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Acidente com Eduardo Campos faz 10 anos: o que você lembra sobre esse dia?

O dia 13 de agosto de 2014 era pra ser só mais um em Santos. Foi nessa data que aconteceu o acidente com Eduardo Campos e mais 5 pessoas que estavam, além do candidato à presidência do Brasil, na aeronave que caiu no bairro do Boqueirão.

Gente indo e vindo pelas avenidas, navios chegando no porto, crianças chegando na escola, pessoas caminhando na praia ou se encontrando para cafés no Gonzaga… O que ninguém imaginava era que esse dia em Santos ia mudar a história do Brasil para sempre, alterando o curso das eleições daquele ano e gerando consequências políticas que duram até hoje.

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Como foi o acidente de Eduardo Campos

O candidato do PSB saiu do Rio de Janeiro, durante a manhã, rumo ao Guarujá, em São Paulo, para cumprir agenda eleitoral. No dia anterior, deu uma entrevista ao Jornal Nacional. Na avaliação de quem acompanha política, foi uma espécie de debut da campanha, já que muita gente ainda não o conhecia. 

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Ele embarcou em um jato Cessna com outras sete pessoas. O avião estava arremetendo em Santos, devido às más condições climáticas. Porém, o piloto perdeu o controle e a aeronave colidiu com o solo. O impacto atingiu diversas residências, que chegaram a ser interditadas pela Defesa Civil. Nenhum dos tripulantes sobreviveu.

Estavam no jato, além de Campos, dois pilotos, dois assessores e um fotógrafo. Dez pessoas na região no momento da queda tiveram ferimentos leves e foram para o hospital.

Marina Silva, candidata à vice-Presidência na chapa de Eduardo Campos deveria estar no voo para a agenda de campanha, mas acabou não embarcando.

A aeronave caiu em meio a vários prédios residenciais, em um bairro nobre de Santos – especificamente nos arredores das ruas Vahia de Abreu e Alexandre Herculano. Inclusive, em cima de uma academia. Mas o que surpreende mesmo é que ninguém em solo tenha sido diretamente atingido.

Os motivos do acidente, segundo o inquérito da Polícia Federal concluído em 2018, foram, possivelmente, uma colisão com um elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador do profundor.

Um pouco do contexto da eleição de 2014

Campos tinha 49 anos e era um dos nomes mais fortes na corrida eleitoral daquele ano. Era filiado ao Partido Socialista Brasileiro e foi presidente da legenda em 2005.

Deputado por três mandatos consecutivos entre 1995 e 2007, governador, candidato à presidência, Eduardo era um homem bem estabelecido na política, com fortes alianças e nome de destaque no Congresso. Filho de Ana Arraes – que veio a ser deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União no governo Dilma – e neto de Miguel Arraes de Alencar, ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos sempre teve sua família ligada à política.

Campos era de Recife (Pernambuco), onde fez sua carreira política. Posicionado à centro-esquerda, Campos se mostrou bem articulado no meio durante seus mandatos. Eduardo se formou em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aos 20 anos. Era um homem extremamente conectado com o desenvolvimento econômico e social. Entre 2004 e 2005, foi ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula.

Vale ressaltar que o presidente Lula revelou, em 2018, que propôs a Eduardo que ele fosse vice na chapa de Dilma em 2014 e, posteriormente, nas eleições de 2018, seria o candidato à presidência apoiado por Lula.

Em 2014, Campos rompeu com Dilma e se lançou como candidato à presidência. O governador de Pernambuco se aliou a Marina Silva, vice de sua chapa.

Um dos enfoques do plano de governo de Eduardo era o desenvolvimento da economia sustentável. Estava em ascenção e, provavelmente, faria frente à Dilma Rousseff e Aécio Neves. A petista e o tucano foram para o segundo turno.

Mesmo depois de seu falecimento, o nome de Campos continuou a influenciar a relação entre PT e PSB.

Um dia para não esquecer

O que aconteceu naquele dia, os bastidores da cobertura e as consequências desse fato histórico foram tema de um podcast que o Juicy Santos gravou com o jornalista Sandro Thadeu, que participou da cobertura do acidente de Eduardo Campos.

Thadeu contou um pouco sobre como começou aquele dia, quais foram as primeiras reações diante da tragédia e o que o fato contribuiu para mudar drasticamente o cenário político de 2014. Também mostrou fotos inéditas do ocorrido.

Sandro Thadeu trabalha com Jornalismo há duas décadas. Formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), em 2006, possui uma especialização em Jornalismo e Políticas Públicas Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Tem passagens pela revista Porto S.A., jornal Expresso Popular, Prefeitura de Santos e rádios RBA Litoral e RTL. Trabalhou por 14 anos e meio no jornal A Tribuna, onde foi repórter e responsável pela coluna Dia a Dia durante três anos. Desde setembro de 2007, atua como assessor de imprensa do Sindicato dos Urbanitários da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (Sintius). Atualmente, mantém uma coluna diária sobre assuntos ligados à política e à administração municipal no Portal BS9.

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