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Aqui tem um resumo do segundo dia do Festival CHAI de Vida e Carreira

Depois de um primeiro dia memóravel no sábado, o Festival CHAI de Vida e Carreira teve na sequência um domingo repleto de transformação e conexões inspiradoras.

O clima de inovação tomou conta do Juicyhub no fim de semana com debates profundos sobre sustentabilidade, inclusão, experiência do cliente, startups, novos jeitos de trabalhar e escuta ativa. De novo, o salão principal lotou com um público ávido por conhecimento, de estudantes até CEOs – todos unidos pelo desejo de crescimento pessoal e profissional.

Nas palestras e bate-papos, mergulhamos ainda mais fundo nas transformações do mercado de trabalho e descobrimos juntos ferramentas práticas para navegar por elas.

Pra quem passou por aqui e quer reviver esses momentos – ou quem não conseguiu marcar presença -, fizemos um resumão de tudo o que rolou e as falas mais impactantes dos convidados.

Sugestões para você

Bia Diniz, da ONG Cruzando Histórias, fechando o Festival CHAI de Vida e Carreira com uma palestra emocionante

Quem você se tornou depois do que aconteceu?, com Ana Carolina Cederboom, Bárbara Gonçalves e Ludmilla Rossi

Neste emocionante painela de abertura do segundo dia, três mulheres extraordinárias – Ana Carolina Cederboom, Bárbara Gonçalves e Ludmilla Rossi – compartilharam suas histórias de transformação através dos desafios da vida. Longe de serem simples narrativas de superação, o encontro evidenciou a complexidade de como eventos traumáticos moldam quem nos tornamos, tanto pessoal quanto profissionalmente.

Carol Cederboom compartilhou sua jornada marcada por perdas significativas, incluindo quatro irmãs para o câncer e uma internação de três meses em 2022. Como caçula de 11 irmãos, assumiu o papel de cuidadora da família, especialmente de sua mãe, e encontrou propósito ao liderar o projeto Mulheres Pretas Empreendem.

Já Bárbara Gonçalves relatou sua experiência com uma prótese de quadril após sequelas de uma doença na infância e um grave acidente de carro em 2021 que a deixou dois meses em coma, transformando sua perspectiva sobre a vida e sua atuação profissional.

Um tema comum entre as três palestrantes foi como os traumas geraram um senso de urgência em suas carreiras e vidas pessoais. Elas criticaram a “positividade tóxica” e enfatizaram a importância de reconhecer que coisas ruins acontecem com pessoas boas, sem necessariamente haver um culpado. O painel encerrou com uma mensagem poderosa sobre a importância da vulnerabilidade e do compartilhamento de desafios, lembrando que ninguém está sozinho em suas lutas.

Se todo mundo quer mudar o mundo, quem tá ganhando dinheiro?, com Luis Felipe Collaço

Em uma reflexão sobre como equilibrar impacto social e lucratividade nos negócios contemporâneos, Collaço, que tem formação em engenharia ambiental e experiência em marketing, destacou que na nova economia as empresas precisam ir além do lucro, mas sem perder de vista a realidade do mercado brasileiro, onde 80% da população ganha até dois salários mínimos.

Dados da Nielsen revelaram que 76% dos consumidores brasileiros consideram a sustentabilidade importante em suas decisões de compra. No entanto, o palestrante enfatizou que o desafio está em democratizar produtos sustentáveis com preços acessíveis, não limitando o impacto positivo apenas à elite. Ele defende uma comunicação equilibrada sobre sustentabilidade: nem superficial demais, nem excessivamente complexa, considerando a diversidade do público consumidor.

Para ilustrar cases de sucesso, apresentou a parceria entre Natura e Nespresso na reciclagem de cápsulas de alumínio, a campanha do Kit Kat sobre produção sustentável de cacau e iniciativas do Burger King relacionando mudanças climáticas ao consumo de hambúrguer.

“O novo capitalismo precisa ser mais consciente, pois os consumidores estão mais exigentes e não aceitam mais greenwashing ou socialwashing”.

A mensagem final foi clara: é possível gerar impacto positivo e lucro simultaneamente, desde que haja um compromisso genuíno com a transformação social.

O correr da carreira e o que ela quer da gente: coragem!, com Caio Alves Queiroz

Executivo global da Havaianas, Caio Alves Queiroz compartilhou no Festival CHAI de Vida e Carreira sua trajetória profissional de mais de uma década na publicidade e no marketing. Natural de Niterói, Caio estabeleceu uma conexão imediata com a plateia ao comparar sua jornada com a de jovens santistas que precisam sair da cidade em busca de oportunidades profissionais.

Em um relato inspirador, dividiu sua carreira em três fases distintas: a primeira marcada pela descoberta do marketing digital em uma época em que a internet ainda engatinhava; a segunda fase caracterizada pelo questionamento do status quo, trabalhando com gigantes como Chivas, Heinz e Brahma; e a terceira, nos últimos 5 anos, focada em gerar impacto positivo e valor compartilhado em seus projetos profissionais.

A mensagem central de sua palestra foi a importância do aprendizado contínuo e da coragem para evoluir profissionalmente. Caio enfatizou que encontrar uma posição confortável é fundamental para que o tempo trabalhe a nosso favor, mas isso não significa estagnação – pelo contrário, destacou como sua busca por conhecimento, incluindo seus cursos de pós-graduação, foi crucial para expandir horizontes e possibilidades na carreira.

Recalibrando o futuro através da cultura de acesso, com Michele Simões

Em uma das falas mais aguardadas pela platéia do Festival CHAI, a designer de futuros anticapacitistas trouxe reflexões profundas sobre como a cultura do acesso pode revolucionar organizações e carreiras. Michele compartilhou sua jornada pessoal, desde os estudos em moda até a necessidade de criar sua própria profissão devido à falta de acessibilidade, destacando como sua experiência como pessoa com deficiência a fez perceber que o problema não está na deficiência em si, mas em um mundo não preparado para a diversidade.

A palestrante apresentou dados impressionantes: pessoas com deficiência representam 15% da população mundial e 8,9% da população brasileira, com um poder de consumo que chega a 8 trilhões de dólares – número que sobe para 13 trilhões quando incluídas suas conexões. Além disso, empresas que incluem PCDs em seus quadros relatam melhorias significativas na cultura organizacional e um aumento médio de 28% em sua receita.

“O acesso permite chegar nos espaços, construir relações, catalisar inovação. A acessibilidade é a ferramenta que permite que isso aconteça”, disse Michele. 

Michele também desmistificou a ideia de que acessibilidade beneficia apenas pessoas com deficiência, revelando que muitas inovações hoje universais – como o primeiro protocolo de e-mail, legendas automáticas e audiobooks – foram originalmente criadas por e para PCDs. Com o envelhecimento da população global (pessoas com 65+ representarão 16% da população mundial até 2050), a palestrante enfatizou que a acessibilidade deve ser vista não como uma especialidade, mas como parte fundamental da cultura, beneficiando a sociedade como um todo.

Experiências que marcam: o impacto da liderança na satisfação do cliente, com Julia Carrilo

À frente de duas agências de marketing e da ACS Jovem (Associação Comercial de Santos), Julia Carrilo explorou a conexão vital entre liderança e experiência do cliente, usando como exemplo inspirador o modelo da Disney, onde o engajamento dos colaboradores é priorizado antes mesmo do engajamento dos clientes.

Transitando da Economia Convencional para o Ecossistema de Startups, com Vanessa Poskus

Vanessa Poskus, CEO e cofundadora da Uppo, compartilhou sua experiência de transição de 20 anos na área financeira corporativa para o mundo das startups.

“Resolvi me desafiar e fiz uma transição de carreira para a tecnologia aos 40 anos. A idade não é um limitador para que gente faça isso. É a oportunidade de reaprender muita coisa”. 

A palestrante desmistificou o glamour frequentemente associado às startups, explicando que se trata de criar negócios escaláveis e investíveis, com base tecnológica e crescimento acelerado. Entre as habilidades essenciais para prosperar neste ambiente, falou sobre adaptabilidade, cultura de feedback, pensamento crítico, colaboração e criatividade. E mais: ressaltou que dá para ser inovador mesmo dentro do mundo corporativo, sem necessariamente se tornar empreendedor.

Um ponto crucial da fala de Vanessa foi a discussão sobre a falta de diversidade no ecossistema, especialmente em relação a gênero e raça. E compartilhou dados alarmantes: apenas 2% do investimento mundial vai para startups lideradas por mulheres. O cenário é ainda mais desafiador para pessoas negras. No entanto, citou iniciativas positivas, como programas do Google e do Cubo Itaú que buscam transformar essa realidade.

Para quem deseja fazer a transição, a líder deixou recomendações valiosas: investir no desenvolvimento de hard skills específicas do mercado pretendido, valorizar o autoconhecimento como diferencial competitivo, construir networking significativo e, principalmente, não abandonar os sonhos – seja dentro de corporações ou em negócio próprio. Como ela bem colocou:

“A jornada já não é fácil. Se você não amar o que faz, vai ficar ainda mais difícil”.

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Flexibilidade, comunidades e novos jeitos de trabalhar, com Fernanda Mourão, Jen Medeiros e Lucas Santos

No painel sobre os novos modelos de trabalho do Festival CHAI, Fernanda Mourão, Jen Medeiros e Lucas Santos compartilharam perspectivas únicas sobre como a flexibilidade e as comunidades estão remodelando o futuro do trabalho. Lucas trouxe um exemplo vivo dessa transformação: profissional de dados no Quinto Andar, ele vive em um veleiro e encontra equilíbrio entre duas comunidades fundamentais – a da tecnologia, que mantém sua carreira, e a do mar, que alimenta seus sonhos.

Jen Medeiros, especialista em comunidades como serviço, enfatizou a importância de manter conexões significativas em ambientes de trabalho remoto. Ela destacou estratégias essenciais como a criação de rituais regulares (meetups e conteúdos compartilhados), e a importância de permitir que grupos de interesse específicos (como mães, corredores, mulheres) se formem naturalmente dentro das organizações. O objetivo, segundo ela, é fomentar um engajamento orgânico e positivo.

Um dos pontos altos do debate foi a discussão sobre como as comunidades são parte natural de nossas vidas desde o nascimento, e como podemos participar de várias delas simultaneamente. O trio concordou que o futuro do trabalho que almejamos deve ser mais respeitoso e equilibrado, no qual a flexibilidade – como destacou Lucas – não é apenas um benefício, mas um requisito inegociável para as próximas décadas de carreira.

www.juicysantos.com.br - Festival CHAI de Vida e Carreira no Juicyhub - Futuro do Trabalho: como usar a IA para potencializar estratégias?, com Fernando Souza

Futuro do Trabalho: como usar a IA para potencializar estratégias?, com Fernando Souza

Fernando Souza, profissional do mercado digital desde 1999 e autor de um livro sobre web 3.0 e metaverso, propôs um objetivo claro aos participantes: implementar pelo menos uma ação com IA já no dia seguinte ao Festival CHAI. Contrariando visões apocalípticas, Souza destacou que não acredita na extinção massiva de empregos pela IA, mas sim em uma revolução positiva do mercado, com projeções indicando que 96% dos empregadores pretendem adotar IA até 2028 e um aumento de 7% na economia global.

O palestrante fez uma demonstração abrangente das capacidades atuais da IA, desde as novas funcionalidades do ChatGPT até aplicações em diversos setores como saúde, finanças e educação. Ele enfatizou que hoje existem ferramentas para praticamente qualquer necessidade, seja para converter texto em vídeo, áudio, animação ou código, destacando também que o WhatsApp em breve implementará recursos de IA que levarão essa tecnologia ao uso cotidiano das pessoas de forma natural.

Para tornar o conteúdo mais prático, Souza compartilhou exemplos concretos de como empreendedores podem aproveitar a IA em seus negócios, desde a análise de contratos para advogados até o planejamento de conteúdo e elaboração de planos de negócios.

O especialista enfatizou o quanto essa novidade pode ajudar na automação de tarefas diárias, tomada de decisões e processos criativos, destacando a importância da capacidade humana em gerenciar e dar sentido aos dados gerados por essas ferramentas.

A revolução de escutar quem não conhecemos, com Bia Diniz

“A ongueira venceu”. 

Essa frase de impacto foi apenas uma das que Bia Diniz trouxe para fechar o Festival CHAI.

Ela compartilhou sua jornada de transformação de funcionária pública, em um ambiente que descreveu como machista e hierárquico, a CEO de um projeto que já impactou mais de 30 mil mulheres. A virada em sua vida veio com dois momentos cruciais: o nascimento de seu filho Rafael e o encontro com Mariana, uma mulher que dirigia uma escola no Quênia. Junto com Mariana, Bia descobriu seu primeiro projeto de impacto social, vendendo brigadeiros para ajudar a escola – uma iniciativa que resultou na venda de 15 mil unidades em apenas 3 meses.

Em sua busca por propósito, Bia tentou encontrar uma mulher que havia visto em uma reportagem do Jornal Nacional sobre desemprego. Embora não tenha conseguido localizar a mulher específica, essa busca a levou a criar o projeto Cruzando Histórias. Com uma simples lousa escrita “está sem trabalho?”, ela começou a oferecer orientação de carreira nas ruas de São Paulo, tendo escutado 800 histórias apenas no primeiro ano.

O projeto revelou-se transformador não apenas para as pessoas que Bia ajudava, mas também para ela mesma. Através da escuta empática de histórias de desconhecidas – em sua maioria, mulheres -, ela descobriu uma nova dimensão de si mesma que ia muito além dos rótulos que o mercado de trabalho lhe havia imposto como “apenas uma assistente de RH”.

Mas não acredite nesse resumo. Ouça a história inspiradora de uma da 100 maiores ONGs do Brasil no vídeo a seguir, com as palavras da sua CEO. E, pra terminar, siga o conselho da Bia:

“Confie no poder da sua história”

Assista aqui à transmissão completa do segundo dia do Festival CHAI de Vida e Carreira

Novamente, a Feira CHAI trouxe empreendedoras incríveis da economia craitiva local, enquanto o Portal da Empregabilidade Baixada Santista abriu novas portas para quem busca oportunidades na região.

O Festival CHAI de Vida e Carreira e a Feira CHAI são possíveis graças ao patrocínio da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Nita Alimentos, Portal da Empregabilidade Digital – Região Metropolitana da Baixada Santista, Espaço Umbu e Associação Comercial de Santos. Além disso, contamos com o apoio de Transbrasa, Cursino & Teodoro da Silva Advogados, Minimal Design, Elemídia e Programa JB.

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