Exposição Mamáfrica leva ancestralidade ao Museu do Porto de Santos
Mostra cultural gratuita conecta os saberes artísticos de Brasil e Cuba.
Entre os dias 18 de setembro e 26 de outubro, Santos recebe uma programação cultural inédita: é a exposição Mamáfrica – Ancestralidades Africanas entre Brasil e Cuba. O Museu do Porto abre as portas para uma agenda gratuita. Esta agenda conecta arte, economia criativa, música, debates e muito mais. Tudo isso ocorre sob o pano de fundo das heranças africanas comuns entre os dois países.
O evento fortalece os laços não só culturais, mas comerciais e históricos entre Santos e Cuba. Além disso, destaca o papel dos portos e das comunidades afrodescendentes na construção dessas identidades.
Arte, ancestralidade e os laços Brasil-Cuba
A influência afrodescendente na Baixada Santista e na América Latina ocupa espaço central em debates contemporâneos sobre identidade e cultura, e diversas pesquisas têm destacado como as trocas entre Brasil e Cuba ajudam a resgatar e valorizar essas raízes.
Brasil e Cuba têm conexões históricas formadas pelo Atlântico Negro. Este conceito analisa movimentos de cultura, pessoas e informação entre África, América Latina e Caribe.
Mamáfrica é uma iniciativa que contribui com a visibilidade da participação de afrodescendentes na economia, arte e formação social. Isso se destaca em cidades portuárias como Santos. Além disso, ajuda no combate ao apagamento de memórias comunitárias.
Exposição Mamáfrica traz exposição, debates e feira afro
Quem passar pelo Museu do Porto de Santos vai encontrar uma reunião de obras de 68 artistas. São 23 cubanos e 45 brasileiros vindos de dez estados diferentes. O evento abre espaço para uma arte popular potente. A curadoria é assinada por Odécio Visintin Rossafa Garcia, Oscar D’Ambrósio, Juliana Candido e Shirlene Pérola Negra.
Além de pinturas, instalações e performances, a mostra reserva homenagens à história local. Entre os destaques, estão o painel “Trabalhadoras e Trabalhadores”, da artista Dulce Martins, e a obra “Assim foi a vida dos Negros e Negras no Porto”, de Adriano Dicart.
Para quem curte experiências sensoriais e protagonismo local, uma das atrações é a performance do Coletivo LA Santista. Eles exploram a oralidade e a memória dos negros no Porto de Santos. As atividades vão além da arte visual. Há rodas de conversa, seminários (inclusive sobre exportação, sustentabilidade e cooperação Brasil-Cuba), shows e projeção de filmes. Também integra a programação a tradicional Festa do Macuco. Para esta festa, há cortejo da escola de samba X9 Santista e feira afro com 12 bancas de empreendedores da região.
É um momento para trocar ideias, conhecer novas vozes da cultura afro-brasileira e descobrir produtos criativos feitos na Baixada.
Arte para todos e todas
Outro ponto que chama atenção é a preocupação com a acessibilidade: todas as obras da exposição Mamáfrica serão acompanhadas de audiodescrição e QR Codes com informações, facilitando a participação de todos os públicos. Para quem curte arte e história, é também uma excelente oportunidade de olhar para a Baixada e o Porto de Santos em perspectiva ampliada, reconhecendo o papel do território nas rotas afro-atlânticas e na formação cultural brasileira.
Se você ficou curioso para conferir, a visitação vai de 18 de setembro a 26 de outubro, no Museu do Porto de Santos. A mostra é gratuita e livre para todos os públicos.
A exibição já esteve em Salvador e São Paulo, atraindo milhares de visitantes. E, depois de Santos, segue para Brasília e Rio de Janeiro, incentivando o intercâmbio entre portos e comunidades diversas.
A programação completa está no Instagram.
