Na cidade mais feminina do país, 15 mil mulheres sofrem com a endometriose em Santos
Esta doença afeta uma em cada dez mulheres em idade fértil no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Estamos falando da endometriose. E Santos é uma cidade pioneira no combate à endometriose no país.
Com um Centro de Referência dedicado exclusivamente ao tratamento e diagnóstico da endometriose, Santos se destaca não apenas na Baixada Santista, mas em termos nacionais. A endometriose é, muitas vezes, minimizada, tornando essencial a existência de espaços que assegurem o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
O que é a endometriose?
A endometriose é uma condição ainda envolta em desinformação e tabus.
É quando as células do endométrio se encontram fora do útero. Portanto, a doença está associada a sintomas intensos, que muitas vezes incapacitam as mulheres de realizarem suas atividades diárias normalmente.
Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras (Febrasgo), cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva são afetadas pela endometriose.
Em 2022, a cantora Anitta revelou que sofria de endometriose, colocando a questão em evidência e reforçando que quanto mais cedo houver o reconhecimento, melhor.
Onde tratar endometriose em Santos?
Na cidade mais feminina do Brasil, há cerca de 15 mil mulheres que sofrem com a patologia. Algumas delas levam anos e anos para receberem um diagnóstico assertivo, após passar por inúmeros exames e consultas. Dores pélvicas, enjoos, inchaço abdominal e fadiga crônica estão entre os sintomas da endometriose.
Em um compromisso com a população feminina, a Secretaria de Saúde não apenas oferece assistência médica, mas também suporte e conscientização por meio do Centro de Referência em Endometriose. Desde sua inauguração em 2019, no Complexo Hospitalar dos Estivadores, aconteceram 247 cirurgias, com uma técnica menos invasiva e mais respeitosa com as pacientes de endometriose.
O setor promove, ainda, eventos para a conscientização, entre eles o ‘Histórias que Inspiram e Informam’ e a Endocaminhada, que integram a comunidade e profissionais da saúde no diálogo sobre a doença.
“São temas invisíveis até para os próprios profissionais de saúde. Às vezes, a mulher está com um quadro depressivo no climatério ou tem insônia e tratam isso com remédios, mas não tratam a raiz do problema. Não veem a mulher como um todo”, explica Milene Mori, coordenadora do Grupo Técnico em Saúde da Mulher.
Investigando a endometriose
Após a suspeita diagnóstica, a paciente vai para o Instituto da Mulher e Gestante para confirmação ou descarte da hipótese. A ultrassonografia transvaginal identifica se há focos de endometriose na pelve. No entanto, há mulheres nas quais a doença fica fora do útero e do ovário, havendo necessidade de exames complementares para investigação como a ressonância pélvica, que mostra se há comprometimento dos outros órgãos.
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Para casos iniciais de endometriose, o tratamento utiliza medicamentos (pílulas anticoncepcionais ou remédios específicos, a critério médico). Quando a doença está em estágio que compromete a estrutura de outros órgãos como ovários, ligamentos de sustentação do útero, bexiga ou intestino, há necessidade de cirurgia, que acontece no próprio Complexo Hospitalar dos Estivadores.
Os 6 Ds da endometriose
- dor na menstruação
- dor na relação sexual
- dor ao evacuar
- dor ao urinar
- dor pélvica crônica
- dificuldade para engravidar.
O Complexo Hospitalar dos Estivadores fica na Av. Conselheiro Nébias, 401, Encruzilhada.