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Esteira de acesso dá novas possibilidades a cadeirantes na praia de Santos

As longas gargalhadas das crianças, ao sentirem os pés serem afundados pelas ondas, são comuns aos ouvidos de famílias que vivem à beira-mar.

Mas Edson da Silva, aos 34 anos, nunca teve esse pequeno prazer.

Há mais de uma década, o pai de três filhos utiliza uma cadeira de rodas para se locomover e, por isso, sempre que ia à praia, precisava ficar a metros de distância dos pequenos.

“Eu ficava no calçadão e pedia para eles se manterem numa determinada direção. Além da preocupação, por não ver se estavam obedecendo a ordem de ficar no raso, perdi várias coisas que parecem simples, mas se tornam imensas por não podermos vive-las”, explica.

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Os olhos brilhantes de emoção ficam a todo tempo atentos aos movimentos feitos pelas crianças.

Isso é possível graças à esteira de acesso que foi implementada pelo projeto Praia Acessível na praia de Santos em março deste ano.

O caminho, que vai da orla até poucos metros do mar, é feito de material emborrachado, poroso na parte de baixo para aderir à areia, e liso no lado superior para a cadeira de rodas deslizar. Pode ser utilizado não apenas por cadeirantes, mas também por pessoas com dificuldade de se locomover, mães com carrinho de bebê e cegos.

“Ficou ótimo. Facilitou o meu lazer – e muito!”, comemora Edson. “A única coisa que eu acho é que deveriam colocar em todos os bairros. Eu moro aqui pertinho, na Casa do Paraplégico. Mas, e quem vive mais longe?”, questiona.

Além do equipamento da Ponta da Praia (em frente ao Aquário), existe outra opção no Canal 3 (ao lado da Concha Acústica). O atendimento, que conta com cadeiras anfíbias e orientação, acontece aos sábados e domingos, das 10 às 16 horas.

Fora da temporada o serviço acontece de forma alternada, então tem que ficar de olho!

Sentir o mar

Dona Lúcia chegou e já foi armar o guarda-sol ao lado da esteira. Seu marido, que preferiu não se identificar, ficou no calçadão para pegar uma cadeira anfíbia e tomar um banho no mar. Ela adorou a novidade, pois antes precisava deixar a cadeira muito longe.

“Além disso, algumas pessoas não conseguiam vir pertinho do mar só para sentir a maresia, porque nem toda cadeira dá essa possibilidade”, explica.

Para o marido dela, um ponto a ser elogiado é o atendimento. “Os monitores são maravilhosos, nos tratam muito bem. Acho que a infraestrutura de trabalho deles poderia ser melhor, eles ficam o dia todo nesse calor, né?”, lembra.

Mesmo com alguns pontos a serem discutidos e melhorados, Edson – que ficou o tempo todo pertinho dos filhos – é só alegria. “Deveriam ter feito antes!”, finaliza.

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Jornalista,
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