Texto porJuicy Santos
Santos

A Copa do Mundo e sua playlist campeã

Se, pelas ruas do País, a Copa do Mundo parece ainda não ter chegado, a poucos dias de a bola começar a rolar na Rússia, a música pode começar a aquecer de vez os motores.

Nesta sexta-feira, foi lançado o tema oficial da Copa de 2018, com performance de Will Smith e Nicky Jam (atualmente bombando com X (equis, na pronúncia em espanhol, ao lado de J. Balwin), em parceria que envolve, entre outros, o produtor Diplo.

É mais um capítulo de uma história das músicas ligadas à Copa do Mundo que formariam, facilmente, uma playlist pop de respeito em qualquer serviço de streaming.

www.juicysantos.com.br - shakira na copa do mundo 2010

Tudo começou no Mundial de 1962, quando o conceito de música oficial chegou à Copa do Mundo. No Chile, o tema que embalou o bicampeonato do Brasil foi El Rock Del Mundial, tocado por uma banda chamada Los Ramblers. Em tempos que a música estrangeira era vista com reserva por aqui, talvez poucos (ou quase ninguém) tenha ouvido a canção…

Em 1982, coube ao tenor espanhol Plácido Domingo embalar a canção-tema do Mundial em seu país, Mundial’82. Domingo voltaria a se encontrar com a Copa do Mundo em 1994 quando, ao lado de José Carreras e Luciano Pavarotti, fizeram o concerto Os Três Tenores, na véspera da decisão. A interpretação do trio para Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, é antológica.

Qual é a música?

Em 1986, a Copa do México teve uma velha conhecida dos brasileiros em sua trilha sonora, mas não exatamente ligada ao futebol.

Imagine um cenário, um apresentador famoso e bailarinas dançando. Pronto? Agora dê play em Hot, Hot, Hot, do Arrow, tema do programa de mesmo nome apresentado por Silvio Santos no SBT nos anos 1990.  E teve A Special Kind Of Hero, interpretada por Stephanie Lawrence, que também marcou aquela Copa.

Em 1990, na Itália, Gianna Nanini e Edoardo Benato evocaram Um’estate italiana, tão sem apelo quanto o próprio Mundial.

Quatro anos depois, a grandiosa Glory Land, interpretada pelo norteamericano Daryl Hall, fez relativo sucesso.

No Mundial da França, a Copa mais pop de todas, apesar de haver um tema em francês, La Cour des Grands, cantada por Youssou N’Dour e Axelle Red, Ricky Martin se consagrou com a música que embalou a conquista francesa, La Copa de La Vida.  Foi um sucesso global, ajudando a fortalecer a fama (e os cofres) do ex-Menudo.

Oficiais, não-oficiais…

Em 2002, a Copa do penta, no Japão e na Coreia, teve dois temas dançantes. Um, assinalado pelo pioneiro Vangelis, era essencialmente instrumental com uma pegada eletrônica. E Anastacia entoava Boom, mas nenhuma pegou muito por aqui. 

Na Copa da Alemanha, em 2006, coube ao quarteto Il Divo, junto com Toni Braxton, a música-tema daquele Mundial, The Time Of Our Lives.

Mas o que bombava nos estádios alemães era Love Generation, música dançante de Bob Sinclair e que dominava as rádios brasileiras. Não era uma música oficial. Mas quem ligava? Virou, ainda, trilha de videogame. 

Em 2010, outra música não oficial da Copa do Mundo, mas de um patrocinador dela, fez sucesso. Wavin’Flag, de K’naan, virou até toque de celular e ganhou versão em português do Skank, em ação da Coca-Cola.

Mas Shakira mandou bem e, com seu Waka-Waka, escreveu seu nome na playlist das melhores da Copa

Em 2014, o desafio era um tema que tivesse a “brasilidade” da música verde-e-amarela, mas que fosse global também. Surgiu We Are One, com o rapper Pitbull, Jennifer Lopez e a brasileira Claudia Leitte. Não fez tanto sucesso, mas…

Gaby Amarantos gravou tema para a Coca-Cola que fez relativo sucesso, assim como outros artistas, que aproveitaram a Copa no Brasil para bombar. Até o Fuleco, mascote daquela Copa, ganhou música de Arlindo Cruz.

Enfim, está montada a playlist das Copas. Mas, e a torcida brasileira, como embalou suas esperanças, conquistas e decepções ao longo dos Mundiais?

Confira no próximo texto, a cargo do amigo Ted Sartori.

*Anderson Firmino é jornalista desde 2001