Sexo Delivery
Estou matando cachorro a grito! Todo mundo sabe e não tenho vergonha de falar. Também não tenho a menor vergonha em dizer que eu prefiro namorar a vida da putcharia. Não dispenso, é claro, mas com a idade acho que ficamos mais seletivos e preguiçosos.
De qualquer forma, quando bate o desespero, todo mundo sempre recorre ao caderninho mágico, a agenda amiga, a lista secreta ou mesmo aos aplicativos do molecular, internet ou aos profissionais do sexo, em busca do bom e velho sexo delivery.
Ficar sozinho é muito chato. Bem menos chato que mal acompanhado é claro! Mas entre um estágio e outro existe o do meio, caracterizado por aquela esplendorosa possibilidade de fazer sexo delivery. E aqui entra o suplente (ooops!).
O cara bom de cama e carinhoso que ficou no meio do caminho entre o namoro e a amizade. Não é amigo, já que supostamente entre amigos não há tesão, e nunca foi um grande amor ou paixão avassaladora, mas que agrada tanto aos ouvidos quanto a epiderme. Tem papo agradável, e gentil quando precisa e, o melhor de tudo, sabe a hora de se afastar.
Funciona assim: ele vem quando chamamos ou até chama quando esta a fim, e vai quando gozamos – risos – mostra só o lado bom enquanto está por perto, já que não custa se esforçar quando a parada dura pouco. A chatice ele guarda para depois, para os amigos. Com a gente e só alegria, porque ele sabe a que veio. Precisa estar de prontidão e sacar que será imediatamente descartado quando aquele cara que esperamos há tanto tempo, aparecer.
Mas ser suplente não é tão fácil assim:
Primeiro você precisa ter sido ao menos um casinho da pessoa ou ter tido uma boa noite de sexo, e ambos precisam ter constatado que não rola um grande amor, para que ninguém saia ferido.
Segundo o tesão tem que ser grande, aqueles que dispensam muito esforço ou rituais preparatórios – aliás, a afinidade química é a base do sexo delivery (entenda como quiser!). Afinal ninguém quer ter trabalho ou desgaste emocional, e apenas a socialização de um orgasminho.
Terceiro atendimento domiciliar no máximo uma vez por semana que é para não configurar o romance.
O lado bom da coisa é a objetividade do babado: ambos sabem a que vieram, executam muito bem seus papéis, com prazer garantido e sem discussão de relação.
Ele faz uma manutenção PORRETA na autoestima e melhora nosso astral, contribuindo para que a gente fique de bem com a vida e dispense seus serviços.
E assim vamos vivendo…