais do que números. Com uma história inspiradora, ele compartilhou como saiu do interior de São Paulo e de trabalhos como servente de pedreiro para se tornar diretor de animação, colaborando com gigantes como Disney, Netflix, Adobe e League of Legends.

Tiago também falou sobre o poder de criar conteúdo com propósito. “Likes são legais, mas não pagam boletos. O que importa é o que você faz com eles”, disse, arrancando risos e reflexões do público. Ele explicou como os vídeos que viralizou nas redes se tornaram portas de entrada para parcerias, projetos internacionais e o crescimento da sua escola, a Motion Master School.

Durante a palestra, ele compartilhou bastidores de suas animações mais famosas, estratégias que usa para atrair o olhar de marcas e dicas práticas para quem quer transformar criatividade em negócio. Também falou sobre a importância da consistência, da autenticidade e da capacidade de contar histórias que se conectam com as pessoas.

“Você não precisa de um estúdio gigante nem de um orçamento absurdo. O que você precisa é de visão, planejamento e, claro, colocar a mão na massa todos os dias”, afirmou.

Foi uma conversa sobre animação, empreendedorismo criativo e trajetória de vida — um convite potente para criativos que desejam sair do piloto automático e transformar seu talento em oportunidade real.

Como terminou?

O Juicy Design Meetup terminou em grande estilo, com um happy hour com muito chopp Estiva e som animado de Carla Mariani e Lê Alcover ao vivo.

E ainda teve…

  • Feira criativa com 22 artistas e criadores com a curadoria de LAB.Migaloo e Juicyhub;
  • JuicyCafe aberto com várias delícias ao longo do dia.

Juicy Design Meetup com a Adobe: veja a cobertura completa

 

O Juicy Design Meetup é totalmente acessível para pessoas com deficiência e conta com tradução simultânea em Libras. Para quem não pôde comparecer presencialmente, há a transmissão ao vivo no You Tube do Juicy Santos.

Valentina Tilly
Texto por