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Guia de sobrevivência do caiçara para enfrentar a alta temporada na Baixada Santista

Caiçara raiz sabe: final de ano na Baixada Santista é tipo Jogos Vorazes, mas com turistas disputando vaga na orla

Tempo de leitura: 4 minutos

Se você é caiçara de carteirinha, já sabe: dezembro é aquele mês em que a Baixada Santista vira um formigueiro humano. Para enfrentar esse período com sucesso, nada melhor do que consultar um guia de sobrevivência caiçara.

O guia de sobrevivência do caiçara começa aqui, porque sobreviver à alta temporada exige estratégia, paciência e um GPS atualizado. 

Foto: Guilherme Dionízio/Futura Press

Enquanto os turistas chegam aos montes para aproveitar nossas praias, nós, locais, precisamos reaprender a circular pela própria cidade — e isso está longe de ser uma reclamação, sabemos muito bem sobre o movimento da ecomimia local nessa época do ano. O guia é essencial.

Mas a verdade é simples: ou você se adapta, ou passa o verão inteiro preso no trânsito da Avenida Presidente Wilson.

Reality show de resistência

Portanto, vamos combinar uma coisa. Entre dezembro e fevereiro, esqueça a ideia de passar pela orla depois das 9h da manhã. A faixa litorânea se transforma num estacionamento gigante decorado com guarda-sóis e coolers. 

Carros emplacados de São Paulo, Minas e até do Paraná disputam cada centímetro de asfalto. Além disso, aquela corridinha rápida até o mercado? Pode multiplicar por três o tempo estimado. Um verdadeiro guia para sobrevivência caiçara é necessário.

Horários estratégicos

No entanto, nem tudo está perdido. Os verdadeiros sobreviventes da alta temporada sabem que existem horários de ouro. Quer curtir a praia sem parecer sardinha enlatada?

Chegue antes das 8h da manhã. Sério. Parece sacrifício, mas você terá areia para chamar de sua e estacionamento disponível.

Outra opção é o final da tarde, depois das 17h. Enquanto isso, os turistas já estão voltando para os apartamentos alugados, e a praia fica mais vazia. A Praia Grande costuma esvaziar um pouco mais cedo que Santos, então vale a pena considerar.

O mapa do tesouro caiçara

Consequentemente, conhecer rotas alternativas vira questão de sobrevivência. Esqueça a Avenida Ana Costa nos horários de pico. Prefira ruas paralelas como a Avenida Conselheiro Nébias ou até mesmo o Canal 4 em Santos, mas um bom guia de sobrevivência pode te ajudar com isso.

Supermercado: A missão impossível

Fazer compras no supermercado durante dezembro merece um capítulo à parte neste guia de sobrevivência. As filas se estendem até o estacionamento, e encontrar carrinho disponível vira caça ao tesouro.

A solução? Vá de madrugada (bem cedo) ou após as 21h nos dias úteis — é sério, parece loucura, mas compensa. Aos finais de semana, só se for caso de vida ou morte. 

Ou ainda melhor, faça compras grandes no começo do mês e deixe só o essencial para dezembro.

Apps são seus melhores amigos

Esquece o Tinder, igualmente importante é ter o Waze ou Google Maps sempre abertos. Esses aplicativos se tornam sua salvação quando o trânsito resolve surpreender (o que acontece diariamente). Eles mostram rotas alternativas em tempo real e ajudam a desviar de acidentes e bloqueios.

Além disso, aplicativos de delivery ganham outro significado. Mas lembre-se de fazer seus pedidos com antecedência, conforme o guia recomenda.

Preserve sua saúde mental

Finalmente, lembre-se: isso também vai passar. Janeiro e fevereiro seguem pesados, mas março chega trazendo alívio. Até lá, respire fundo, coloque uma playlist relaxante e repita o mantra: “Eu moro no paraíso, só empresto minha cidade para os turistas.”

E se precisar de um refúgio, considere explorar as praias mais afastadas como Guarujá e Bertioga nos dias mais caóticos.

Sobreviver à alta temporada é uma arte. Nós, caiçaras, somos os mestres dessa arte. 

Bom verão, guerreiros!

Vitor Fagundes
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