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Balé da Cidade de Santos: há 15 anos na dança da vida

Bailarinas nascem ao som do piano. Essa é a sensação que se tem ao assistir um ensaio do Balé da Cidade de Santos.

Pois basta um pequeno acorde de Daniele Pereira, uma das pianistas da escola, para que todas estejam em sincronia – com a música e entre elas.

Os movimentos são certos. Os ângulos formados por seus corpos, perfeitos. Há harmonia no som das sapatilhas em atrito com o chão. Até a goteira que vive num canto da sala pinga no ritmo das músicas escolhidas por Renata Pacheco, diretora artística e fundadora do grupo.

E é assim há 15 anos, desde a primeira vez que a sala no Centro Cultural Patrícia Galvão recebeu as meninas de collant, sapatilhas e coques nos cabelos.

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O Balé da Cidade de Santos é lar

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Embora a companhia esteja comemorando 15 anos, é fácil perceber que muitas vivem o balé há mais tempo. Para elas a arte é lar, pois o aquecimento e o ensaio se confundem com um espetáculo.

Isso porque, mesmo antes do Balé da Cidade de Santos, Renata já atuava como diretora da Escola de Bailado e algumas delas estavam entre suas alunas.

“Já eram muitos anos vivendo a loucura dos festivais. Então achei que era o momento de criar espetáculos sem limitação de tempo, ter uma proposta para ser levada ao público. Assim surgiu o primeiro trabalho, Le Jardin Enchante, e entendi que isso deveria ser dançado por uma companhia”, explica.

E nasceu o Balé da Cidade de Santos.

Ana Luíza é uma das bailarinas que o viu dar os primeiros passos e caminhou com ele. É também uma das que, durante o ensaio, replica os movimentos da diretora com a cabeça para, em seguida, fazê-los como se ela mesma houvesse criado a sequência. Resultado dos 23 anos de dança, todos com Renata como professora.

“Com 7 anos, eu não sabia o que era balé, foi ela quem me ensinou. Por isso digo que a Renata é a minha base. Eu posso fechar os olhos e sei tudo o que ela vai dizer e fazer”, comenta.

“Depois da formatura, saí de Santos, dancei em mais de 23 países. Mas é aqui que eu me sinto bem e quero estar”.

Outro caso no qual o Balé da Cidade de Santos se faz lar é o de Sabryna Kelly. Transferida de outra escola da cidade, ela começou as aulas com Renata aos 8 anos e, aos 9, já estava no corpo de baile infantil (primeira formação). Participou de todos os grupos, até ser selecionada para a companhia. Além disso, é uma das professoras da escola de bailado.

15 anos de equilíbrio

Histórias como essa se repetem por toda a sala. Atualmente, 16 bailarinas formam a companhia. Mas, ao longo dos 15 anos, muitos talentos dançaram nesse grupo. Dos quais destacam-se nomes como, por exemplo, Natali Camolez, Mariane Cardoso, Thamiris Prata e Jackeline Valente.

Para todos que passaram ou passarão por lá, uma rotina rígida se impõe. Há ensaios marcados às segundas, quartas, sextas-feiras e sábados, das 9 às 14 horas. Neles, a delicadeza se mostra uma atividade que requer equilíbrio, concentração e muito suor. Mas, como resultado, além das incontáveis troféus, estão também apresentações por todo o Brasil e em cidades como Nova York, onde as santistas conquistaram o primeiro lugar no Youth America Grand Prix.

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Gala para celebrar 15 anos do Balé da Cidade de Santos

Por tudo isso, os 15 anos não poderiam passar em branco. Apesar de Renata jurar que não percebeu os anos passarem.

“Quando eu vi era o momento de planejar a comemoração”.

Para festejar, o palco foi o lugar escolhido. Assim, quarta-feira (31 de outubro) às 20 horas, o Teatro Coliseu, recebe o espetáculo Gala 15 anos’. Além das bailarinas do Balé da Cidade de Santos, o espetáculo conta com as participações do Corpo de Baile Juvenil e do Corpo de Baile Infantil. Também acontecerá uma volta aos palcos de Renata.

“A minha volta aos palcos é algo muito emocionante para mim e para todos que estão ali dividindo esse momento comigo. Confesso que estou com frio na barriga. É uma responsabilidade grande, mas preciso comemorar com elas dançando. É isso que a gente faz todos os dias, é isso que nos move e tem que continuar sendo”, completa a diretora.

No total, serão apresentados oito significativos trabalhos para o momento do Balé da Cidade de Santos. Deles, sete assinados pela diretora.

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Os ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro Municipal Braz Cubas. O ingresso custa R$ 60, mas há meia-entrada para estudantes e idosos e também a possibilidade de ter 50% de desconto comprando antecipado. Vale ressaltar que o Teatro Municipal é apenas o ponto de vendas, sendo o Coliseu o local da apresentação.

Até que as cortinas do teatro se abram no dia 31, e também depois que se fecharem, as 16 bailarinas seguirão se movendo ao som dos acordes do piano. Mesmo quando ele estiver em silêncio. Se você não acredita, vai precisar comprar a sua entrada e assistir com os próprios olhos.

* Imagens de divulgação

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Jornalista,