Cineastas buscam deficientes visuais com mais de 60 anos para mostrar uma nova visão de Santos
A paisagem urbana de Santos passa por grandes transformações. Novos prédios surgem a todo instante, obras viárias modificam a rotina da população e antigos cenários dão lugar a novos empreendimentos. Como seria a cidade se inseríssemos, no contexto urbano atual, locais que não existem mais há décadas?
Uma equipe da Mokotó Filmes, produtora audiovisual santista que já produziu trabalhos para empresas como Avon, Copag e Mahogany, além de videoclipes e curtas-metragens premiados em festivais, está à procura de pessoas que tenham testemunhado a época clássica da cidade – quando os bondes dominavam as ruas e os prédios ainda não arranhavam o céu. Mas com um detalhe importante: essas pessoas devem ser deficientes visuais.
“A ideia desse filme é apresentar as memórias de pessoas que nasceram saudáveis, mas se tornaram deficientes visuais anos depois”, explica o roteirista Rodrigo Budrush. “Através de suas lembranças daquela Santos antiga, vamos fazer intervenções nas imagens contemporâneas da cidade e reproduzir visualmente essas descrições”.
Além da premissa inovadora, o filme trará aos espectadores um belo convite à reflexão. “Mais do que apresentar a cidade sob novos pontos de vista, queremos fazer um resgate da memória afetiva santista”, aponta o diretor Kauê Nunes. “No final das contas, qual percepção é a real: essa que vemos agora ou a que temos na memória?”.
Os interessados em participar de uma entrevista para a produção devem mandar um e-mail para [email protected] ou deixar uma mensagem na fan page da produtora, que acaba de finalizar o curta-metragem Papéis de Adélia – um filme com temática feminina contemplado no edital Carmem Santos do Ministério da Cultura.
Foto do acervo de Francisco Carballa, para o site Novo Milênio