Bruce Springsteen e o som do velho oeste
Bruce Springsteen nunca negou que a música folk da região oeste dos Estados Unidos foi determinante para sua formação musical.
E seu mais recente lançamento, Western Stars, parece sugerir um tributo a esse estilo.
Mas é muito mais do que isso.
Apresenta uma produção mais suave, inspirada e genial de The Boss.
Bruce Springsteen goes West
Em Western Stars, Springsteen toca e escreve com um toque suave, mostrando sua empatia evidente contando uma série de canções de história e retratos de personagens, uma de suas especialidades por sinal.
Os arranjos orquestrados são ricos e envolventes. Acabam lembrando as canções que Jimmy Webb escreveu para Glen Campbell nos anos 60.
O disco tem duas faixas incrivelmente inspiradas logo no início, Hitch Hiking e The Wayfarer.
E segue incrivelmente genial na faixa seguinte – Tucson Train. Os arranjos sugerem um clima de nostalgia, assim como a faixa que dá nome ao álbum. São melodias facilmente identificadas com o estilo do cantor e compositor.
Suas palavras são diretas, uma combinação de clichês resistentes temperados por surpreendentes reviravoltas de frase que leva as músicas à uma interessante perspectiva. Os clichês, aliás, são intencionais. Todas as suas alusões à cultura dos anos 60 e início dos anos 70 afloram nessas canções de belas melodias.
Essas referências apontam para uma coleção de músicas doces, tristes e profundas. São músicas que se encaixam perfeitamente em seus próprios termos, mas que reúnem uma ressonância profunda e duradoura quando incluídas neste trabalho primoroso e encantador.
Western Stars é mais do que um acerto de Springsteen. Confirma que The Boss continua forte no comando com a sua inseparável E-Street Band.