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Ecoporto leva prêmio com projeto de IA para operações portuárias

Solução usa dados das operações em tempo real para fazer ajustes automáticos nos processos de movimentação de cargas

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagine o seguinte cenário: menos caminhões parados, operações mais rápidas e um vai e vem muito mais organizado por aqui, bem ali no coração das operações portuárias da Baixada Santista. Pois é, quem passa pela região do Porto de Santos sabe bem do que estamos falando. Por isso, a notícia vai ter um impacto importante: o Ecoporto ganhou uma premiação nacional graças ao uso de inteligência artificial (IA) para otimizar a movimentação de cargas.

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‘Vai, não vai’ de caminhões no Porto de Santos

Você talvez já tenha ouvido que o Porto de Santos, na Baixada Santista, é o maior da América Latina e influencia, direta ou indiretamente, o dia a dia de milhares de pessoas por aqui. Segundo dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), mais de 75% da carga movimentada no Brasil passa por portos. E Santos lidera esse movimento.

A busca por processos mais eficientes não é só um desejo dos operadores, mas uma necessidade urgente para manter a competitividade na economia global. O uso de tecnologia, especialmente inteligência artificial, vem crescendo nos grandes portos do mundo. Países como China, Holanda e Estados Unidos já implementam soluções desse tipo para reduzir custos, agilizar operações e diminuir impactos no entorno. A chegada dessa tendência à Baixada Santista coloca a região no mapa dos portos inovadores, conectando Santos a uma nova época do setor logístico.

Inovação no cais santista

O projeto que garantiu ao Ecoporto o destaque nacional foi uma parceria com a startup Loopt. Aliás, mais uma prova de que inovação se faz a muitas mãos. A conquista veio no Portos ao Cubo Itaú, hoje o principal evento de inovação focado em portos no país.

A solução utiliza inteligência artificial para analisar dados das operações em tempo real e propor ajustes automáticos nos processos de movimentação de cargas. O resultado? Uma redução de até 28% em movimentos improdutivos (ou seja, aquelas idas e vindas desnecessárias de contêineres), um corte de 21% no tempo de espera dos caminhões no pátio e uma melhora de 24% no cumprimento dos agendamentos. Além disso, houve uma realocação inteligente de 27% das horas de trabalho, otimizando tanto esforços quanto custos. Tudo isso foi conquistado nos primeiros meses de uso.

De um jeito simples, o sistema ‘olha’ tudo o que está acontecendo no terminal, identifica onde há falhas ou ociosidades e redistribui tarefas (e recursos) para que tudo rode com menos desperdício. Pra quem vive ou trabalha na região, significa menos risco de filas de caminhões, menos barulho e até menos impactos no trânsito próximo ao cais.

O gerente de operações do Ecoporto, Robson Bissani, afirmou que o maior ganho percebido foi justamente a produtividade: com caminhões esperando menos, fica mais fácil cumprir a agenda e assumir novos serviços — e isso pode significar mais empregos e oportunidades para as empresas que atuam aqui na Baixada Santista.