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COP30 no Brasil: o que a conferência climática tem a ver com Santos?

Tempo de leitura: 5 minutos

A COP30 começou nesta segunda-feira (10) em Belém, no Pará, e vai até o dia 21 de novembro. Pela primeira vez desde a Rio-92 — conferência histórica que deu origem à Convenção do Clima da ONU —, o Brasil volta a sediar esse encontro mundial que reúne representantes de quase 200 países, além de cientistas, ativistas e organizações da sociedade civil para discutir ações climáticas urgentes.

cop 30 santos

A escolha de Belém não foi por acaso. Desta vez, os holofotes estarão sobre a Amazônia e sobre como o Brasil vai lidar com suas questões ambientais. A expectativa é que sejam definidas novas metas de redução de emissões de carbono, acordos sobre financiamento climático para países em desenvolvimento e estratégias concretas para conter o aquecimento global.

Mas o que uma conferência climática global, acontecendo no Norte do país, tem a ver com Santos? Muito mais do que parece. As decisões tomadas na COP30 não ficam restritas à Amazônia: elas moldam políticas nacionais que impactam diretamente cidades costeiras como a nossa, que já enfrentam os efeitos da crise climática no dia a dia.

Por que Santos deveria prestar atenção na COP30

Santos é uma cidade costeira. E cidades costeiras estão na linha de frente das mudanças climáticas. Elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos, impacto na biodiversidade marinha — tudo isso já afeta (e vai afetar cada vez mais) a Baixada Santista.

Foto: Arminda Augusto

As decisões tomadas na COP30 influenciam diretamente políticas ambientais brasileiras que impactam todo o país, incluindo o litoral. Ou seja: o que está sendo discutido em Belém agora vai se transformar em ações concretas (ou na falta delas) que chegarão até aqui.

O que já sentimos por aqui

A crise climática não é um problema distante ou futuro. Santos já sente seus efeitos na prática:

Aumento do nível do mar: Com o derretimento das geleiras e calotas polares, a água dos oceanos sobe, ameaçando toda a região com inundações e danos à infraestrutura. Áreas como a orla e a Zona Noroeste são especialmente vulneráveis.

Rua de Santos alagada durante tempestade, logo após onda de calor extremo (2025). Foto: Reprodução Redes Sociais

Eventos climáticos extremos: Ressacas mais intensas, chuvas torrenciais, ondas de calor e ventos fortes têm se tornado mais frequentes. Esses fenômenos sempre existiram, mas agora chegam com maior intensidade e regularidade. O resultado? Enchentes que sobrecarregam o sistema de drenagem, erosão da orla, deslizamentos em áreas de risco e ameaças à saúde pública.

Impacto na vida marinha: O aumento da temperatura do mar e a poluição marinha prejudicam o ecossistema local, afetando diretamente a pesca e as atividades portuárias — bases da economia regional.

Por que a COP30 importa para Santos

As decisões tomadas durante a COP30 não ficam apenas no papel. Elas se transformam em políticas públicas, investimentos e ações concretas que chegam até as cidades brasileiras.

Para Santos, isso significa investimentos em proteção costeira, com recursos destinados a obras de contenção, recuperação da orla e infraestrutura contra enchentes. Também representa políticas de preservação ambiental voltadas à proteção de manguezais, restingas e áreas verdes da região, essenciais para conter o avanço do mar e regular o clima local.

Além disso, a COP30 influencia projetos de adaptação urbana, como melhorias em drenagem, planejamento urbano e preparo para eventos climáticos extremos. E ainda determina o acesso a recursos para cidades vulneráveis, através de fundos climáticos globais destinados especificamente a cidades costeiras em risco.

É literalmente sobre o futuro da nossa cidade.

Como se envolver

A COP30 não é apenas sobre governos e líderes mundiais. É sobre todos nós. E há várias formas de se envolver.

Acompanhe as decisões tomadas durante a conferência. Fique de olho nas notícias sobre os acordos firmados e entenda o que o Brasil está se comprometendo e como isso afeta o litoral. Use essas informações para cobrar políticas locais, pressionando por ações concretas em Santos (como proteção da orla, preservação de manguezais e adaptação climática).

Apoie iniciativas sustentáveis da região, valorizando projetos e negócios locais que trabalham pela preservação ambiental. Converse sobre o tema, compartilhe informações, questione e debata. Quanto mais gente entendendo a urgência da crise climática, mais forte fica a pressão por mudanças reais.

E no dia a dia, pequenas ações também contam: reduzir consumo, evitar desperdício e preservar áreas verdes fazem diferença.

Santos depende do mar. E o mar depende de decisões que estão sendo tomadas agora, na COP30. Fique de olho.