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Caso de fake news no Guarujá vira tema de podcast

Tempo de leitura: 3 minutos

Você se lembra do caso de fake news no Guarujá em que uma falsa acusação matou Fabiane Maria de Jesus? Essa e outras histórias de caça às bruxas do século 21 viraram tema de uma audiossérie: Bruxas de Jesus.

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No tecido social de nossa contemporaneidade, as consequências de informações falsas e julgamentos precipitados podem ser devastadoras.

Por isso, a audiossérie Bruxas de Jesus, de Leo Surcin, traz à tona esse debate, utilizando o caso trágico de Fabiane, que aconteceu na Baixada Santista, como um ponto de reflexão sobre a cultura do cancelamento e a perseguição infundada, similar à caça às bruxas de séculos atrás.

Em 2014, ela foi vítima de um linchamento fatal após ser falsamente acusada de magia com crianças. Publicações de notícias falsas sobre Fabiane correram as redes sociais, culminando em seu assassinato.

Com uma abordagem que mescla jornalismo investigativo e narrativa histórica, este trabalho sonoro explora o perigo presente na desinformação e na intolerância social. A obra conecta os julgamentos medievais e a atual cultura do cancelamento por meio de entrevistas com especialistas, relatos históricos e análises de violência simbólica, intolerância e desinformação.

O resultado é uma experiência sonora intensa, provocadora e extremamente necessária.

Da Idade Média à era digital, a perseguição continua

Historicamente, a caça às bruxas era uma manifestação de medo cultural, onde mulheres, frequentemente marginais ou com conhecimentos herbários ou de parteiras, eram acusadas de bruxaria e severamente punidas. Segundo historiadores, essa prática era tanto um controle social quanto uma resposta a períodos de crise ou tensões comunitárias.

De forma trágica, esse padrão de comportamento parece não ter ficado apenas nos livros de História. Atualmente, a “cultura do cancelamento” muitas vezes atua de maneira similar, com indivíduos sendo rapidamente julgados e ‘cancelados’ baseados em informações muitas vezes não verificadas ou distorcidas, levando em alguns casos a consequências fatais, como no caso de Fabiane Maria de Jesus.

Nos episódios da audiossérie, é evidente a preocupação em ligar a memória com casos modernos de injustiça alimentados por desinformação.

A produção faz um trabalho meticuloso ao trazer especialistas para discutir não apenas os aspectos históricos, mas também os sociais e psicológicos dessa dinâmica prejudicial. Esses insights servem para entender como padrões antigos de comportamento ainda encontram ressonância em uma sociedade supostamente mais conectada, onde a informação deveria servir como ferramenta de esclarecimento e não de condenação.

Para quem curte podcasts e debates profundos sobre tolerância, justiça e o perigo das fake news, vale a pena ouvir.

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A produção integra o projeto “Novas Vozes”, iniciativa da Entrenova Conteúdos em parceria com a produtora-escola Master Shot e recursos estaduais da Lei Paulo Gustavo. De São José dos Campos (SP), o projeto aposta em narrativas transmídia com identidade brasileira, inclusão e acessibilidade.

A audiossérie “Bruxas de Jesus” está no Spotify e nas redes sociais.

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